Isolada dentro do próprio partido e com aliados corruptos falando alto, a mandatária da nação assiste impotente ao seu próprio fim
Por Edson Rodrigues
Num momento ímpar da política brasileira, vemos uma pessoa eleita pelo voto popular apenas estar presidente da República e não sê-lo de fato e de direito. Dilma Rousseff agoniza, impotente entre as ações para derrubá-la e os últimos esforços do seu partido para permanecer no poder.
O ex-presidente Lula, o PT e os partidos que insistem em assegurar poder à camarilha que conduziu o Brasil ao pior momento da sua história democrática, estão, hoje, maiores que a presidente Dilma Rousseff, mandando mais, decidindo mais e, finalmente, ditando as regras com mais propriedade que a própria mandatária maior do País.
Desde que se assegurou que havia uma quadrilha instalada em seu governo e demitiu alguns de seus componentes, Dilma começou a ser “fritada” dentro do seu próprio partido e pelos principais aliados e viu seu próprio criador, o ex-presidente Lula, afastá-la do seu convívio pessoal.
Por algum tempo, Dilma tentou implantar sua forma de governo, mas construiu seus alicerces sobre uma camada de areia instável, que acabou por soçobrar ante a instabilidade do terreno.
É claro que Dilma tem uma grande parcela de culpa por seu grupo político não ter ganho a força necessária. De personalidade forte e avessa aos rapapés do poder, Dilma desagradou muita gente. Sua arrogância e destempero, mostrados em embates com auxiliares, ajudaram a enfraquecer ainda mais sua mal ajambrada base de governo.
Ao fim, percebeu que nunca teve o seu partido, o PT, totalmente ao seu lado e descobriu em seu próprio criador o cérebro por trás do núcleo mandatário do PT, que interferia, sabotava e decidia quais de suas ações seriam levadas adiante.
A partir desse momento, Dilma não teve outra saída senão ceder e se tornar refém de Lula e sua camarilha. Com essa nova “configuração” de governo, Dilma se deu conta de que 98% dos seus aliados, não eram – nem nunca foram – seus amigos e, sim, amigos do poder. Amigos do mesmo poder que a fez “subir nas tamancas”, ser arrogante, gostar de manda, enfim, que a cegou a ponto de não perceber a roubalheira que se instalou ao seu redor e atingiu de forma fatal a Petrobras, os Correios, a Ferrovia Norte-Sul, e tantas e tantas outras obras de importância, culminando no mensalão e no petróleo. O PT agiu como se a impunidade fosse total, mas tropeçou nas convicções do juiz Sérgio Moro e da Operação Lava Jato que, hoje, representa a porta de saída do PT e do legado de Lula das vias do poder no Brasil.
Refém do PT e de seu criador, Dilma viu-se obrigada a se apequenar, a se humilhar para poder contar com a máquina do partido na luta pela permanência no poder, a ponto de, hoje, pegar avião oficial toda semana para ir fazer consultas à Lula, em São Paulo.
Essa situação minou a credibilidade de Dilma e colocou na sombra do processo seus projetos que deram certo, suas ações sociais e seu lado bom de governar. Até o Minha Casa, Minha vida, seu grande projeto social, acabou engolido pela corrupção, transformando Dilma em um personagem pequeno no grande ato do teatro político que chegará ao seu clímax neste domingo.
O TOCANTINS EM MEIO À CRISE POLÍTICA
O mais novo Estado da Federação, com seus um milhão e meio de habitantes, menos que a população de Goiânia, capital de Goiás, não tem o que reclamar em termos de apoio e investimentos federais durante o governo de Dilma Rousseff.
A conclusão da Ferrovia Norte-Sul, a escolha de um dos seus políticos para um dos principais ministérios – Kátia Abreu na Agricultura –, o atendimento da maioria dos pleitos apresentados pelo senador Vicentinho Alves e do seu filho, deputado federal Vicentinho Jr., a viabilização de milhões de reais para a construção de casas populares, asfaltamento de rodovias, recuperação de estradas vicinais, construção de UPAs, a continuidade do projeto Luz para Todos, a construção da Usina de Peixe, a revitalização do projeto Rio Formoso, ampliação do campus da UFT em Palmas e Porto Nacional, a liberação de cursos de medicina, odontologia, enfermagem e engenharia, além de outras ações, foram fruto do bom relacionamento dos políticos tocantinenses com a presidente Dilma Rousseff em pessoa, ressalte-se, não com o PT em si.
OS JUDAS DO IMPEACHMENT
O governador Marcelo Miranda e seus familiares sabem muito bem o que a presidente Dilma está passando nestes momentos que antecedem o “dia D” de seu governo. Assim como a credibilidade a capacidade e a integridade da presidente estão sendo esquartejados em praça pública, a família de Marcelo Miranda passou pela mesma crueldade, sendo expostos de maneira leviana e vexatória por veículos de comunicação interessados na proximidade do poder em detrimento da apuração das informações, incitados por políticos mal intencionados.
O caso de Marcelo Miranda e família foi um processo sangrento e impiedoso, em que o governador acabou tendo seus direitos políticos cassados por causa da doação de óculos dentro do projeto Governo Mais Perto de Você.
Assim como Dilma, Marcelo percebeu que seus amigos eram, na verdade, amigos do poder. Alguns dos mais próximos, chegaram a votar pela desaprovação das contas do seu governo, tornando-o inelegível por longos oito anos e, mesmo assim, neste novo governo de Marcelo Miranda, deram um jeito de estarem próximo a ele, alguns até mandando e desmandando, afastando e exonerando pessoas que ajudaram o governador a se reerguer politicamente, mas que hoje estão no cais, a ver navios.
Dilma experimenta do mesmo amargo fel das amizades interesseiras. Delcídio do Amaral, que chegou a ser líder do governo na Câmara Federal, hoje é a garganta mais temida e mais afiada no andamento das investigações da Operação Lava Jato e suas delações premiadas. Assim como Delcídio, o marqueteiro que talhou a imagem da Dilma para a reeleição, hoje talha uma imagem horrenda do seu governo, em outra ação de Judas, entregando de bandeja à Polícia Federal as malversações do dinheiro público desviado pelo PT do bolso dos contribuintes para suas contas na Suíça.
