AÇÃO DO SOLIDARIEDADE, INDEPENDÊNCIA DE JANAD VALCARI E A AFRONTA AO MINISTRO GILMAR MENDES

Posted On Sexta, 07 Novembro 2025 14:52
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A ação protocolada pela cúpula nacional do Solidariedade no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo o retorno do governador afastado Wanderlei Barbosa, abriu um novo capítulo de tensão política no Tocantins. O movimento, que em princípio buscava corrigir erros processuais da defesa do governador, acabou gerando interpretações diversas e um clima de euforia precipitada entre os aliados de Wanderlei, o que se transformou em uma afronta indireta ao ministro Gilmar Mendes, relator do caso no Supremo

 

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

 

De acordo com juristas consultados, a primeira tentativa de retorno de Wanderlei, via habeas corpus, foi mal formulada e carente de fundamentos jurídicos sólidos, o que a tornava vulnerável a arquivamento. A nova ação, impetrada agora pela direção nacional do Solidariedade, apresenta melhor embasamento técnico e jurídico, aumentando as chances de apreciação no plenário do STF.

 

 

No entanto, a imaturidade de parte da base aliada quase comprometeu o esforço. A divulgação, nas redes sociais, de um poster que dava a entender que já havia um acerto com o ministro Gilmar Mendes foi mal recebida em Brasília. A publicação, com a frase “o gigante retorno se aproxima: a comunidade de Tocantins em alerta total para as próximas 72 horas!” Embora não tenha partido do próprio Wanderlei Barbosa, o episódio causou constrangimento institucional e irritou setores do Supremo, o que pode atrasar o andamento do processo.

 

Nos bastidores, interlocutores do meio jurídico classificaram a atitude como “um tiro no pé”, capaz de gerar ruído político desnecessário em um momento que exigia cautela e discrição.

 

JANAD VALCARI

 

Enquanto a cena política estadual se polariza, a deputada Janad Valcari se consolida como a única parlamentar efetivamente independente dentro da Assembleia Legislativa. Nos últimos meses, Janad se destacou, ela enfrentou o palácio ainda no comando de Wanderley Barbosa. E nesta semana, voltou a ocupar o centro do debate ao se manifestar em defesa dos mais de 1.100 servidores demitidos da Secretaria de Educação pela gestão de Laurez Moreira.

 

Sua postura tem sido de coerência e coragem política, atuando sem se curvar às pressões do Palácio Araguaia nem aos interesses de oposição. Janad Valcari representa hoje uma voz dissonante e necessária, que ecoa as demandas do funcionalismo e da população tocantinense em um momento de descrença generalizada na política estadual.

 

VALDEMAR JÚNIOR E OLYNTHO NETO

 

 

Do outro lado, os deputados Valdemar Júnior e Olyntho Neto reafirmam sua sintonia com o governo Laurez Moreira. Ambos desempenharam papéis decisivos na aprovação do empréstimo bilionário junto ao Banco do Brasil, estimado em mais de R$ 1 bilhão, operação que o governo defende como estratégica para reorganizar as finanças estaduais.

 

 

Relator da matéria na Comissão de Finanças, Valdemar Júnior defendeu que o novo empréstimo trará economia de cerca de R$ 300 milhões aos cofres públicos, ao substituir dívidas antigas e mais onerosas. Já Olyntho Neto, deputado experiente com base sólida em Araguaína e na região norte do Estado, também votou a favor da proposta, reforçando seu alinhamento político com o Palácio Araguaia.

 

Ambos demonstram maturidade e pragmatismo político, conscientes do impacto das decisões econômicas sobre a gestão estadual, mas sua postura de lealdade irrestrita ao governo Laurez também reforça a percepção de um Legislativo cada vez mais concentrado nas mãos do Executivo.

 

O IMPASSE DO IMPEACHMENT

 

 

Nos bastidores, ganha corpo o rumor de um possível pedido de impeachment contra Wanderlei Barbosa. No entanto, segundo apuração do Observatório Político de O Paralelo 13, o movimento enfrenta dificuldades sérias de articulação.

 

As fontes ouvidas apontam que os articuladores carecem de força política e credibilidade dentro da Assembleia Legislativa, o que inviabiliza qualquer avanço concreto. Por ora, o processo está “no zero”, e o clima é de incerteza e paralisia.

 

O Tocantins vive um período de instabilidade jurídica e política sem precedentes. A disputa pelo poder se intensifica enquanto decisões judiciais, pressões partidárias e crises administrativas se sobrepõem. Os próximos dias prometem ser decisivos pois há expectativa de novas movimentações tanto do grupo de Eduardo Siqueira Campos quanto do de Wanderlei Barbosa, o que pode redefinir os rumos da política tocantinense. Enquanto os bastidores fervem, cresce o sentimento de insegurança, um reflexo do desgaste institucional que o Estado enfrenta.

 

Entre disputas judiciais, vaidades políticas e narrativas de bastidor, o Tocantins precisa reencontrar o caminho da estabilidade. É hora de menos espetáculo e mais responsabilidade.

 

O Paralelo 13 reafirma sua defesa da transparência, da ética e do equilíbrio, valores fundamentais para reconstruir a confiança da população nas instituições. Que o final de semana seja de reflexão e serenidade.

 

 

Última modificação em Sexta, 07 Novembro 2025 15:23
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