O governador Marcelo Miranda pediu empenho de todos para reduzir as queimadas no Estado
Por: Seleucia Fontes
A mobilização do Governo do Estado para reduzir o número de focos de calor e queimadas nos municípios chegará, também, nas 518 escolas da rede estadual de ensino, na forma de um projeto de educação ambiental a ser desenvolvido no segundo semestre letivo. É o que infomou a secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes, professora Wanessa Zavarese Sechim, na manhã desta quinta, 6, durante solenidade de assinatura, no Palácio Araguaia, do Decreto de Emergência Ambiental que declara situação de risco de desastre ambiental em sete municípios.
“A Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes tem cadeira no Comitê de Controle e Combate a Incêndios e Queimadas, e nossos representantes, junto aos integrantes das demais pastas envolvidas, estarão unidos nesta força tarefa determinada pelo nosso governador Marcelo Miranda”, explicou a Wanessa, reiterando que ainda no mês de julho ocorrerá uma reunião com os diretores regionais de ensino para tratar do assunto. “Passaremos todas as orientações para esse trabalho, que começará no segundo semestre”, garantiu.
A ação conjunta para a execução das ações de combate e prevenção a incêndios florestais e queimadas conta ainda com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, o Exército, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros órgãos.
“Não estamos satisfeitos em ser o segundo Estado do País em número de queimadas”, enfatizou a gestora, ao explicar que a participação da Secretaria neste projeto é de conscientização e prevenção ao prejuízo que as queimadas trazem ao meio ambiente. “A Seduc entra na força tarefa com campanha educativa, trabalhando com a temática das queimadas como tema transversal em todas as disciplinas, em todas as escolas da rede estadual. Queremos trabalhar com alunos, professores, pais, comunidade em geral”, completou.
Segundo a gerente de Educação Ambiental da Seduc, Rosalice Ferreira Silva, a equipe do setor iniciará de imediato a formatação de um projeto que contemple todas as escolas da rede estadual.
Durante a assinatura do decreto, o governador Marcelo Miranda reiterou que todos os participantes da força tarefa, incluindo governo federal e instituições parceiras estão empenhados em redobrar as atenções para este problema, que todos os anos acarretam incontáveis prejuízos ao Estado.
Enquanto o presidente Michel Temer viaja para a Alemanha, começa a debandada na sua base aliada, com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, acenando com Rodrigo Maia como o único capaz de reunir os partidos em torno de si para tocar um governo de transição. Maia não desmente nem confirma, mas, segundo os analistas, está gostando cada vez mais da ideia de comandar o país. Caso essa tendência se confirme, inclusive com uma lista que reúne 13 nomes do PMDB que votariam em favor da abertura de processo contra Teme na Câmara Federal, o presidente será afastado por 120 dias e Maia ficará com a “caneta” na mão, fato que, comprovadamente, vicia, podendo configurar a queda concreta de Michel Temer.
Em outra seara, a Operação Lava Jato sofreu um enorme revés, ao ter os delegados que atuavam nas operações redistribuídos para outros estados, perdendo, assim, a sua força de pragmatismo em relação às operações. A desculpa para o fato é a falta de recursos.
Tasso vê Rodrigo Maia como solução para eventual transição até 2018
O presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse nesta quinta (6) que o governo está perdendo a capacidade de governabilidade e que o futuro de Michel Temer depende, principalmente, do partido dele, o PMDB. Para Tasso, se o relator da denúncia, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), apresentar parecer pelo acolhimento, "não há mais o que fazer". O presidente interino do PSDB vê no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ0, as condições para reunir os partidos e fazer uma eventual transição até 2018. Tasso conversou na noite de quarta (5) com Maia.
A possibilidade de delação premiada do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para Tasso, agrava ainda mais a situação de Temer. Ele disse não haver possibilidade de pressão do governo sobre a base para garantir votos a favor do presidente.
"Ninguém faz pressão contra fatos. O que precisamos é encontrar alguma estabilidade para o país", disse o senador.