FIÉIS ATÉ O FIM
Os políticos tocantinenses guardam uma característica peculiar em suas formas de atuar: são fiéis aos seus companheiros e às suas ideologias. Foi por essa característica que Kátia Abreu, Irajá Abreu, Vicentinho Alves e Vicentinho Jr. Conseguiram tantos benefícios para o Tocantins durante o governo Dilma Rousseff.
Desde o início se posicionaram ao lado da presidente – e não do PT – agindo de acordo com o que ela esperava deles, sem nenhuma surpresa em acordos ou votações. Eles foram dos poucos políticos com sede em Brasília que respeitaram a pessoa Dilma Rousseff e, por conseguinte, a presidente Dilma Rousseff, reconhecendo sua autoridade como presidente da República e mantendo-se afastados do partido da presidente e de suas ações espúrias relativas ao erário público.
Kátia Abreu foi a única ministra escolhida pela própria presidente Dilma Rousseff e assumiu o ministério da Agricultura, comercialmente o mais importante do governo, com total liberdade para a escolha dos seus assessores. Seu filho, Irajá Abreu, deputado federal, também foi agraciado por Dilma na liberação de recursos e autorização de emendas parlamentares. Do PT, Kátia sempre quis distância, pois foi alçada ao posto de inimiga pública número um do ex-presidente Lula, quando o derrotou na tentativa de ressuscitar a CPMF em seu segundo mandato.
O senador Vicentinho Alves contou com o apoio de Dilma em várias demandas parlamentares, orientou seu filho, deputado federal Vicentinho Jr. a agir de acordo com as necessidades da presidente no Congresso e relevou os esforços do PT em derrota-lo na sua intenção de assumir a primeira-secretaria da Mesa Diretora do Senado, ou seja, é mais um fiel à Dilma, mas completamente afastado do PT.
Traduzindo em miúdos, os parlamentares tocantinenses que permanecem ao lado de Dilma não estão indo contra a onda popular que quer a saída de Dilma e do PT do poder. Eles estão, sim, mantendo a tradição de fidelidade àqueles que também lhes são fiéis e seus posicionamentos devem ser entendidos desta forma pelo eleitorado tocantinense.
Da mesma forma, o senador Ataídes Oliveira e seus seguidores, sempre esteve na oposição ao governo Dilma e assim se manteve até hoje. Se esmeraram em denunciar a corrupção do governo petista e não se omitiram nas votações e ações contra a corrupção. Logo, também devem ser parabenizados por se manterem fiéis à sua ideologia.
IMPEACHMENT IRREVERSÍVEL
Se não houver nenhuma surpresa, neste domingo a presidente Dilma Rousseff começará – de fato – a enfrentar um processo de impeachment que se horizonta irreversível ante a mobilização popular e o posicionamento da maioria dos partidos.
Esperamos que os que estão organizando o afastamento da presidente da República não façam com o Brasil o mesmo que foi feito com o Tocantins, depois da cassação de Marcelo Miranda. O estado foi sucateado, dilapidado, teve sua economia atacada, recursos desviados da Saúde, do Igeprev, concessão de promoções e progressões salariais sem planejamento, deixando a máquina estatal de pires na mão e unicamente dependente dos repasses do Fundo de Participação dois Estados – FPE.
Os vários segmentos sociais que, no Tocantins, vêm combatendo o PT e pedindo a saída da presidente Dilma, apenas estão reverberando o sentimento da sociedade, que não quer mais ser vítima do governo mais nefasto, corrupto e descompromissado com a economia; líder de índices de desemprego e responsável pela volta da inflação.
Com o fim do processo de impeachment, seja o resultado que for, com a saída ou com a permanência da presidente Dilma, é preciso que o povo brasileiro – políticos incluídos – se desarmem e assumam as ferramentas para a reconstrução do Brasil, como um País mais justo, mais responsável e mais comprometido com a recuperação econômica, o único caminho para que a crise seja vencida.
Independentemente do resultado da votação deste domingo, o Brasil está provando sua maturidade democrática e não pode perder essa oportunidade para voltar ao eixo econômico e social que o alçou, num passado recente, ao patamar de “emergente” ante a comunidade mundial. Patamar esse, jogado na sarjeta pelo governo petista.
AS ACUSAÇÕES CONTRA O GOVERNO DO PT
A comissão de impeachment analisa duas acusações de irregularidade na gestão fiscal: o uso de "pedaladas" para maquiar as contas públicas e a publicação de decretos de crédito suplementar para criar despesas extras mesmo sem autorização prévia do Congresso e com a arrecadação do governo em queda.
O que são as duas coisas:
As "pedaladas fiscais" são como ficaram conhecidos os atrasos nos repasses da União a bancos públicos para cobrir gastos dessas instituições com programas do governo. Esses gastos poderiam ser, por exemplo, pagamentos de benefícios como seguro-desemprego ou o Bolsa Família. Ou então, subsídios para que os bancos concedessem empréstimos com juros mais baratos a empresários e agricultores. A maior parte das "pedaladas" refere-se a empréstimos do BNDES a empresas.
É natural haver, eventualmente, descasamento dessas operações. No caso dos benefícios, por exemplo, o governo repassa previamente valores de acordo com a estimativa de gastos para o mês. No entanto, pode acontecer de o banco, em determinado mês, ter que pagar mais seguro-desemprego do que o previsto e, por isso, usar recursos próprios para fazer o pagamento.
O que os juristas autores da denúncia apontam como crime de responsabilidade é o fato de, a partir de 2013 e 2014, esses atrasos terem se acumulado por um período longo de tempo, somando valores muito altos – no que seria uma estratégia deliberada de maquiar as contas públicas. Isso, dizem, permitiu que o governo escondesse da sociedade que a situação fiscal era pior do que as estatísticas oficiais indicavam – dando margem para que não fossem cortados gastos com seus programas em pleno ano eleitoral de 2014.
