Em conversa reservada com um dirigente de um dos órgãos que dependem dos repasses de recursos do governo do Estado, uma informação bombástica nos foi revelada. Segundo essa fonte, após receber o governo de Sandoval Cardoso em situação precária, a equipe de Marcelo Miranda fez um Orçamento enxuto para 2015, já prevendo parte do caos econômico que assolaria o País e o Tocantins, definido percentuais e valores menores para cada órgão e secretaria, num movimento claro de autodefesa. Até aí, tudo correto.
Obs.: Órgãos independentes (TJ; TRE; TCE; MPE; ASSEMPLEIA LESGISLATIVA; DEFENSORIA PUBLICA; UNITINS)
A questão é que o estado conseguiu arrecadar mais que as previsões feitas por essa equipe, mas “esqueceu” de repassar para os órgãos e secretarias esse percentual a mais que entrou nos cofres. Ou seja, entrou mais dinheiro do que se previa, mas os valores definidos antes foram mantidos.
O grande problema é que muitos desses órgãos que ficaram com seus caixas defasados, têm acesso às planilhas e documentos que apontam esse aumento na arrecadação e, ante as dificuldades que vêm passando, procuraram o Executivo para reivindicar a divisão correta dos repasses.
Sem resposta, um desses órgão já iniciou conversas com os demais prejudicados e poderão entrar na Justiça, a permanecer a situação, com um pedido judicial de bloqueio das contas do Estado, o que pode resultar em processo por improbidade administrativa contra Marcelo e contra os secretários do Planejamento e da Fazenda.
Enquanto isso, mesmo com essa “gordura” nos cofres estaduais, a chance de o estado parcelar o pagamento do funcionalismo cresce a cada dia.
Não é possível que o governador não esteja a par dessa situação.
LOA
A Lei Orçamentária Anual de 2015 prevê o aumento dos repasses constitucionais aos Poderes. Em diálogo, após sua aprovação, com representantes do Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Ministério Público Estadual, o Governo estipulou uma taxa de 6,48%, relativa à expectativa de crescimento da receita e dos repasses constitucionais em 2015, que será alterada para 10,5%, permitindo, assim, a suplementação orçamentária dos órgãos e Poderes.
ZERANDO O RELÓGIO – O PACTO
É chegado o momento de o governador Marcelo Miranda zerar o relógio, apagar a lista de adversários, desafetos e críticos, principalmente por ele ser uma pessoa que sempre teve um coração bondoso, carismático, conciliador, agregador e, principalmente, humilde. Homem de diálogo, que no seu segundo mandato sofreu muito com o processo do RECED, ( que fez seus familiares sofrerem junto com ele). Essa foi uma aprendizagem que deu a Marcelo a oportunidade de aprender ainda mais, e o seu retorno ao governo do Estado, depois de ser cassado, foi um reconhecimento do povo tocantinense especialmente dos funcionários públicos aos serviços que prestou ao Tocantins.
“NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA”
O ex-governador, José Wilson Siqueira Campos, já seu este exemplo de conciliação, de grandeza, quando fez um pacto com um dos seus maiores opositores, convidando o maior líder político da oposição, o saudoso João Lisboa da Cruz, para ser o seu vice-governador. Siqueira recompôs com o também saudoso Senador João Ribeiro, com o maior líder da margem direita do Tocantins, Vicentinho. Siqueira foi ainda mais além, nomeou o homem do chicote, Edmundo Galdino, o seu opositor mais radical no Estado e, já neste último governo, Siqueira teve o apoio do homem que mais lhe fez denúncias em Brasília, no MPF, TCU, TSE e no plenário da Câmara, lançou um livro com as principais denuncias contra o político Siqueira Campos, o ex-deputado federal, Freire Júnior, que filiou-se ao PSDB de Siqueira Campos, teve sua ficha abonada pelo próprio Siqueira, foi eleito deputado estadual e foi líder do governo Siqueira Campos na Assembléia Legislativa.
Siqueira recompôs até com a líder política e senadora Kátia Abreu, que havia se juntando a Marcelo Miranda, compondo como candidata a senadora a chapa majoritária que o elegeu governador, derrotando o próprio Siqueira Campos.
Para finalizar este bloco vamos relatar mais um ato de inteligência e de grandeza de Siqueira.
