São mais de 2.500 bares e restaurantes fechados e seis mil trabalhadores em suspenso. 40% dos estabelecimentos estão falidos e 1.200 pessoas desempregadas no setor
Por Edson Rodrigues
Em artigo recente mostramos o quanto a atuação firme e rápida da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, salvou – e vem salvando, ainda – várias vidas, no enfrentamento à pandemia de Covid-19 na Capital do Tocantins.
Estudos feitos pelo feito pelo Lapmat-Ufopa (Laboratório de Aplicações Matemáticas da Universidade Federal do Oeste do Pará), mostrou que Palmas é a segunda Capital do País onde a velocidade do contágio é menor, ficando atrás apenas de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Isso mostra que Cinthia Ribeiro merece aplausos e seu governo salvou, sim, muitas vidas até agora.
Então, com a pandemia sob rigorosa vigilância, foi chegada a hora da flexibilização, que vem acontecendo, gradativamente, desde o último dia primeiro, , de forma controlada e severamente fiscalizada, além de um trabalho massivo de conscientização da população e dos comerciantes e comerciários acerca dos cuidados para evitar a transmissão do vírus e do papel crucial que cada cidadão passará a exercer após o governo ter feito a sua parte,mas que foi regulamentada e publicada em decreto desta sexta-feira, dia cinco.
As medidas adotadas pela prefeitura de Palmas podem ter salvado, segundo cálculos, cerca de 500 vidas, mas, ante as previsões do governo dos estados Unidos de que o Brasil pode chegar a centenas de milhares de mortes até o mês de agosto, é bom que os alertas permaneçam ligados e as ações sejam adotadas de forma imediata se houver, como dizem os americanos, um aumento expressivo no número de casos.
As mortes podem nem ser no Tocantins, mas qualquer mudança brusca em qualquer parte do País já serve de aviso. Se não houver esse monitoramento, corre-se o risco de “jogar fora” todo o bom trabalho feito até agora.
BARES E RESTAURANTES
Mesmo com todas as medidas contra a pandemia dando certo, havendo apenas um deslize na questão da “Lei Seca”, um equívoco de sua equipe Jurídica, Cinthia Ribeiro, recebeu muito mais elogios que críticas por sua atuação – sim, houve críticas por parte dos que, insensível e terrivelmente – tentaram fazer palanque sobre os corpos dos quais a Covid-19 ceifou as vidas.
Mas, devem ser tomados como “vítimas” da Covid-19, também, os comerciantes, principalmente os donos de bares e restaurantes, assim como seus funcionários, na mesma proporção.
Eles foram corretos ao cumprir as medidas de isolamento social, fechando seus estabelecimentos e, certamente, têm o devido reconhecimento por parte da prefeitura de Palmas. O problema é que essa “obediência cívica” levou, pelo menos, 90% desses comerciantes praticamente a uma falência “virtual”, pois o movimento diário, que gerava capital de giro, desapareceu, deixando-os, principalmente os que mantiveram seus quadros de funcionários, sem tostão para recomeçar suas atividades.
Por isso, faz-se mais que necessária uma intervenção do Banco do Povo, com linhas de crédito tão maleáveis quanto à obediências da classe, para que se salvem empregos e empresas – e garantindo, ao mesmo tempo, a volta da arrecadação de impostos.
Isso é o mínimo que Cinthia Ribeiro, como gestora, deve fazer para evitar que a flexibilização nas medidas de isolamento social não se transforme em uma corrida aos postos do Ministério do Trabalho em busca de Seguro Desemprego.
IGREJAS FECHADAS
Em conversas com um grupo de pastores, um deles afirmou: “a municipalidade não nos deu a devida atenção. Procuramos ser atendidos, mas não recebemos respostas. Nossas igrejas são ‘a casa de Deus’, aonde só pregamos harmonia e passamos orientações espirituais, buscando forças para enfrentar essa situação. Mesmo assim, continuamos impedidos do nosso direito de exercer a Palavra de Deus e de ir e vir. Ficamos em situação de vulnerabilidade, pois não geramos impostos como bares e restaurantes e o comércio em geral. Somos homens e mulheres de Deus e merecemos ser ouvidos pela municipalidade”.
Todos os presentes à conversa concordaram e enfatizaram que precisam, também, reabrir templos e igrejas.
CIDADANIA
Da mesma forma que não podemos deixar de elogiar a prefeita de Palmas pelas medidas que salvaram vidas, não podemos deixar de lembrá-la dessa outra parte do sacrifício que todas as gestões municipais, estaduais e até do País, terão que fazer para salvar a economia.
Infelizmente não bastam a distribuição de cestas básicas, as suspensões nos pagamentos de impostos, as prorrogações de prazo, todo o esforço para dar condições à Saúde Municipal para manter os atendimentos em dia, as farmácias abastecidas e o povo bem atendido.
O desafio, agora, é salvar empregos e “CNPJs”, reaquecer a economia e demonstrar as características de cidadania que todo gestor deve ter. se não houver recursos suficientes para atender a todos, que se busquem os agentes financeiros, que se saiba aplicar os recursos emergenciais vindos do governo federal e que se entenda que, sem comércio pujante, não há empregos e diminui a arrecadação de impostos, influenciando em todas as demais áreas da gestão municipal.
Se for necessário, que se elabore um Projeto de Lei a ser apreciado em caráter de urgência pela Câmara Municipal, que abra todos os caminhos possíveis para dar suporte à recuperação do comércio e á geração de empregos.
É apenas esse gesto de cidadania que a população de Palmas espera por parte da sua gestora neste momento em que as coisas começam a se encaixar no “novo normal” que será a convivência social pós pandemia.
Palmas saiu na frente e colheu os frutos no combate à proliferação do vírus. Que se aja assim, também, para que voltem a proliferar emprego e renda no nosso comércio.
Que Deus nos ajude!