Eles destacam ainda que essas operações estariam desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal que, em seu artigo 36, proíbe bancos públicos de emprestar recursos à União. Como esses valores atrasados foram corrigidos por juros, os denunciantes argumentam que se tratou de uma operação de crédito.
"Operações de crédito que foram feitas por longo prazo, em quantias exorbitantes, que não se confundem com aquilo que pode se chamar de fluxo de caixa e que pode ter ocorrido no governo Fernando Henrique e no governo Luís Inácio Lula da Silva", disse, exaltado, Reale Júnior à comissão.
Ele atribuiu a atual crise econômica às pedaladas: "Crime não é apenas botar a mão no bolso do outro e roubar dinheiro. Crime também é eliminar as condições desse país de ter desenvolvimento, cujas bases é responsabilidade fiscal".
As pedaladas foram um dos motivos que levaram Tribunal de Contas da União (TCU) a recomendar que o Congresso rejeite as contas do governo federal de 2014 – no entanto os parlamentares até hoje ainda não votaram a questão.
Segundo relatório do procurador junto ao TCU Júlio Marcelo citado na denúncia, os atrasos aos bancos públicos, acumulados desde anos anteriores, somaram R$ 40,2 bilhões no primeiro semestre de 2015 – um aumento em relação ao estoque verificado em 2014 (R$ 37,5 bilhões).
Para os denunciantes, é importante comprovar que essas operações tiveram continuidade em 2015 porque muitos juristas consideram que, como Dilma foi reeleita para um novo mandato, ela não poderia ter o atual mandato cassado por eventuais crimes cometidos no mandato anterior.
Por esse motivo também que os juristas acrescentaram posteriormente à denúncia as acusações de irregularidades na publicação de seis decretos de suplementação orçamentária em 2015, que somam R$ 2,5 bilhões.
Segundo eles, o artigo 167 da Constituição prevê que "a abertura de crédito suplementar" não pode ser feita sem autorização prévia do Congresso. Além disso, argumentam que essa previsão de aumento de despesas foi feita quando o governo já sabia que não conseguira cumprir a meta de superávit primário (economia para pagar juros da dívida).
OS CRIMES DO PT
É quase interminável a lista de escândalos/corrupção praticados pelo PT (membros) nesses últimos 09 anos. Foram bilhões roubados e nenhum deles está preso. Não é à toa que dizem: o brasil é a nação da impunidade. A certeza da impunidade é garantia de fabricação de novos ladrões, nascidos nas classes políticas.
* Caso Pinheiro Landim
* Caso Celso Daniel
* Caso Toninho do PT
* Escândalo dos Grampos Contra Políticos da Bahia
]* Escândalo do Propinoduto (também conhecido como Caso Rodrigo Silveirinha)
* CPI do Banestado
* Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MST]
* Escândalo da Suposta Ligação do PT com a FARC
* Escândalo dos Gastos Públicos dos Ministros
* Irregularidades do Fome Zero
* Escândalo do DNIT (envolvendo os ministros Anderson Adauto e Sérgio Pimentel)
* Escândalo do Ministério do Trabalho* Licitação Para a Compra de Gêneros Básicos
* Caso Agnelo Queiroz (O ministro recebeu diárias do COB para os Jogos Panamericanos)
* Escândalo do Ministério dos Esportes (Uso da estrutura do ministério para organizar a festa de aniversário do ministro Agnelo Queizoz)
* Operação Anaconda* Escândalo dos Gafanhotos (ou Máfia dos Gafanhotos)
* Caso José Eduardo Dutra* Escândalo dos Frangos (em Roraima)
* Várias Aberturas de Licitações da Presidência da República Para a Compra de Artigos de Luxo
* Escândalo da Norospar (Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná)
* Expulsão dos Políticos do PT
* Escândalo dos Bingos (Primeira grave crise política do governo Lula) (ou Caso Waldomiro Diniz)
* Lei de Responsabilidade Fiscal (Recuos do governo federal da LRF)
* Escândalo da ONG Ágora
* Escândalo dos Corpos (Licitação do Governo Federal para a compra de 750 copos de cristal para vinho, champagne, licor e whisky)
* Caso Henrique Meirelles
* Caso Luiz Augusto Candiota (Diretor de Política Monetária do BC, é acusado de movimentar as contas no exterior e demitido por não explicar a movimentação)
* Caso Cássio Caseb* Caso Kroll* Conselho Federal de Jornalismo
* Escândalo dos Vampiros* Escândalo das Fotos de Herzog
* Uso dos Ministros dos Assessores em Campanha Eleitoral de 2004
* Abuso de Medidas Provisórias no Governo Lula entre 2003 e 2004 (mais de 300)
* Escândalo dos Correios (Segunda grave crise política do governo Lula. Também conhecido como Caso Maurício Marinho)
* Escândalo do IRB* Escândalo da Novadata
* Escândalo da Usina de Itaipu* Escândalo das Furnas
* Escândalo do Mensalão (Terceira grave crise política do governo. Também conhecido como Mensalão)
* Escândalo do Leão & Leão (República de Ribeirão Preto ou Máfia do Lixo ou Caso Leão &Leão)* Escândalo da Secom
* Esquema de Corrupção no Diretório Nacional do PT
* Escândalo do Valerioduto
* Escândalo do Brasil Telecom (também conhecido como Escândalo do Portugal Telecom ou Escândalo da Itália Telecom)
* Escândalo da CPEM
* Escândalo da SEBRAE (ou Caso Paulo Okamotto)
* Caso Marka/FonteCindam
* Escândalo dos Dólares na Cueca
* Escândalo do Banco Santos
* Escândalo Daniel Dantas – Grupo Opportunity (ou Caso Daniel Dantas)
* Escândalo da Interbrazil
* Caso Toninho da Barcelona
* Escândalo da Gamecorp-Telemar (ou Caso Lulinha)
* Caso dos Dólares de Cuba
* Doação de Roupas da Lu Alckmin (esposa do Geraldo Alckimin)
* Doação de Terninhos da Marísa da Silva (esposa do presidente Lula)
* Escândalo da Nossa Caixa
* Escândalo da Quebra do Sigilo Bancário do Caseiro Francenildo (Quarta grave crise política do governo Lula. Também conhecido como Caso Francenildo Santos Costa)
* Escândalo das Cartilhas do PT
* Escândalo do Banco BMG (Empréstimos para aposentados)
* Escândalo do Proer
* Escândalo dos Fundos de Pensão
* Escândalo dos Grampos na Abin
* Escândalo do Foro de São Paulo
* Esquema do Plano Safra Legal (Máfia dos Cupins)
* Escândalo do Mensalinho
* Escândalo das Vendas de Madeira da Amazônia (ou Escândalo Ministério do Meio Ambiente).