Se Temer for afastado do mandato, por eventual decisão do Supremo de torná-lo réu, quem assume é Rodrigo Maia.
Ele disse ainda que, se continuar na presidência do PSDB, vai propor ao partido defender o parlamentarismo no país, a partir de 2022, sendo que o eleito em 2018 teria a missão de preparar o país para a mudança do sistema de governo.
"O que estamos vivendo é um arremedo de parlamentarismo, sem as vantagens de sistema parlamentarista e com as desvantagens do presidencialismo", disse ele, explicando que o Parlamento tem poderes sem as responsabilidades impostas pelo parlamentarismo.
Ele recordou que o PSDB defende o parlamentarismo e que já é hora de retomar essa discussão no Congresso, agora como forma de dar estão estabilidade ao país.
Maia gosta cada vez mais da ideia de substituir temer
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ainda não conspira contra Michel Temer, mas aquele aliado incondicional de todas as horas já cedeu lugar a um torcedor contra o presidente. Sua decisão de voto ao microfone, como pediu a oposição, sobre o recebimento da denúncia de Rodrigo Janot, foi interpretada como sinal do desembarque de Maia. “Só falta marcar a sessão para um domingo...”, ironizou um ministro. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Se Temer cair, Rodrigo Maia será presidente no mínimo por 30 dias. Com Temer destituído, poderá ser eleito pela via indireta.
A visita de Rodrigo Maia à ministra Cármen Lúcia (STF) foi interpretada também como um toque de desprestígio do presidente da República.
Um aliado faria votação eletrônica, na denúncia, mas Maia optou pela solução a Eduardo Cunha, que complicou Dilma no impeachment.
A lista dos dissidentes
Uma lista encontrada sobre uma das mesas da liderança do PMDB na Câmara dos Deputados está causando tumulto entre parlamentares da legenda. O papel sugere que 13 deputados do partido votarão pela admissibilidade da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Entre eles está o relator da denúncia, Sergio Zveiter (RJ).
Ao saber que seu nome estava entre os 13 listados, o deputado Marcelo Castro (PI) ficou chateado. Reclamou da inclusão de seu nome mesmo sem ter sido consultado. Castro, que foi ministro da Saúde no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, se manteve fiel à petista até o fim. Apesar da contrariedade, segundo outro deputado da legenda, Castro não garantiu que ficará ao lado de Temer.
PF remove núcleo de delegados da Lava Jato
A Polícia Federal (PF) encerrou o núcleo de trabalho específico voltado para a Operação Lava Jato em Curitiba. Em nota, a direção-geral da PF confirmou que os investigadores passarão a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor). A mesma medida será aplicada ao grupo que tratava da Operação Carne Fraca. Segundo a PF, a mudança no grupo de trabalho segue o modelo adotado nas demais superintendências espalhadas pelo país.
A direção-geral da PF diz que a integração levou em conta o fato de que cada delegado da Lava Jato conduzia cerca de vinte inquéritos. Para a PF, os resultados alcançados com a prática são “altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo”.
A PF justifica que a decisão de acabar com o núcleo de Curitiba tem o objetivo de priorizar as investigações de maior potencial de dano ao Erário. A direção-geral alega que a medida permitirá o “aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações”.
PRF suspende ações no Tocantins
Polícia Rodoviária Federal suspendeu as rondas ostensivas e as fiscalizações com radares móveis nas rodovias federais que cortam o Tocantins. A medida foi anunciada após a PRF sofrer um corte de aproximadamente 44% no orçamento em todo o país. Pela nova orientação divulgada, as equipes só poderão se deslocar dos postos de fiscalização em caso de emergências.
A PRF afirma que as medidas são temporárias e devem ser aplicadas de forma a gerar o menor impacto possível no cotidiano. Julho é um dos meses mais movimentados nas estradas do estado em função da temporada de praias e a informação preocupou quem usa estradas como a BR-153 com frequência.
