EM ANO DE ELEIÇÕES MUNICIPAIS, O TRADICIONAL PMDB INEXISTE EM PORTO NACIONAL E DEIXA ELEITORES ÓRFÃOS

Posted On Terça, 12 Janeiro 2016 08:17
Avalie este item
(0 votos)

Por Edson Rodrigues

 

Ainda na década de 1960 o PSD era o partido da resistência à ditadura militar, então apoiada pela UDN.  Porto Nacional se destacava como o centro das decisões políticas de toda a Região Norte, sediando, inclusive, o Cenog, Centro de Estudos do Norte Goiano, entidade estudantil que resistia ao regime ditatorial que governava o Brasil, quando aconteceu o Golpe Militar de 64. Nessa época, Porto Nacional foi a cidade que, proporcionalmente, mais teve presos políticos na região, 90% deles estudantes universitários filhos da cidade, como Atos Pereira, Daguimar Pereira, Manoel Getúlio, Pedro Tierra e Pedro Pinto, entre outros.

A esses pioneiros, seguiram-se nomes de relevância, que escolheram o PMDB por seus ideais e bandeiras democráticas, como Baylon Pedreira, Dr. Condim, Dr. Merval Pimenta, Jurimar Macedo, Manoel Pedreira, Aniso Costa, Marco Antônio Costa, Dr. Buty, Batista Pereira, Joaquim Medrado, Anderson Costa, entre outros, que além de cargos eletivos sempre estiveram marcando presença em cargos dos primeiros escalões dos governos de Maoisés Avelino e Marcelo Miranda.

Dessa luta, o PSD virou MDB, depois PMDB e elegeu prefeitos como Jaime Farias, Osterno Alencar, Dr. Antônio coelho dos Santos, Jurimar Macedo e o saudoso Euvaldo Thomaz de Souza.

Mesmo embasado em uma história tão rica, com quadros tão ilibados e de serviços prestados, o PMDB portuense iniciou um processo lento de deterioração, de evaporação, a passos de jabuti, como um elefante na areia movediça, em que, a cada movimento de centímetros à frente, afundava metros na lama do enfraquecimento político.

Essa caminhada rumo à insignificância política resultou em um partido praticamente sem representatividades significativas, desde o Legislativo Municipal até o Legislativo Estadual, sem contar a inexistência de representantes portuenses do 4º ao 1º escalões do atual governo estadual que, por incrível que pareça, é do PMDB. 

A que ponto chegamos?!

 

ÊXODO E INFLUÊNCIA “EXTERNA”

Neste ano eleitoral, em que no dia 2 de outubro escolheremos vereadores, prefeitos e vices, o PMDB, que teve seu berço em Porto Nacional e que tem um de seus líderes, Marcelo Miranda, como governador, não tem na cidade um Diretório ou uma Comissão provisória sequer.

Os membros do PMDB portuense, dos históricos aos novatos, que pretendem disputar cargos eletivos nestas eleições, devem estar preparando uma saída em massa do partido, rumo a legendas que sejam, pelo menos, mais organizadas e que se interessem pelo futuro político dos seus quadros.  Dia 30 de março será o último dia para esse tipo de movimentação, logo, as movimentações já devem estar frenéticas.

Outro ponto que enfraquece ainda mais o PMDB de Porto Nacional é o fato de que é tido como certo que a senadora e ministra Kátia Abreu, que lidera uma das alas do partido no Estado, já garantiu um palanque na cidade.  Palanque esse que responde pelo nome de Otoniel Andrade, que deve ser seguido pela maioria dos “modebas” insatisfeitos com a inoperância da legenda.

Parafraseando o cantor “Seu Jorge”, esses políticos se enquadram nos versos que dizem: “eu fiz de tudo, mas era tarde. Fiz o que podia dar, mas você não entendeu. Tirou onda... Pois agora quem não quer sou eu”, da música “Quem não quer sou eu”.

Aos “heróis da resistência”, que fincarão pé em permanecer no partido, ao que parece, resta agora, apenas, formar uma Comissão Provisória, para tentar levantar alguma grana negociando o horário político gratuito....

Lembrando que todo esse quadro pode mudar drasticamente, dependendo do resultado da Convenção Nacional do PMDB, que colocará frente à frente o atual presidente, Michel Temer e o candidato do Palácio do Planalto, Romero Jucá.  Caso Jucá vença, a possibilidade de Kátia Abreu assumir o comando total do partido no Tocantins é dada como certa.

AFORÇA QUE MARCELO PODE TER...

Para os atuais prefeitos que serão candidatos á reeleição, ter a possibilidade de contar com o apoio do governador Marcelo Miranda em suas campanhas será fundamental.

A máquina estatal a serviço dos candidatos ungidos será a tábua de salvação para muitas prefeituras que pouco puderam mostrar nos últimos três anos.  Não só a máquina estatal como a presença de suas lideranças em postos-chave nos primeiros escalões do governo estadual, além da presença do próprio Marcelo Miranda em suas carreatas e comícios, pode se o fiel da balança em muitos casos.

Isso sem contar no poder da principal caneta do Palácio Araguaia, das parcerias com as prefeituras e com as falas e aparições nos programas do horário eleitoral gratuito.

Outro trunfo de Marcelo Miranda como apoiador certamente virá por meio dos resultados positivos que o governador do Tocantins vem conseguindo em meio à crise, com as contas governamentais zeradas, uma nova equipe de secretários que trará mais oxigênio e novas idéias, com recursos garantidos para obras, fruto de muito trabalho junto ao Banco Mundial, com a arrecadação do Estado em plena e franca ascensão, impulsionadas pela exportação de carne e grãos, o funcionamento da Granol, que passou a produzir ração para gado, peixe, caprinos e suínos e a chegada de grandes criadores de frango, com previsão de 200 mil a 400 mil abates diários.

Isso vai garantir ao Tocantins um crescimento acima das expectativas, talvez, até, acima da média nacional, fortalecendo de vez o governo Estadual, que terá como grande trunfo a destreza administrativa que resultará no reequilíbrio das contas e na volta do crescimento econômico.

Desta forma, Marcelo Miranda poderá ser o fiel da balança em muitas eleições municipais, angariando seu apoio a candidatos e fazendo renascer esperanças de reeleição ou eleição que já começavam a dar sinais de decomposição.

Mas, como já enfatizamos, tudo dependerá da evolução dos trabalhos palacianos nas ações de recuperação da economia e de enxugamento da máquina, ou seja, das ações pontuais para recolocar o Tocantins nos trilhos. 

Maio será o mês das decisões das certezas e dos posicionamentos finais, quando as estratégias de crescimento protagonizadas pela turma do Palácio Araguaia estará a todo vapos, com obras sendo realizadas, convênios em andamentos e recursos internacionais sendo aplicados em benefício do povo.

Aí sim muita gente vai buscar a “vizinhança” da Praça dos Girassóis.

 Até lá, muita água rolará por baixo da ponte.

 

 

Porto Nacional, janeiro de 2016.  Artigo 0006