* 69 CPIs Abafadas pelo Geraldo Alckmin (em São Paulo)
* Escândalo de Corrupção dos Ministros no Governo Lula
* Crise da Varig
* Escândalo das Sanguessugas (Quinta grave crise política do governo Lula. Inicialmente conhecida como Operação Sanguessuga e Escândalo das Ambulâncias)
* Escândalo dos Gastos de Combustíveis dos Deputados
* CPI da Imigração Ilegal* CPI do Tráfico de Armas
* Escândalo da Suposta Ligação do PT com o PCC
* Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MLST
* Operação Confraria
* Operação Dominó
* Operação Saúva
* Escândalo do Vazamento de Informações da Operação Mão-de-Obra
* Escândalo dos Funcionários Federais Empregados que não Trabalhavam
* Mensalinho nas Prefeituras do Estado de São Paulo
* Escândalo dos Grampos no TSE
* Escândalo do Dossiê (Sexta grave crise política do governo Lula)* ONG Unitrabalho* Escândalo dos Fiscais do IBAMA do Rio de Janeiro
* Escândalo da Renascer em Cristo
* Crise no Setor Aéreo Brasileiro
* CPI das ONGs
* Operação Testamento
* CPI do Apagão Aéreo (Câmara dos Deputados)
* CPI da Crise Aérea (Senado Federal e Câmara dos Deputados)
* Operação Hurricane (também conhecida Operação Furacão)
* Operação Navalha
* Operação Xeque-Mate
* Operação Moeda Verde
* Caso Renan Calheiros
* Operação Sétimo Céu
* Operação Hurricane II (também conhecida Operação Furacão II)
* Caso Joaquim Roriz (ou Operação Aquarela)
* Operação Hurricane III (também conhecida Operação Furacão III)
* Operação Águas Profundas (também conhecida como Caso Petrobras)
* Escândalo do Corinthians (ou caso MSI)
Oremos, irmãos!
Evidências de que o ex-presidente “vendeu” manutenção de IPI baixo e de que presidente da Câmara Federal tem, mesmo, contas na Suíça colocam governo federal novamente em cheque
Por Edson Rodrigues
LULA
O Ministério Público e a Polícia Federal, responsáveis pela Operação Zelotes, iniciaram investigações sobre negociações entre lobistas e membros do governo Luiz Inácio Lula da Silva para a edição de uma medida provisória, em 2009, que beneficiou o setor automotivo.
A informação foi confirmada pelo presidente da CPI do Carf, senador Ataídes Oliveira (PSDBTO), que afirmou haver um ligação entre os dois casos. A Zelotes investiga fraudes em julgamentos do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), do Ministério da Fazenda.
O senador afirmou que a CPI possui informações e documentos que lançam suspeitas sobre o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff (na época, ministra da Casa Civil) e o exministro Gilberto Carvalho. Por isso, ele avalia convidar os três para serem ouvidos pela CPI.
Ataídes disse que, durante as investigações da CPI, surgiram também informações ligando Luís Cláudio Lula da Silva, filho do expresidente, a pessoas envolvidas nos dois casos.
Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” desta quintafeira (1º) tornou pública parte desses documentos. Entre eles, estão um email anônimo sugerindo que escritórios de advocacia, também citados na Zelotes, foram contratados por lobistas para atuarem pela MP 471, que prorrogava incentivos fiscais de R$ 1,3 bilhão por ano para montadoras. Segundo o jornal, empresas do setor negociaram pagar até R$ 36 milhões, incluindo propina a agentes públicos, para conseguir a extensão do benefício.
Ainda de acordo com o jornal, o filho de Lula recebeu R$ 2,4 milhões da Marcondes &Mautoni, um dos escritórios citados nas duas investigações (o outro é a SGR Consultoria). Ao jornal, ele disse que prestou serviços na área de marketing esportivo.
“Temos em nosso poder documentos sobre a MP 471, mas os responsáveis pela Operação Zelotes haviam pedido sigilo porque a investigação está em pleno andamento”, afirmou o senador. “A CPI não pode perder o foco, mas esta situação é gravíssima e percebo que há um ‘link’. Vejo que vamos ter de convidar o expresidente Lula, a presidente Dilma, o Gilberto Carvalho, bem como o filho do expresidente.”
Ataídes afirmou reconhecer que há dificuldade para ouvir exministros do governo Lula na CPI, que tem maioria governista. Ele já tentou, sem sucesso, convocar Guido Mantega (ministro da Fazenda na época das fraudes no Carf).
Por questões de sigilo, o senador disse que não pode dar mais informações sobre o caso. “Temos algumas fatias (sobre a negociação da MP) no sistema da comissão, sem detalhes. Mas o nome do Gilberto Carvalho, da Erenice Guerra e também do filho do expresidente Lula e da presidente Dilma já haviam aparecido.”
Na segundafeira (5), o senador irá se encontrar com os investigadores. Na terça, haverá uma reunião fechada da CPI, que deve votar novos requerimentos na quinta, em sessão aberta.
EDUARDO CUNHA
Se a previsão se confirmar, restará ao peemedebista Eduardo Cunha deixar a cadeira e lutar para não perder o mandato de deputado.
