A VONTADE SOBERANA DOS ELEITORES TOCANTINENSES TEM QUE SER RESPEITADA

Posted On Segunda, 16 Novembro 2020 16:29
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“Vencedores e perdedores não nascem assim, eles são os produtos de como eles pensam”

 LOU HOLTZ

 

 

Por Edson Rodrigues

 

Enfim, as urnas falaram.  E bradaram em alto e bom som um recado forte e cristalino, principalmente para as oposições.  Nos próximos dias, O Paralelo 13 fará uma análise do novo desenho das principais forças políticas que irão sentar à mesa para discutir a sucessão estadual. O governador Mauro Carlesse ganhou em Gurupi, mas ficou sem sua base política nos principais colégios eleitorais.  Como ficará seu governo, como será a distribuição de forças e, principalmente, como o governo do Estado irá se relacionar com os municípios.

 

Essas são as questões mais importantes para que se possa ter uma ideia de como será o futuro do Tocantins e dos seus 139 municípios. A partir de hoje até setembro de 2022, uma nova história política passa a ser escrita e aqueles que entenderem da melhor forma o que os eleitores disseram, por meio dos resultados das urnas.

 

MAURO CARLESSE: VITORIOSO EM GURUPI, DERROTADO NO ESTADO

 Governador Mauro Carlesse em Gurupi ao lado de Josi Nunes do deputado federal Gaguim

 

O governador Mauro Carlesse terá que se repaginar politicamente a partir de já.  Em janeiro de 2021, dos cinco maiores colégios eleitorais – Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso – ele só terá apoio irrestrito em seu berço eleitoral, que é Gurupi.

 

Filiado ao DEM, Carlesse tem a consciência de que, dentro da legenda, ele está longe de ser parte da cúpula, cujo comando está nas mãos da deputada federal Dorinha Seabra, que goza da confiança da cúpula nacional, da qual faz parte e tem cadeira cativa na mesa-diretora da Câmara Federal.

 

Caso queira permanecer na vida pública, Carlesse terá que migrar para um partido no qual possa exercer o poder de decisão e ter as condições necessárias de moldar a legenda em torno da sua pretensão de se candidatar ao Senado em 2022 ou, em último caso, à Câmara Federal, como deputado.

 

Para isso, Carlesse se vê obrigado a construir um novo governo, do zero, a partir de 2021, com mudanças profundas em seu secretariado, que durante seu governo construiu diversos ”muros” e “ateou fogo” em muitas pontes, comprometendo seu relacionamento – o a possibilidade de – com muitos líderes importantes, tanto políticos quanto da sociedade, e foram exatamente essas lideranças que saíram fortalecidas das urnas.

 

LAUREZ MOREIRA

A partir da esquerda para a direita Gutierres, Laurez e Eduardo Fortes 

 

Apesar de Laurez Moreira ter seu candidato derrotado em Gurupi, não foi apenas a influência do Palácio Araguaia que elegeu Josi Nunes.  O apoio e a interferência do senador Eduardo Gomes foram cruciais para que a ex-deputada federal conseguisse uma virada histórica nas urnas.

 

Laurez Moreira mantém, de qualquer forma, toda a sua força política em Gurupi e Região, pois teve uma administração avaliada entre as melhores da história da cidade.  Seu pecado foi tentar empurrar um candidato goela abaixo dos seus aliados.

 

PALMAS

Enquanto isso, em Palmas, os esforços do Palácio Araguaia em derrotar a prefeita reeleita, Cinthia Ribeiro, não surtiram efeito.  Cinthia teve o apoio de Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e a opção palaciana por Eli Borges mostrou-se tão desastrosa que no meio do processo houve uma debandada geral, deixando claro o passo em falso e a falta de articulação e engajamento.

 

ARAGUAÍNA

O prefeito eleito de Araguaína Wagner Rodrigues e o atual prefeito Ronaldo Dimas 

Da mesma forma ocorreu em Araguaína, em que o governo do Estado iniciou com força total a oposição ao candidato do atual prefeito, Ronaldo Dimas, mas, de novo bateu em retirada ante o poderio do apoio de Eduardo Gomes a Wagner Rodrigues, e a desidratação do apoio palaciano a Elenil da Penha foi cruel. Assim aconteceu também em outras cidades importantes, como Paraíso e Guaraí.

 

São muitas pontes a serem reconstruídas para que se diminua o número de inimigos e adversários e se crie a possibilidade de abertura de um diálogo de alto nível.

A verdade é que a resposta das urnas não foi, em nenhum momento, favorável aos anseios do Palácio Araguaia e, caso mauro Carlesse queira seguir na vida pública e ver suas pretensões se concretizarem, tem que iniciar, imediatamente uma repaginação pessoal e uma reinvenção do seu governo.

 

Apesar de sair fragilizado dessas eleições, o governo de Mauro Carlesse não se inviabiliza, mas precisará de medidas urgentes e cruciais, como a valorização dos membros do parlamento tocantinense, pois uma harmonização com os deputados estaduais é o primeiro passo para um novo posicionamento político do seu governo.

 

A outra medida, essa fundamental e básica, é manter o diálogo sempre aberto com o senador Eduardo Gomes, cujas urnas de 87 municípios transformaram no político mais influente da atualidade no Tocantins.

 

Fica a dica!