DERVAL DE PAIVA DEFENDE SAÍDA TOTAL DO PMDB DO GOVERNO DILMA E DIZ QUE TEMER PODE UNIR PAÍS

Posted On Quinta, 17 Dezembro 2015 08:13
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Presidente do partido no Tocantins envia carta à cúpula nacional indicando apoio ao presidente nacional e defendendo ruptura

Por Edson Rodrigues

“Lembra do Itamar?”
Foi mais ou menos assim, com seu jeito simples, que o presidente do PMDB do Tocantins, Derval de Paiva se dirigiu à cúpula nacional do PMDB, antes da reunião ocorrida nesta quarta-feira em Brasília, para barrar a filiação oportunista ao partido de políticos interessados apenas em defender interesses restritos.
Derval voltou na história política brasileira para pavimentar a sua sugestão, lembrando que após o impeachment de Fernando Collor, Itamar Franco , que vinha sendo mantido como vice-presidente “decorativo”, montou uma equipe de ministros forte e capacitada que tirou o País da recessão e deu novos rumos à economia brasielira.
Para Derval, Michel Temer é tão ou mais capaz de encontrar caminhos para que o País saia do atoleiro político e econômico que se encontra e, já que o processo de impeachment foi aberto – o que, para ele, era desnecessário – que o PMDB assuma o protagonismo de vez e entregue todos os ministérios, firmando seu posicionamento contra o governo petista.
Derval, do alto de sua experiência de diversos mandatos eletivos, de senador a deputado federal, secretário de estado e articulador político, diz na carta que há meios e meios de o PMDB ajudar na governabiliade do País, mas que isso não significa que tenha que fazer parte da base aliada.
A carta de Derval é um recado claro sobre o posicionamento do PMDB tocantinense contra a ação dodeputado federal Leonardo Picciani (RJ), que tenta conseguir filiar parlamentares para voltar à liderança do partido na Câmara, da qual foi destituído semana passada.

O DESTINO DE KÁTIA ABFEU


Derval de Paiva tem suas origens atreladas ao MDB, logo é um peemedebista genuíno e não é por acaso que preside o PMDB tocantinense.
O conteúdo da carta que enviou à cúpula nacional do partido deixa claro que, antes de assumir esse posicionamento Derval obteve a chancela dos demais caciques estaduais, assim como dos demais companheiros de diretório que pertencem aos 70% fiéis ao governador Marcelo Miranda, o que indica um claro isolamento dos peemedebistas que apóiam a senadora e ministra Kátia Abreu.
Com sua liderança cada vez mais enfraquecida dentro do partido, não resta outro caminho à Kátia Abreu senão correr para os braços do PSD, partido que, inclusive, ajudou a criar e do qual seu filho é o presidente estadual no Tocantins.
Entre o posicionamento do partido do qual faz parte e sua amizade pessoal com a presidente Dilma Rousseff, Kátia vem demonstrando que prefere a amizade com a petista. Como o PSD faz parte da base de apoio do Palácio do Planalto, nada mais natural que essa mudança se concretizar.
O certo é que com o posicionamento efetivo adotado por Derval e pelo PMDB “marcelista” do Tocantins, uma nova fotografia do partido se forma – fala-se até em “caça às bruxas”. Resta saber, como o governador vai equacionar a questão dos membros do PT em seu governo, uma vez que há a possibilidade de uma decisão, a ser publicada em março do ano que vem, impedindo os diretórios estaduais e municipais do PMDB de fazer qualquer tipod e coligação ou aliança com o PT .
Algumas tarefas serão fáceis, como o inapetente secretário da Educação. Já outras, nem tanto, como o caso do líder do governo na Assembleia Legislativa, Paulo Mourão.
Conhecido como turrão, mal-humorado, mas extremamente fiel, Mourão mostrou serviço como líder do governo, mas sua permanência no posto fica quase inviável com essa nova configuração.
Justamente por ser fiel, Mourão deve bater pé e permanecer no PT. Esse seu posicionamento junto com a insatisfação do PMDB portuense com sua presença no governo (em sua cidade natal, Mourão jamais contaria com o apoio do PMDB em quaisquer candidaturas que se aventurasse), coloca nas mãos de Marcelo Miranda um verdadeiro “abacaxi” a ser descascado.
Finalmente vai-se poder saber quem é quem no diretório tocantinense do PMDB.
Quem viver verá!