SIQUEIRA X BRITO MIRANDA
OBS: (ADICIONAR FOTOS DOS DOIS MENCIONADOS ACIMA)
Para desarmar os adversários e implantar um governo coalisão, evitando uma guerra ideológica, Siqueira foi a Goiânia, buscou José Edmar de Brito Miranda, ex-deputado estadual por 5 legislaturas, ex-presidente da Assembléia Legislativa, responsável por colher o apoio do governo Henrique Santilo e da maioria dos deputados estaduais de Goiás pela criação do estado do Tocantins.
Siqueira entregou ao Dr. Brito Miranda a missão de articulador do seu governo, e posteriormente o nomeou secretário da infraestrutura, um primeiro ministro competente, articulador. Dr. Brito Miranda, desarmou os radicais e se tornou um forte homem de governo, o que fez eleger seu filho, Marcelo Miranda, o sucessor de Siqueira Campos, e reeleger Marcelo Miranda que governou por 3 anos, quando acabou cassado e ficou inelegível, retornando agora para o seu 3 mandato. Tudo isso articulado por Brito Miranda.
O problema é que Marcelo recebeu o Tocantins desarrumado por vários fatos criados pelos ex-administradores, que não se atentaram para os problemas de caixa do estado, que tem como sua maior renda o FPE. Com a eleição vieram dividas astronômicas, maquinário sucateado, malha viária em péssima situação, salário do funcionalismo público em atraso, progressões, reajustes do funcionalismo e pagamento de plantões em atrasos, hospitais e o sistema de saúde na UTI, rombo no IGEPREV, progressões e promoções dos militares garantidos por Lei não realizados, greve da saúde (que já completa 90 dias), além da greve na educação.
Na política tudo errado. Derrotas na Assembléia Legislativa, desentendimento com a senadora e ministra Kátia Abreu e uma denúncia na justiça eleitoral que pode acarretar em nova cassação do diploma de governador.
Pacto
Só há uma saída para o governador Marcelo Miranda zerar o relógio: trazer seu pai para o governo, assim como fez o ex-governador Siqueira Campos, calçar as “sandálias da humildade”, baterem à porta da ministra e senadora Kátia Abreu, dos senadores Vicentinho e Ataídes, da Assembleia Legislativa e dos demais órgãos fiscalizadores como TRE, TJ, TCE, Defensoria Pública, Ministério Público e sindicatos e, juntos, elaborarem uma agenda positiva, buscarem caminhos para tirar o Tocantins do fundo do poço.
É chegado o momento em que nossos representantes políticos no Executivo, Legislativo estadual, Congresso e Senado unirem forças em nome do bem-estar do nosso povo.
Mas, essa iniciativa tem que partir do governador Marcelo Miranda. É dele a responsabilidade de acenar com o lençol branco, buscando paz e união.
Temos vários exemplos de políticos de carreiras políticas bem sucedidas, que sempre “zeram seus relógios” após as eleições, vencedores ou não, como é o caso do senador Vicentinho Alves e do atual prefeito de Porto Nacional, Otoniel Andrade, que, haja o que houver, estão sempre prontos ao diálogo.
Vale lembrar também Tancredo Neves, que trouxe José Sarney para ser seu vice, mesmo sendo o político maranhense intrinsecamente ligado ao governo militar, no momento da maior transição política da nossa história, que foi da ditadura para a democracia.
Marcelo Miranda tem que baixar a guarda e buscar todos os apoios possíveis nesse momento delicado, em que o Tocantins não vai bem e sua carreira política está em jogo, com a votação que pode definir uma nova cassação de seu mandato empatada em 2 a 2, e que terá continuidade na 5ª feira à tarde, no TRE.
Marcelo tem que perceber que o Tocantins é um Estado eminentemente voltado para a agropecuária e, no Brasil, quem comanda esse setor é a senadora e ministra da Agricultura Kátia Abreu. Reestruturar os principais projetos agrícolas, como Rio Formoso, campos Lindos, São João e Manoel Alves, além de voltar as atenções para o recém lançado MATOPIBA, pode ser o início da solução para uma retomada da arrecadação de impostos e acender a luz no fim do buraco financeiro em que o Tocantins se encontra.
Logo, resolver rapidamente as pendengas internas do PMDB pode ser o caminho para a união e harmonia jamais tão necessárias na história deste Estado.
Cabe apenas a Marcelo Miranda. A Ninguém mais. Do contrário, o caos é inevitável.
Quem viver verá!