A pergunta ecoou em claro e bom som no plenário da Câmara: “O presidente Eduardo Cunha tem ou não tem contas secretas na Suíça?”. A tribuna era ocupada pelo deputado Chico Alencar, líder do PSOL. Sentado a poucos metros dele, Cunha virava o rosto para o outro lado, fingindo não ouvir. “Essa é uma pergunta que interessa à cidadania, deve ser reiterada e tem que ser respondida”, insistiu Chico. O presidente da Câmara se manteve em silêncio, como se não devesse explicações aos colegas e à sociedade que lhe paga o salário, as refeições, os voos em jato da FAB e a residência oficial em Brasília.
A rigor, a pergunta já foi respondida. Em março, um deputado do PSDB indagou ao peemedebista se ele tinha contas na Suíça. “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda”, afirmou Cunha, resoluto, em depoimento à CPI da Petrobras.
A negativa caiu por terra com a confirmação de que ele é beneficiário de ao menos quatro contas bloqueadas na Suíça. Os dados já estão no Brasil, e a Procuradoria-Geral da República vai denunciá-lo, de novo, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Desta vez, a tropa de Cunha não poderá repetir o discurso de que é preciso esperar o julgamento do STF. Ao negar a existência das contas, o presidente da Câmara mentiu à CPI e omitiu informações relevantes sobre seu patrimônio, o que caracteriza quebra de decoro parlamentar.
Cunha continua a confiar na covardia do governo e na cumplicidade da oposição, a quem se aliou na causa do impeachment. No entanto, aliados já admitem que a sua permanência na presidência da Câmara está se tornando insustentável.
Se a previsão se confirmar, restará ao peemedebista deixar a cadeira e lutar para não perder o mandato de deputado. O foro privilegiado é o que ainda o mantém a salvo da caneta do juiz Sergio Moro e de uma visita matutina da Polícia Federal.
Quem viver verá!
Direção nacional não consegue conter a debandada de líderes e militantes. Mais de 300 filiados, ao menos dois senadores e cerca de 100 prefeitos devem deixar a sigla nas próximas semanas
Antes de iniciar esta ateria, vamos listar, em ordem cronológica, os 102 escândalos de corrupção que a Polícia Federal investigou ou investiga, desde de que o PT assumiu o poder, em 2003, com a eleição de Lula para o seu primeiro mandato, para que o leitor possa refrescar sua memória:
REPLEXAÃO NACIONAL
01) Caso Pinheiro Landim; 02) Caso Celso Daniel; 03) Caso Toninho do PT; 04) Escândalo dos Grampos; 05) Contra Políticos da Bahia; 06) Escândalo do Propinoduto (também conhecido como Caso Rodrigo Silveirinha) - CPI do Banestado; 07) Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MST; 08) Escândalo da Suposta Ligação do PT com as FARC; 09) Escândalo dos Gastos Públicos dos Ministros; 10) Irregularidades do Fome Zero e Escândalo do DNIT (envolvendo os ministros Anderson Adauto e Sérgio Pimentel); 11) Escândalo do Ministério do Trabalho - Licitação Para a Compra de Gêneros Básicos; 12) Caso Agnelo Queiroz (O ministro recebeu diárias do COB para os Jogos Panamericanos); 13) Escândalo do Ministério dos Esportes (uso da estrutura do ministério para organizar a festa de aniversário do ministro Agnelo Queiroz); 14) Operação Anaconda - Escândalo dos Gafanhotos (ou Máfia dos Gafanhotos); 15) Caso José Eduardo Dutra - Escândalo dos Frangos (em Roraima); 16) Várias Aberturas de Licitações da Presidência da República Para a Compra de Artigos de Luxo; 17) Escândalo da Norospar (Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná); 18) Expulsão dos Políticos do PT; 19) Escândalo dos Bingos (Primeira grave crise política do governo Lula) (ou Caso Waldomiro Diniz); 20) Lei de Responsabilidade Fiscal (Recuos do governo federal da LRF); 21) Escândalo da ONG Ágora; 22) Escândalo dos Copos (Licitação do Governo Federal para a compra de 750 copos de cristal para vinho, champagne, licor e whisky); 23) Caso Henrique Meirelles; 24) Caso Luiz Augusto Candiota (Diretor de Política Monetária do BC é acusado de movimentar as contas no exterior e demitido por não explicar a movimentação); 25) Caso Cássio Caseb; 26) Caso Kroll; 27) Conselho Federal de Jornalismo; 28) Escândalo dos Vampiros; 29) Escândalo das Fotos de Herzog; 30) Uso dos assessores de ministros em Campanha Eleitoral de 2004; 31) Escândalo do PTB (Oferecimento do PT para ter apoio do PTB em troca de cargos, material de campanha e R$ 150 mil reais a cada deputado); 32) Caso Antônio Celso Cipriani (Irregularidades na Bolsa-Escola ); 33) Caso Flamarion Portela; 34) Escândalo de Cartões de Crédito Corporativos da Presidência; 35) Irregularidades do Programa Restaurante Popular (Projeto de restaurantes populares beneficia prefeituras administradas pelo PT); 36) Abuso de Medidas Provisórias no Governo Lula entre 2003 e 2004 (mais de 300); 37) Escândalo dos Correios (segunda grave crise política do governo Lula. Também conhecido como Caso Maurício Marinho) 38); Escândalo do IRB - Escândalo da Novadata; 39) Escândalo da Usina de Itaipu; 40) Escândalo das Furnas; 41) Escândalo do Mensalão (Terceira grave crise política do governo. Também conhecido como Mensalão); 42) Escândalo do Leão & Leão (República de Ribeirão Preto ou Máfia do Lixo ou Caso Leão & Leão); 43) Escândalo da Secom; 44) Esquema de Corrupção no Diretório Nacional do PT; 45) Escândalo do Valerioduto; 46) Escândalo da Brasil Telecom (também conhecido como Escândalo do Portugal Telecom ou Escândalo da Itália Telecom); 47) Escândalo da CPEM; 48) Escândalo da SEBRAE (ou Caso Paulo Okamotto); 49) Caso Marka/FonteCindam; 50) Escândalo dos Dólares na Cueca; 