"Fica a porta aberta para o ladrão, né? Com certeza!", disse o caminhoneiro Ederson Schitz, que ganha a vida fazendo fretes. Opinião parecida com a do empresário Pedro Oliveira, "Eu acho que não deveria eles se acomodares e deixar pela vontade dos motoristas. A gente vê muita imprudência por aí, sabe?".
O Ministério da Justiça diz que o corte de gastos foi necessário para fechar as contas do governo federal e que a medida atingiu todos os órgãos da União e não só a PRF.
STJ nega a Lula fim de investigação sobre acervo encontrado em seu poder
O ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou um pedido de liminar feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender diligências em curso sobre a real propriedade de bens do acervo presidencial.
Após pedido do Ministério Público Federal, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba - base e origem da Operação Lava Jato -, solicitou à Secretaria da Presidência da República o exame de bens apreendidos em uma etapa da investigação para verificar se os itens deveriam ter sido incorporados ao patrimônio da União, ou se são objetos pessoais do ex-presidente.
A defesa de Lula alegou "constrangimento ilegal com o procedimento, decorrente da absoluta incompetência da autoridade coatora para praticar tal ato", e que o ex-presidente "corre o risco de perda de titularidade dos bens". Por isso, pediu a suspensão do procedimento.
Para o ministro relator, não há flagrante ilegalidade na medida adotada por Moro, o que inviabiliza a liminar. Fischer destacou que a destinação de bens objeto de busca e apreensão criminal compete ao juízo criminal que detém a custódia dos bens arrecadados, e se houver dúvida acerca de sua real propriedade, o juízo pode praticar atos com o objetivo de esclarecê-la antes de decidir pela devolução ao legítimo proprietário.
Gddel chora em depoimento
Ao final do depoimento de 1h23 minutos que deu ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, Geddel Vieira Lima caiu no choro ao ouvir que vai permanecer na prisão por tempo indeterminado.
Vallisney não deu prazo para a saída de Geddel, mas disse que vai analisar o pedido de soltura novamente na próxima semana.
Conhecido pela postura rígida, ele negou ainda a aplicação de medidas alternativas pedidas pela defesa de Geddel. Entre os apelos, os advogados solicitaram a prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica.
“Tenho a crença inabalável, convicção, de que em nenhum momento tomei nenhuma atitude que pudesse ser de longe interpretada como embaraço à Justiça ou às investigações, muito ao reverso”, disse.
Fachin libera investigação contra políticos do PP
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para análise a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete políticos do PP. A acusação, no âmbito da Operação Lava Jato, aponta que empresas ligadas à Odebrecht usaram contas internacionais para efetuar pagamentos de propina ao partido. O STF está atualmente em recesso e não há data para a análise da denúncia acontecer.
O principal beneficiário do esquema era o ex-deputado João Pizzolatti (SC). Além de Pizzolatti, foram denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os deputados federais Arthur Lira (AL), Mário Negromonte Júnior (BA), Luiz Fernando Faria (MG), José Otávio Germano (RS), Roberto Britto (BA) e o ex-deputado e ex-ministro das Cidades do governo Dilma, Mario Negromonte (BA).
Gilmar Mendes ri sobre sua saída do STF
O ministro Gilmar Mendes recorreu à sua página no Twitter para rebater os rumores de que poderia deixar o Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro, para concorrer a uma vaga no Senado. Ele disse que as informações são “fake news” (notícias falsas).
“Sair do STF?! FAKE NEWS!!! Não pretendo sair do STF tão cedo, ao contrário do que muita gente diz”, publicou o ministro.
A postagem provocou diversas reações de seguidores de Gilmar na rede social. Muitas das mensagens eram de pessoas insatisfeitas com as críticas feitas pelo ministro à Operação Lava Jato.
Gilmar disse na última semana que a Lava Jato criou um “tipo de direito penal de Curitiba”, em alusão às decisões tomadas pelo juiz Sergio Moro e pelos procuradores federais responsáveis pela operação na primeira instância.
