Ministério Público de São Paulo pede prisão do ex-presidente Lula

Posted On Sexta, 11 Março 2016 06:41
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Em coletiva nesta quinta-feira os promotores disseram que a ação "não tem caráter político" . Lula está nas mãos de Sérgio Moro, que pode decretar prisão de ex-presidente

O ex-presidente Lula teve o pedido de prisão preventiva decretado pelos promotores do Ministério Público de São Paulo, Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo. A solicitação ainda será analisada pela Justiça e trata-se do caso triplex. Nesta quinta-feira, os integrantes do MP que investigam o petista concederam entrevista coletiva para comentar a ação proposta por eles de improbidade Administrativa e falsidade ideológica. Além de Lula também foi pedida a prisão preventiva do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e de outros dois investigados do caso Bancoop.
Nesta tarde, em entrevista a jornalistas, o promotor Cássio Conserino, um dos responsáveis pela denúncia, evitou responder se havia pedido a medida cautelar contra o petista. "Só vamos falar sobre a denúncia", disse. Na denúncia de 102 páginas assinada por Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Moraes de Araújo a Promotoria detalha as suspeitas levantadas ao longo das investigações que ouviram mais de 20 testemunhas, incluindo engenheiros responsáveis por reformas no imóvel e até zeladores do edifício Solaris. No texto do pedido, os promotores afirma  que Lula se vale de sua condição de ex-presidente para se beneficiar". "Necessária ainda a prisão cautelar para conveniência da instrução, pois igualmente demonstrado que o denunciado se vale de sua condição de ex Presidente da República para se colocar 'acima ou à margem da lei'". Ministério Público de São Paulo denunciou criminalmente Lula e sua mulher Marisa Letícia no caso do tríplex 164-A, no Condomínio Solaris, no Guarujá. A denúncia foi protocolada na Justiça, em São Paulo, nessa quarta-feira. A Promotoria sustenta que o petista cometeu crime de lavagem de dinheiro ao supostamente ocultar a propriedade do imóvel - oficialmente registrado em nome da empreiteira OAS. A acusação tem base em investigação realizada pelos promotores Cássio Conserino e José Carlos Blat. O promotor diz ter indícios de que houve tentativa de esconder a identidade do verdadeiro dono do tríplex, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro. A reforma, contratada pela empreiteira OAS, alvo da Operação Lava-Jato, custou R$ 777 mil, segundo o engenheiro Armando Dagre sócio-administrador da Talento Construtora. Os trabalhos foram realizados entre abril e setembro de 2014. Em 2006, quando se reelegeu presidente, Lula declarou à Justiça eleitoral possuir uma participação em cooperativa habitacional no valor de R$ 47 mil. A cooperativa é a Bancoop que, com graves problemas de caixa, repassou o empreendimento para a OAS. A Polícia Federal e a Procuradoria da República suspeitam que a empreiteira pagou propinas a agentes públicos em troca de contratos fraudados na Petrobras.

 

Lula está nas mãos de Sérgio Moro, que pode decretar prisão de ex-presidente

Investigação do esquema de corrupção na Petrobras chega ao ex-presidente, que teve condução coercitiva pela PF para depor, acirra ânimos e amplia pressão sobre governo. Após as buscas na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Instituto Lula, caberá ao juiz Sérgio Moro avaliar se os materiais recolhidos ontem pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal confirmam o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no esquema de corrupção da Petrobras. O juiz não tem um prazo para apresentar a conclusão das investigações, mas caso entenda que existam provas suficientes para demonstrar a participação do ex-presidente, Moro poderá pedir a prisão. “O juiz entendeu que não é o caso de prender o presidente Lula, uma vez que será preciso se aprofundar nos elementos probatórios. As consequências de prender um líder político são enormes. Moro está atrás de provas que ainda não apareceram”, avalia o jurista criminalista Luiz Flávio Gomes.
Com Agência Estado