Nada do que, até agora, foi revelado pelos delatores (dedos-duros) sobre a participação dos políticos tocantinenses, nos causou surpresa ou espanto. Sempre soubemos – e, quando tínhamos provas, publicamos – que o sistema funcionou, funciona e funcionará dessa maneira. O que muda, apenas, é a forma e a quantia na prática dos delitos de caixa 2, 3, 4....
Tocantins, 16/04/2017
Por Edson Rodrigues
Os eleitores – sim, aqueles que votam nesses políticos dedurados por práticas ilegais –, infelizmente, são os responsáveis pelo início do ciclo vicioso, ao sugarem tudo quanto podem dos candidatos, com listas que vão de tratamento de saúde a material de construção, passando por material escolar, botijão de gás, conta de luz e água, combustível e outros pedidos que só a mente dos eleitores doutrinados pela política praticada há anos no Brasil, pode descrever.
Na sequência vêm os cabos eleitorais profissionais, que exigem contratação de equipes de rua, pagamentos semanais – que, às vezes nem chegam ao bolso dos “contratados” – combustível, lanche, churrascos para reuniões fechadas e todos os tipos de gastos supérfluos – e que jamais deveriam fazer parte de um processo eleitoral.
Depois vêm os marqueteiros – chamados assim pelos profissionais de marketing, que seguem o código de ética da profissão – que se endeusam por trás de salários estratosféricos para entregar sonhos ao próprio candidato e fazer os eleitores de bobos, propagando falsas ilusões e “lideranças” em pesquisas de intenção de voto confeccionadas ao gosto do candidato por “institutos de pesquisa” que nem sede fixa têm.
Pois é esse o ciclo vicioso, cara (e)leitor, que transforma nossos políticos em máquinas de corrupção, em pessoas com caráter e senso de ética tão baixos que, aos incautos, causam surpresas na hora das delações dos milhões de reais levantados de forma suja para suas campanhas.
Sem esse dinheiro eles não conseguem se eleger, pois, desde o início, o processo eleitoral está viciado, está comprometido pela forma com que se instituiu a política no Brasil, corrompendo desde o eleitor até o presidente da república.
Por esse motivo, os “peixes pequenos” da política regional, dos estados, podem começar a avisar suas famílias de que o pior ainda está por vir, pois a Justiça estreitou a malha da rede de “pesca”, e muitos, mas muitos, mesmo, ficarão com as cabeças fora d’água, agonizando entre processos e julgamentos.
A “REDE DA JUSTIÇA” CHEGA AO “RIO” TOCANTINS
O Paralelo13 está, há tempos, levantando a situação de políticos tocantinense na Lava Jato e já antecipou muito do que vem acontecendo nos dias atuais. Nossas fontes em Brasília têm livre trânsito tanto nos bastidores do Congresso Nacional quanto da Justiça Federal, e suas informações são de extremo valor para os nossos (e)leitores.
Depois do muito que já aconteceu – afinal, por menor que tenha sido o número de tocantinenses citados na Lava Jato, é muita coisa para um Estado novo, com apenas 29 anos de vida e de política – o povo tocantinense pode esperar mais revelações e mais vergonha.
Segundo nossas fontes, há suspeitas de que um político Tocantinense graduado, com mandato no Congresso Nacional esteja envolvido na aprovação da MP dos Portos, quando obteve um montante na casa dos 14 milhões de reais para beneficiar uma certa empreiteira, que lucrou bilhões de reais e lesou o povo brasileiro em outros tantos de reais.
Há, também, uma operação sob suspeita na concessão de um empréstimo da Caixa Econômica Federal, que contou com o apadrinhamento do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, envolvendo recursos oriundos do FGTS, beneficiando as principais cidades do Estado, sendo Palmas o destino do maior valor, para ser investido no saneamento básico. Esse processo teve a intermediação, segundo nossa fonte, de dois ex- deputados federais e um atual deputado estadual.
Segundo as informações, houve grande vantagem financeira que irrigaram a teta da corrupção, mas, esse processo corre em segredo de justiça e está nas mãos do juiz Sérgio Moro.
Um outro processo também está em apuração e, apenas a menção da empresa envolvida causa arrepios em muita gente: SANEATINS.
Havia grandes suspeitas de que a venda da Saneatins para a Odebrecht, que motivou a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa – que simplesmente sumiu, evaporou – tenha motivado um “cala a boca” aos deputados estaduais – fato nunca comprovado. Mas, na semana passada, em conversa com uma de nossas fontes em Brasília, um amigo de longa data, fomos informados de que, a qualquer hora, algo surpreendente pode acontecer nesse caso, trazendo respostas e elucidando todas as suspeitas.
Esse caso da Saneatins, inclusive, é bastante emblemático e nos faz lembrar uma série de questionamentos que nós – e o povo tocantinense – nos fazemos sempre que nos lembramos dele:
Baseados nos fatos acima mencionados nós podemos reafirmar com tranqüilidade que a revelação de nomes de políticos tocantinenses pode delatores da Lava Jato, tonada pública pelo ministro Edson Fachin, ainda é muito pouco em relação ao que está porvir.
O povo quer saber quem vai e quando serão ressarcidos os prejuízos ao erário público e ao patrimônio do funcionalismo. É por isso que incitamos o povo a acreditar na competência do nosso Ministério Público e na Justiça, pois o veredicto final está bem próximo para alguns “lobos” que se apresentavam em “pele de cordeiro”.
Estamos de olho!
LAVA JATO COMEÇA A AGIR AGORA NOS ESTADOS E BRAVATA DE AMASTHA DEVE SER DESVENDADA
Uma de nossas fontes em Brasília, um amigo com quem almoçamos nesta última sexta-feira, muito bem informada exatamente por trabalhar em um órgão da Justiça na Capital Federal, agora será a vez do subsolo dos políticos, referindo-se aos estados, aos “peixes pequenos de boca grande” que sofrem do pecado da gula, mas que, agora, poderão sofrer, também, de má digestão. Esses “espécimes” da política ficarão sob os cuidados dos membros do Ministério Público Federal nos estados. Muitos sem nenhum privilégio.
Os senhores juízes federais ficarão responsáveis por tais processos, já outros ficarão aos cuidados de instâncias inferiores da Suprema Corte, nos Tribunais Federais das respectivas regiões, mas com poderes de condenar ou absolver, ordenar operações, conduções coercitivas, prisões, bloqueios de bens, quebras de sigilos telefônico e bancário. Tudo isso a partir desta segunda-feira.
A BRAVATA DE AMASTHA
A sociedade brasileira está dando o total apoio aos membros da Justiça Federal em todos os seus níveis, à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e aos membros do TCU, TCE, TSE, TRE, TJ e STF, siglas que já entraram no imaginário da sociedade como próceres da Lei e da Ordem.
É por isso que se faz premente uma resposta rápida e objetiva do Ministério Público Federal quanto à bravata de Carlos Amastha, prefeito de Palmas, que acusou, sem medo de ser feliz, um dos seus membros de “inventar dados” para provocar uma investigação da Polícia Federal contra ele, que resultou em mandado de busca e apreensão em suas residências e escritórios, além de uma condução coercitiva que ele protelou o máximo que pôde.
Já é o momento de sabermos quem está falando a verdade nesse caso, pois nossas instituições precisam ser respeitadas.
É nisso que acreditamos e é isso que queremos. Que Deus nos abençoe!