O Ministério Público fez novas denúncias na Operação Lava Jato, atingindo agora mais um ex-diretor da Petrobras, um lobista, um doleiro e um executivo de empreiteira. No total, o juiz responsável pelo caso aceitou 19 denúncias. Outras 20 aguardam análise pelo juiz. Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, recebeu propina de dois contratos, segundo o Ministério Público Federal. O valor total da propina foi de US$ 40 milhões, de acordo com o depoimento prestado pelo executivo da empresa Toyo Setal, Júlio Camargo, que, assim como Cerveró, foi denunciado na segunda-feira (15) à justiça pelo Ministério Público Federal.
As negociações, segundo o depoimento de Camargo, foram realizadas dentro da Petrobras, em reuniões que tinham como intermediário Fernando Soares, o Fernando Baiano, outro denunciado à Justiça na segunda-feira (15). Ainda segundo o depoimento, para fechar a contratação de um navio Sonda, em 2006, Nestor Cerveró pediu a Júlio Camargo US$ 15 milhões para que pudesse "concluir a negociação em bom êxito".
O delator também disse que o esquema se repetiu no ano seguinte, na contratação de outro navio. Nessa operação, o pagamento de propina teria chegado a US$ 25 milhões. Nestor Cerveró foi diretor da área internacional da Petrobras de 2003 a 2008, no governo Lula. De acordo com as investigações, foi o doleiro Alberto Youssef quem se encarregou de dar aparência legal ao dinheiro da propina. Youssef é outro denunciado nesta parte do processo. Além da condenação dos investigados por corrupção e lavagem de dinheiro, o Ministério Público Federal pediu que R$ 296 milhões sejam devolvidos aos cofres públicos.
Estadão e G1