51) Escândalo do Banco Santos; 52) Escândalo Daniel Dantas - Grupo Opportunity (ou Caso Daniel Dantas); 53) Escândalo da Interbrazil; 54) Caso Toninho da Barcelona; 55) Escândalo da Gamecorp-Telemar (ou Caso Lulinha); 56) Caso dos Dólares de Cuba; 57) Doação de Roupas da Lu Alckmin (esposa do Geraldo Alckimin); 58) Doação de Terninhos da Marísia da Silva (esposa do presidente Lula); 59) Escândalo da Nossa Caixa; 60) Escândalo da Quebra do Sigilo Bancário do Caseiro Francenildo (quarta grave crise política do governo Lula. Também conhecido como Caso Francenildo Santos Costa); 61) Escândalo das Cartilhas do PT - Escândalo do Banco BMG (Empréstimos para aposentados); 62) Escândalo do Proer; 63) Escândalo dos Fundos de Pensão 64); Escândalo dos Grampos na Abin; 65) Escândalo do Foro de São Paulo; 66) Esquema do Plano Safra Legal (Máfia dos Cupins); 67) Escândalo do Mensalinho; 68) Escândalo das Vendas de Madeira da Amazônia (ou Escândalo Ministério do Meio Ambiente); 69) 69 CPIs Abafadas pelo Geraldo Alckmin (em São Paulo); 70) Escândalo de Corrupção dos Ministros no Governo Lula; 71) Crise da Varig; 72) Escândalo das Sanguessugas (quinta grave crise política do governo Lula. Inicialmente conhecida como Operação Sanguessuga e Escândalo das Ambulâncias); 73) Escândalo dos Gastos de Combustíveis dos Deputados; 74) CPI da Imigração Ilegal; 75) CPI do Tráfico de Armas; 76) Escândalo da Suposta Ligação do PT com o PCC; 77) Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MLST; 78) Operação Confraria; 79) Operação Dominó; 80) Operação Saúva; 81) Escândalo do Vazamento de Informações da Operação Mão-de-Obra; 82) Escândalo dos Funcionários Federais Empregados que não Trabalhavam; 83) Mensalinho nas Prefeituras do Estado de São Paulo; 84) Escândalo dos Grampos no TSE; 85) Escândalo do Dossiê (Sexta grave crise política do governo Lula); 86) ONG Unitrabalho; 87) Escândalo dos Fiscais do IBAMA do Rio de Janeiro; 88) Escândalo da Renascer em Cristo; 89) Crise no Setor Aéreo; 90) Detalhes Adicionais; 91) Operação Hurricane (também conhecida Operação Furacão); 92) Operação Navalha; 93) Operação Xeque-Mate; 94) Operação Moeda Verde; 95) Caso Renan Calheiros; 96) Operação Sétimo Céu; 97) Operação Hurricane II (também conhecida Operação Furacão II); 98) Caso Joaquim Roriz (ou Operação Aquarela); 99) Operação Hurricane III (também conhecida Operação Furacão III); 100) Operação Águas Profundas (também conhecida como Caso Petrobras); 101) Escândalo do Corinthians (ou caso MSI); 102) Escândalo na Copa do Mundo 2014 (foi isento pelo PT aproximadamente 1,1 Bilhão de impostos para a FIFA).
Assim caminhou o PT até os dias atuais. O resultado disso é que as medidas anunciadas pelo governo do PT, na última segunda-feira, 14, servirão para acelerar a debandada petista e fazer o partido chegar ainda mais fragilizado nas eleições municipais do próximo ano.
O primeiro a fazer o alerta foi o senador Lindbergh Farias, do Rio de Janeiro, um dos parlamentares mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O governo atira contra a nossa própria base, o pessoal que costuma ir às ruas para defender o partido e nossas propostas”, disse o senador referindo-se ao pacote anunciado pelos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa. “Assim fica difícil”, completou Lindbergh.
Não é de hoje que o PT vem perdendo filiados. Desde o escândalo do Mensalão a legenda da estrela vermelha, que já foi reconhecida pela garra de seus simpatizantes, vem se esvaziando. Primeiro foram militantes, alguns históricos como o jurista Hélio Bicudo, que condenaram a compra de apoio político no Congresso e resolveram abandonar o PT. Depois, com o escândalo do Petrolão, a insatisfação aumentou e dezenas de prefeitos eleitos pelo partido buscaram novas legendas com o intuito de evitar que o desgaste da imagem da sigla contaminasse suas gestões e a possibilidade de serem reeleitos.
Apenas no Estado de São Paulo, aproximadamente 20% dos 68 prefeitos eleitos em 2012 já deixaram a agremiação e, segundo cálculos feitos pela direção nacional do PT, nos últimos meses mais de 130 outros prefeitos manifestaram o interesse de sair em todo o País. “Cerca de 80% desses se filiaram ao PT em 2011 quando houve a onda Lula”, disse um dirigente nacional da legenda tentando definir a diáspora petista como se fosse um movimento protagonizado apenas por oportunistas. Trata-se apenas de um discurso que procura tapar o sol com a peneira.
INSATISFAÇÃO GERAL
Depois de perder a senadora Marta Suplicy (SP), o PT deverá sofrer mais duas baixas de importantes lideranças no Senado. Em entrevista, o senador Paulo Paim, do Rio de Grande do Sul, afirma que até o final do ano deverá deixar a legenda. Um dos fundadores e ícone petista, Paim não está satisfeito com os rumos do PT e do governo comandado pela presidente Dilma Roussef. “Nós surgimos para fazer política de uma forma diferente, com ética e princípios que vêm sendo frequentemente agredidos por algumas lideranças”, diz Paim, que poderá nas próximas semanas ligar-se ao PSB, caminho escolhido por grande parte dos petistas
CLEPTOCRACIA
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e vice-presidente do TSE, sugeriu ao PT nesta sexta-feira, 18, que ‘faça um combate à corrupção, varra a roubalheira que ele instalou no País’. Ao ser indagado se tem medo do PT, que o ameaça processar por seu voto durante julgamento do STF – que por oito votos a três barrou as doações de empresas nas eleições -, o ministro disse. “Seria bom que eles processassem todas essas estruturas que eles montaram.”