Por Thaís Souza
Gestores municipais das áreas política e assistência social, além de representantes de organizações não governamentais que desenvolvem projetos voltados para a juventude, participam nesta quinta-feira, 6, de uma oficina do Programa Identidade Jovem (ID Jovem). O encontro acontece no auditório do Hotel Rio Sono das 8h às 12h e das 14h às 18h.
Promovido pela Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), em parceria com o Governo Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes, o evento objetiva apresentar aos gestores o programa, bem como sensibilizá-los sobre a importância da divulgação, fiscalização e efetivação do projeto. A intenção é que sejam alcançados os 139 municípios tocantinenses.
De acordo com o superintendente da Juventude no Tocantins, Ricardo Ribeirinha, “a capacitação garantirá que os gestores mobilizem seus municípios para que os jovens realizem o cadastro no programa, além de ensiná-los sobre a implantação do decreto que efetiva como lei o ID Jovem no município”, explicou. A apresentação do projeto e das etapas de desenvolvimento será realizada pelo consultor da Secretaria Nacional da Juventude e responsável pela implantação do ID Jovem no Tocantins, Lucas Patrick dos Santos Gonçalves.
Programa
Criado em 2016, a Identidade Jovem é o documento que possibilita aos jovens de 15 a 29 anos, com renda mensal de até dois salários mínimos, acesso a benefícios como meia-entrada em eventos artístico-culturais e esportivos e vagas gratuitas ou com desconto no transporte coletivo interestadual. Para ter direito a ID é necessário estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico).
Comitê de Fiscalização
O gerente de Programas e Projetos da Superintendência da Juventude, Gustavo Gama, explicou que, no Tocantins, cabe à Superintendência implantar o Comitê Permanente de Fiscalização. “O Comitê é um órgão colegiado composto por representantes de diversos segmentos que vão auxiliar na aplicação do Programa e na fiscalização das empresas que são obrigadas a prestar estes serviços. Além disso, a Superintendência dará suporte aos municípios para que os comitês semelhantes sejam implantados e as políticas públicas efetivadas”, destacou.
Gustavo Gama salientou ainda que, dentre as instituições fiscalizadoras estão a Agência Tocantinense de Regulação (ATR) e a Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon), no entanto todos os demais órgãos e cidadãos podem acionar as autoridades competentes e denunciar o não cumprimento da Lei.
Lançamento
No Tocantins, o programa será lançado na próxima sexta-feira, 7, às 8h, no Palácio Araguaia, com a presença de representantes da juventude tocantinense e autoridades, dentre elas, o secretário Nacional de Juventude, Assis Filho; o presidente Nacional do Fórum de Gestores Estaduais de Juventude, Leonardo Felipe Marques de Souza; e a secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes, Wanessa Zavarese Sechim.
Marcelo Miranda destacou escolhas acertadas da ex-reitora Elizângela ao definir equipe e diz que profissionais estão preparados para assumir Unitins Por Charlyne Suesta O governador Marcelo Miranda empossou a professora Suely Cabral Quixabeira Araújo para assumir a reitoria da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), na tarde desta quarta-feira, 5. A docente já respondia pelo cargo desde março, quando a então reitora Elizângela Glória Cardoso se afastou para tratamento de saúde. Elizângela Glória faleceu no mês de junho, durante o tratamento. Como vice-reitora, o governador nomeou a professora Simone Brito, até então pró-reitora de Extensão da Unitins, que também respondeu pela Reitoria da Universidade no período de novembro/2016 a fevereiro/2017, quando Elizângela já se encontrava de licença médica e Suely estava em gozo de licença maternidade. Sobre as escolhas para os cargos, Marcelo Miranda destacou que as fez em respeito e reconhecimento ao trabalho da professora Elizângela Glória. “Há um ditado popular que diz que em time que está ganhando não se mexe. E todos os reservas desse time estão aptos a assumir. Então, é natural que a gente mantenha essa equipe da Unitins, profissionais que começaram o trabalho com a reitora Elizângela, que foram preparados por ela e que darão continuidade aos projetos e trarão ainda mais conquistas para a Unitins”, ressaltou o Governador. Suely Quixabeira disse que recebe a nomeação com muita responsabilidade, já que tem a missão e o objetivo de dar continuidade à gestão democrática e de sucesso da ex-reitora Elizângela Glória. Simone Brito ressaltou que a reitoria continuará com uma gestão transparente e democrática. Suely Quixabeira Suely Cabral Quixabeira Araújo é graduada em Serviço Social pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra), mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/GO), especialista em Administração e Planejamento de Projetos Sociais. É docente da Unitins no curso de Serviço Social desde 2006. Na universidade, já exerceu o cargo de pró-reitora de Graduação, Coordenadora do curso de Serviço Social nas modalidades EAD e Presencial, e vice-reitora da Unitins, de janeiro de 2015 a junho de 2017. Simone Brito Simone Pereira Brito é assistente social especialista em Gestão do Sistema Único de Assistência Social e em Gestão Pública. Exerceu os cargos de secretária de Ação Social e Habitação e secretária da Cidadania e da Mulher de Palmas, capital do Tocantins. Foi coordenadora e diretora da Criança e do Adolescente da Secretaria de Estado do Trabalho e Assistência Social (Setas) e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. Atuou na Defensoria Pública do Estado do Tocantins na área de planejamento, elaboração de projetos e captação de recursos. Atuou como coordenadora pedagógica e foi professora da Escola de Conselhos de Direitos e Tutelares da Unitins desde 2009. É militante no campo dos direitos humanos de crianças e adolescentes, tendo sido coordenadora geral do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-TO). É professora do curso de Serviço Social da Unitins desde 2015, quando também assumiu a Pró-Reitoria de Extensão da instituição, cargo que ocupava até este momento.
Entre os últimos dias de março e o raiar de abril de 1964, após turbulento processo político encabeçado pela extrema direita brasileira, que se escorou nas Forças Armadas, forçando uma estratégica movimentação das tropas, o presidente João Goulart foi deposto Por Edivaldo Rodrigues
Em todo o Brasil focos de resistência se estruturaram e o combate aos generais governantes se consolidou, tendo em suas fileiras a expressividade de intelectuais renomados, políticos compromissados com os interesses do povo e principalmente jovens idealistas.
Em Porto Nacional, celeiro de cultura nacionalmente reconhecida, muitos de seus filhos, quase todos nascidos dentro das cercanias limítrofes que mais tarde se consolidaria ficticiamente como Vila Xurupita, foram vitimas deste conflito, dentre eles Pedro Tierra, Atos Pereira, Professora Dagmar, Cristóvão Teixeira, Getúlio Matos, Edmilson Pereira, que, por definitivo, tiveram suas vidas transformadas.
Não se sabe se pela expressiva capacidade intelectual da coletividade portuense, que imediatamente se posicionou contra o Golpe Militar de 1964, ou se por ser este município, na época, estratégico geograficamente e por isso membro do Conselho Militar das Américas, responsável pela elaboração do Tratado da Rota Aérea Internacional, o certo é que tanto o Exército, quanto a Aeronáutica, basearam, por muito tempo, centenas de seus homens no aeroporto local da cidade, oportunidade em que agiam dissimulados, camuflados em suas intenções e assim se portavam simpáticos para com os portuenses, criando com isso uma relação falsa de respeito e até de cordialidade, influenciando negativamente muitos jovens da localidade, desavisados daquela impositiva realidade ditatorial.
A chegada dos militares do regime golpistas a Porto Nacional, liderados por experientes pilotos de caças, na função de patrulha, além de comandantes de aviões de combate e de helicópteros, atiçaram a imaginação desses jovens sonhadores, que passaram a planejar uma ligação apaixonada com novas esperanças a serem alcançadas. Estes, oriundos das principais famílias portuense, passaram a desenhar mentalmente um futuro promissor para suas vidas, gravitavam pelo território da ficcional Vila Xurupita, aglomerado humano formado pelo largo da Catedral Nossa Senhora das Mercês e suas artérias viárias convergentes.