As declarações do ministro foram dadas após ele participar de uma mesa de debate do Grupo de Estudos Tributários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo Gilmar Mendes, ‘na verdade o que se instalou no País nesses últimos anos está sendo revelado na Operação Lava Jato é um modelo de governança corrupta, algo que merece o nome claro de cleptocracia, isso que se instalou’.
Na avaliação do ministro, ‘infelizmente, para eles, e felizmente para o Brasil, deu errado’. Gilmar Mendes atribui ao PT a crise que abala o País. “Estamos nesse caos por conta desse método de governança corrupta. Temos hoje como metodo de governança um modelo cleptocrata.”
RENÚNCIA
A possibilidade de renúncia de Dilma Rousseff já não é descartada dentro do PT. Dirigentes históricos e ligados ao ex-presidente Lula acreditam que ela pode ser levada a uma atitude extrema em caso de total ingovernabilidade do país – o que poderia ocorrer na hipótese de derrota fragorosa do pacote fiscal enviado ao Congresso.
Ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) barre um processo de impeachment, os mesmos dirigentes acreditam que a situação do governo pode ficar insustentável. E que Dilma se retiraria para evitar uma conflagração no país. A presidente tem repetido que não renunciará ao mandato em nenhuma hipótese.
No PT é feito o cálculo de que Dilma tem cerca de três semanas para virar o jogo e se estabelecer novamente como única alternativa de poder no país até 2018.
Para o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, o PT acabou.
NOSSO PONTO DE VISTA
Somos sabedores de que algumas conquistas sociais são fruto do PT de ontem, do PT do retrovisor. Não do PT de hoje, em que seu mentor, José Dirceu, mesmo preso, consegue arrecadar 300 milhões em propina. O PT de hoje, confirma as palavras de Gilmar Mendes.
É certo que existem exceções à regra, dentro do próprio PT, mas, hoje, é inconcebível ver cidadãos de bem se candidatarem pelo partido.
É inconcebível, também, ver qualquer eleitor escolher candidatos que coadunem com essa situação.
No Tocantins não é diferente. Os quadros do partido que almejam alguma chance em 2016, ou colocam suas posições bem claras, hoje, à população, ou mudam de partido.
Quem viver, verá!
Nossas fontes em Brasília acabam de confirmar que o governador Marcelo Miranda reuniu-se ontem, no fim da tarde, com o vice-presidente da República e articulador político do Palácio do Planalto, Michel Temer. O encontro entre os dois foi acompanhado de perto pelos “3 Mosqueteiros” do PMDB tocantinense, Leomar Quintanilha, Derval de Paiva e Oswaldo Reis.
Por Edson Rodrigues
O assunto da reunião, obviamente, é o entendimento entre as alas que, hoje, dividem o PMDB do Tocantins ao meio, comandadas por um lado por Marcelo Miranda e por outro, pela senadora e ministra Kátia Abreu.
As fontes confirmaram que a convecção do PMDB tocantinense será efetivamente realizada, com toda a sua tramitação ocorrendo de forma legal, inclusive com a participação de um membro do TRE, que atuará como observador.
A reunião entre Marcelo e Temer só aumenta a expectativa em relação à dissolvição da Comissão Interventora e a formação de uma Comissão Provisória, que comandará as eleições nos Diretórios Municipais na próxima sexta-feira, uma vez que, com o estabelecimento da Comissão Interventora, os mandatos dos antigos delegados estariam vencidos, o que inviabilizaria qualquer tipo de eleição feita sem a autorização da cúpula nacional do partido.
Nossa equipe tentou contato, agora há pouco, com a deputada federal Josi Nunes, que corre por fora nos trabalhos de mobilização dos Diretórios Municipais, mas não obteve sucesso.
Vale ressaltar que a senadora e ministra Kátia Abreu estará amanhã em terras tocantinenses, quando fará o lançamento oficial do MATOPIBA, grande projeto agrícola que envolve os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e não está descartada a participação de Marcelo Miranda no evento e a possibilidade de que, enfim, ele e Kátia Abreu “fumem o cachimbo da paz” e selem, de vez um acordo para a governabilidade do Tocantins.
No final do segundo semestres de 2015, de 12 a 20 de outubro, a sociedade portuense vai celebrar um histórico aniversário, os 90 anos da passagem da Coluna Preste por Porto Nacional. Naquele longínquo1925, rebelados, seus comandantes, os frades dominicanos, as autoridades constituídas e toda a coletividade local, escreveram na linha do tempo um indissolúvel registro de convivência fraternal entre todos, o que muito contribuiu para a consolidação da vocação acolhedora desta centenária comunidade.
Por Edivaldo Rodrigues
A Coluna Prestes teve origem com o surgimento do Tenentismo. Esse movimento político-¬militar, que atuou no interior do Brasil, entre os anos de 1925 e 1927, tinha como bandeira um convincente discurso, tendo as reformas políticas e sociais e o contundente combate à forma administrativa do governo do presidente Artur Bernardes. Segundo estudiosos este foi, sem sombra de dúvida, o maior levante deste gênero já ocorrido no País, que promoveu a maior marcha militar já registrada no planeta.
Esse movimento, que conturbou a país, teve seu nascedouro após a derrota do Movimento Tenentista de São Paulo, em 1924. Deste levante, alguns descontentes recuaram para o interior sob o comando de Miguel Costa. No início de 1925 eles se depararam, no Estado do Paraná, com a Coluna do capitão Luiz Carlos Prestes, que havia partido do Rio Grande do Sul.
Durante todo este período, os rebelados mantinham um clima de batalha permanente, tendo sempre as forças federais em seu encalço, o que causava pavor nas regiões de combates, pois a Coluna Prestes mantinha um batalhão de 1700 homens, armados com uma artilharia pesada, que incluía fuzis, metralhadoras, canhões e bombas de alto poder de destruição. Nessa histórica marcha, a Coluna Prestes cortou o Brasil passando por vários estados, dentre eles Mato Grosso, Minas e Goiás, percorrendo tambémboa parte do Nordeste.