O ápice desse período se deu em janeiro de 1967, quando o grupamento de paraquedistas da Aeronáutica fez uma serie de exercícios nos céus de Porto Nacional. Vários desse militares desceram, com suas asas de lona, na Pracinha das Mercês, futuro “QG da Vila Xurupita”, e na Praça do Centenário. Nas duas localidades a tropa já era aguardada por dezenas de crianças e adolescentes, que a partir daquele momento passaram a planejar os próprios voos e pular com seus “paraquedas improvisados”, como sombrinhas e guarda-chuvas, além de outras invencionices moldadas com lençóis, cobertores e toalhas. Todo este aparato de tecido atado improvisadamente nas quatro pontas com cordas, arames e até barbantes.
As duas principais torres da Catedral Nossa Senhora das Mercês e um rochedo gigante, lambido pelas águas do rio Tocantins, seriam as rampas de partidas das traquinagens aéreas dos xurupitenses. Aprisionando as correntes daquela caudalosa aquavia, o Terceiro Paredão se apresentava imponente aos olhos de todos, que sem nenhuma outra referência, enxergavam nele uma altura abismal. Não muito diferente o campanário da igreja avançavam em direção ao céu, desenhando um “Altar de Perra Canga”, segredando sinos, morcegos e histórias. Dali, daqueles dois pontos estratégicos e antagônicos, crianças e adolescentes, daquela secular região de Porto Nacional, queriam imitar os opressores de 64, pois enxergavam em suas ações de ditadores uma outra forma de liberdade, para eles a liberdade enraizada nas asas do vento.
No dia 27 de fevereiro de 1967, sem nenhuma explicação plausível, foi anunciada a chegada do presidente da República, General Humberto Castelo Branco a Porto Nacional. Antes dele, cerca de 20 paraquedistas fortemente armados, coloriram de verde o céu portuense e desceram no aeroporto local com a missão de promover a segurança daquela autoridade. Os olhos das crianças e adolescentes paralisados pelas ruas, ruelas, becos e ladeiras da cidade, voltaram a brilhar e novas ideias começaram a tomar corpo, principalmente na cabeça de Dominguim Boy, que queria voar com suas próprias asas, e Eteraldo “O Malvado”, pretendente saltar livre por entre as nuvens.
Naquele período de chumbo, sangue, lágrimas e desesperanças, os anos corriam na velocidade da busca das liberdades cidadãs, e por isso, após meses incontáveis, dedicados a estudos aprofundados, Dominguim Boy, que liderou um projeto secreto para voar, preparou-se paciencioso para imitar os pássaros. Durante longas noites ele trabalhou na construção de um par de asas para que pudesse vagar pelas nuvens. Num “laboratório científico” improvisado, segredado por entre frondosas mangueiras, que sombreavam monturos e criações domésticas, que davam vida e burburinho àqueles largos quitais dos casarões da secular Rua do Cabaçaco, foi moldado um ousado e visionário projeto de liberdade.
Dominguim Boy, assessorado por seus mais próximos amigos, manuseou materiais caseiros, como arames, barbantes, tecido, penas de aves e algumas pedras que, segundo o mesmo, era para formar o contrapeso do seu corpo e desviar o balanço do pé do vento. Já Eteraldo “O Malvado”, que era um rapaz estranho, solitário e perverso, pois capturava pássaros em alçapões e arapucas e, em seguida, usando uma tesoura, cortava as duas pernas das minúsculas aves e as soltava num voo de encontro à morte certa, queria simplesmente ser o primeiro a saltar das torres da Catedral Nossa Senhora das Mercês, usando uma das sobrinhas de sua mãe.