A Coluna Prestes, em toda sua história de enfrentamento com o exército, jamais foi vencida. Mesmo as forças oficiais tendo o apoio de bandos armados, de jagunços e cangaceiros, recrutados pelos coronéis e estimulados por promessas oficiais de anistia, Luiz Carlos Prestes e seus camaradas de ideais foram vitoriosos, tanto nas ações militares quantos nas pretensões políticas.
As notícias de que a Coluna Prestes passaria por Porto Nacional, virou alarme. Foi preocupado com a aproximação dos revoltosos, que tanto mal poderia provocar à comunidade portuense e região, que o Superior do Convento Santa Rosa, Frei José Maria Audrin, na ausência do Bispo Dom Domingos Carrerot, em viagem de desobriga pelo sertão nortense, enviou um emissário ao comando dos rebelados, levando a eles uma longa e decisiva carta, onde se suplicava aos militares que usassem do amor, da fraternidade e elevassem seus sentimentos patrióticos e familiares ao entrarem na cidade, pois o povo portuense os receberia com o devido respeito. Na carta, além do apelo de patriotismo aos revoltosos, o religioso francês, abriu a eles as portas do Convento Santa Rosa.
Na manhã do dia 12 de outubro de 1925 a coluna Prestes entrou em Porto Nacional. O sol começavaa lançar claridade sobre os telhados do casario, dos becos, ruas e ruelas da pacata cidade, quanto o Capitão Paulo Kruger, comandando o primeiro batalhão dos rebelados, com 500 soldados, adentrou o Largo das Mercês e foram imediatamente reconhecidos e recepcionados pelos frades dominicanos, autoridades municipais e populares.
Duas horas depois, pelo mesmo caminho, adentrou à cidade o segundo batalhão comandado pelo Tenente-Coronel João Alberto. Eram mais 700 homens que se juntaram à primeira tropa e passaram a aguardara chegada do último pelotão. E este não tardou. Era um efetivo composto por outros 500 soldados, tinha em seu comando o Tenente-Coronel Siqueira Campos, que como os demais, foi festejado pela comunidade portuense.
O largo da Catedral Nossa Senhora das Mercês já estava lotado de autoridades municipais, religioso, militares e de populares, quando o Estado Maior dos rebelados se aproximou para juntar-se ao restante da tropa. Na frente vinha General Miguel Costa, seguido pelos coronéis Luiz Carlos Prestes, Cordeiro de Farias e o Tenente-Coronel Juarez Távora. Após serem saudados pela multidão, imediatamente passaram a determinar deveres, direitos e obrigações a seus subordinados. Depois de um longo diálogo entre o Estado Maior da Coluna Prestes e Frei José MariaAudrin, ficou acertado que os comandantes dos revoltosos ficariam hospedados no Convento Santa Rosa e o restante da tropa seria dividia, em batalhões, com acampamentos nas cercanias da cidade, sendo que um grupo, revezando em turnos, montaria guarda nas entradas e nas principais ruas e becos de Porto Nacional. Foram de muitas confraternizações os sete dias em que a Coluna Prestes permaneceu na cidade.
No Convento Santa Rosa foram dias de longas conversas amistosas e muitas confidências entraram na pauta de discussão entre militares e religiosos. As refeições, para os oficiais dos rebelados, eram servidas na sala da biblioteca dos frades dominicanos e contavam com os mais saborosos pratos preparados pelas irmãs dominicanas.
Tanto no centro como nas cercanias de Porto Nacional reinava uma disciplina de caserna. Seguros da não existência da tão propalada violência, praticadas pelos revoltosos, muitas famílias que tinham abandonado seus lares retomaram à cidade. Nas tardes daqueles dias históricos, gaúchos, mineiros, goianos, dentre outros brasileiros, integrantes da Coluna Prestes, cantavam e dançavam, lembrando o calor de cada cultura de muitos brasis dentro deste Brasil continental.
Nas missas, na Catedral Nossa Senhora das Mercês, que passaram a ser celebradas diariamente, a pedido do alto comando dos rebeldes, para atender a fé dos combatentes, foram realizados muitos casamentos, crismas e batizados, pois centenas daqueles soldados, ingressaram naquela luta acompanhados pelas esposas ou namoradas e durante a marcha muitas crianças nasceram e muitos amores foram consolidados.
Para o Estado Maior da Coluna Prestes, Porto Nacional serviu como um bálsamo naquela dura batalha pela vida e pela justiça social. Ali, tanto o oficialato como os soldados, passaram a ter uma convivência mais racional, mas humana e harmoniosa, a ponto de grande parte da tropa, juntamente com seus comandantes, passar boa parte das tardes, banhando nas límpidas águas do rio Tocantins, a brincar com a criançada local, lavando ali as desesperanças de não se alcançar o ideal pretendido.
Foi numa destas tardes que desavisadamente o coronel Luiz Carlos Prestes, o “Cavaleiro daEsperança”, ousou desafiar as temidas águas do rio Tocantins. Ali, nos lajedos da “escadinha”, onde boa parteda sociedade portuense de então tonava banho, ele foi tragado pelas corredeiras e já agarrado aos fios invisíveis do desespero, foi providencialmente salvo da morte certa pelo Major Márcio Alves Lira.
Na madrugada do dia 20 de outubro de 1925, após uma semana em terras portuenses, a Coluna Prestes levantou acampamento e seguindo suas estratégias militares, retirou, um a um os seus batalhões, que voltaram a marchar e a buscar os mais puros e sublimes ideais já defendidos pelos militares brasileiros. Preocupado com o desfecho, que poderia vitimar aqueles destemidos homens, Frei José Maria Audrin, no dia seguinte à partida, enviou-lhes nova missiva. Desta feita, na busca desesperada da paz entre a Coluna Prestes e as topas do Governo Federal.