E ele conseguiu. Furtivo e rasteiro Eteraldo “O Malvado” driblou “Seu Manel”, mítico guardião do mais emblemático tempo católico da Região Norte do Brasil, e no inicio de uma noite serena ele executou seu salto. Como era esperado por todos que conheciam as leis da física, a sobrinha fechou-se ao contrário e aquele pretendente a paraquedista despencou-se desprotegido, atingindo o solo com extrema violência, quebrando gravemente os pés, tornozelos e joelhos, o que obrigou seus pais a procurar tratamento especializado em Goiânia, onde o jovem portuense foi acometido por uma grave infecção bacteriana, o que levou a amputação de suas duas pernas. Quando a noticia chegou a Porto Nacional, muitos que o conheciam lembraram dos minúsculos pássaros com as pernas cortadas por ele.
O acidente de Eteraldo “O Malvado” virou tema de acalorados debates familiares, obrigando pais a alertar professores e estes a oficializar suas preocupações ao clero local. A tragédia anunciada obrigou os padres dominicanos a lacrar, com cadeados, as várias portas de acesso às principais torres da Catedral Nossa Senhora das Mercês. Precavidos, os religiosos franceses também aumentaram o número de seminaristas, exercendo o papel de vigias, na tentativa de vetar a escalada das paredes da igreja por alguns mais afoitos que elegeram o telhado daquele “Altar de Pedra Canga” como pista de saltos para voos.
Com esse impedimento ocorreu então a definitiva migração, em massa, desses “ícaros de primeira viagem”, para o Terceiro Paredão. Ali, todos os finais de semana, durante um longo tempo, ocorreram saltos de todos os tipos. Sombrinhas, guarda-chuvas, cobertores, toalhas de mesa, lençóis com as pontas amarradas por cordas, arames ou barbantes, coloriam o céu sobre o rio Tocantins, que em suas águas recebiam um especial grupo de sonhadores. Na “Semana da Asa” de 1974, as ribanceiras do Porto da Manga pareciam um formigueiro, e sempre no entardecer, num canto observando o burburinho, Dominguim Boy media e pesava o tempo, na expectativa do seu voo, que aconteceria na manhã do dia de domingo, final das celebrações que homenageavam aos aeronautas brasileiros, quando suas “Asas de Pedras” estariam prontas.
Ao raiar daquele dia histórico, após os ajustes finais no par de asas, construídas com tecidos, penas de aves, arame, barbantes e algumas pedras e a realização dos últimos encaixes no corpo, Dominguim Boy, sempre ladeado por seus principais assessores, dentre eles Dilmar Aires, Gá, Torres, Mercês Porroma, Dídimo, Nego Pacari e Capanga, partiu rumo ao Porto da Manga. Ele ia voar. A notícia correu a cidade e muitos curiosos invadiram as ribanceiras do rio Tocantins, próximas ao Terceiro Paredão, para presenciar o que com certeza se tornaria um acontecimento impar. E lá, daquele rochedo edificado pelas mãos da natureza, um corpo esguio, miúdo, de pele escura e cabelos crespos na moda “Black Power”, abriu os braços, moldurados por aquelas asas de sonhos e se lançou no vazio.
Ali, naquele rochedo secular, lambido pelo vento e pelas límpidas e bravias águas do rio Tocantins, se encontravam dezenas de admiradores daquele “jovem cientista”. A pequena multidão, organizada pelo respeitado Soldado Odonel, que impunha respeito a partir de sua barriga descomunal, era composta por adolescentes como os irmãos Cristóvão, Paulo, Pedro e Bira, além dos curiosos Honorinho, Vando e Gilmar, Teinha, Vanderlei, Neurimar e Lorivan, Tuzu, Pacau, Nem Capeta, Gabriel e Nego Tata, dentro outros. Naquele instante, um sem número de olhos arregalados focaram o menino-pássaro que abria e fechava suas “Asas de Pedras”, plainando suave no ar, fazendo volteios elegantes e impossíveis para os que não ousaram sonhar. Após um incontável tempo, Dominguim Boy abraçou as nuvens e em seguida pousou suave, no que foi ovacionado por aquela massa de admiradores. Assim era a Vila Xurupita.