Durante uma entrevista ao site O Paralelo 13, Antônio Jorge, ex-deputado federal, ex-deputado estadual e atual presidente do Sindicato Rural de Palmas, compartilhou suas preocupações e críticas sobre a situação do Tocantins. Com um olhar atento e crítico, Antônio Jorge destacou temas como a privatização do setor elétrico, a falta de investimentos em infraestrutura e os desafios da saúde pública no estado. Suas reflexões nos levam a um questionamento mais profundo sobre a gestão pública e o futuro do Tocantins
Da Redação
Esta entrevista é um chamado à reflexão e à ação. Suas críticas e preocupações evidenciam a necessidade de um planejamento estratégico que priorize o bem-estar dos tocantinenses e coloque os interesses do estado acima dos interesses econômicos de empresas e grupos. A responsabilidade por mudar essa realidade está, em grande parte, nas mãos dos eleitores, que, ao escolherem seus representantes, podem decidir o rumo que o Tocantins tomará nos próximos anos.
O Tocantins precisa de lideranças que sejam verdadeiramente comprometidas com o desenvolvimento regional e com a melhoria da qualidade de vida da população. A falta de investimentos em infraestrutura, os problemas no setor de saúde são desafios que não podem ser ignorados. É hora de pensar no futuro do estado e escolher lideranças que tenham a coragem e a determinação de enfrentar esses desafios.
Como bem colocou Antônio Jorge, “o povo de Palmas não se vende, quer o melhor para a cidade”. Cabe agora a cada um dos tocantinenses, com seu voto, escolher o caminho que garantirá um futuro melhor para Palmas, para o Tocantins e para todos os seus habitantes.
Importância do voto consciente
Antônio Jorge também abordou sua experiência pessoal na criação do Tocantins, destacando a importância de lideranças visionárias como Siqueira Campos, a quem considera um verdadeiro estadista. Ele lembrou que foi graças ao trabalho de Siqueira que Palmas se tornou uma cidade capaz de oferecer oportunidades para muitos tocantinenses e brasileiros. Para ele, a valorização dessa história é fundamental para entender o que deu certo no desenvolvimento do estado e o que ainda precisa ser feito.
Às vésperas das eleições municipais, o ex-deputado fez um apelo pela importância de um voto consciente. Ele defendeu que o eleitor deve escolher um candidato comprometido com o desenvolvimento de Palmas e do Tocantins, alguém com uma visão de longo prazo e disposição para enfrentar os desafios estruturais do estado. Antônio Jorge declarou seu apoio a Eduardo Siqueira Campos, afirmando que ele é o candidato mais preparado para assumir a gestão da capital e consolidar o crescimento da cidade.
Privatização do setor elétrico
Um dos temas mais contundentes abordados por Antônio Jorge foi a privatização do setor elétrico no Tocantins. Segundo ele, o processo de privatização, que prometia eficiência e melhorias para a população, deixou lacunas importantes. A promessa de que cada cidade teria um representante da empresa responsável pela distribuição de energia não se concretizou, e, em vez disso, muitos pequenos municípios perderam a presença dos funcionários da Energisa. Isso, de acordo com o ex-deputado, enfraquece a assistência ao consumidor e afeta a economia local.
Antônio Jorge também chamou atenção para o fato de o Tocantins ser um estado exportador de energia, mas que não tem conseguido colher os frutos dessa produção. Ele criticou a decisão da Energisa de instalar seu call center em Fortaleza, tirando uma oportunidade de emprego que deveria estar no Tocantins. “Nós produzimos mais energia do que consumimos e exportamos para diversas regiões do país, mas, ironicamente, o call center da empresa que opera aqui está em outro estado”, destacou.
Essa situação, segundo ele, demonstra uma falta de compromisso com o desenvolvimento regional e reforça a percepção de que os interesses econômicos da empresa estão acima das necessidades da população do Tocantins. É um exemplo claro de como as promessas feitas no momento da privatização não se concretizaram, deixando a população local sem os benefícios esperados.
Infraestrutura: o vazio dos últimos 15 anos
Outro ponto crítico levantado por Antônio Jorge foi a ausência de grandes obras de infraestrutura no Tocantins nos últimos 15 anos. Ele relembrou que, no passado, houve esforços consideráveis para consolidar o estado e construir uma infraestrutura que desse suporte ao crescimento regional. No entanto, observou que Palmas e outras cidades ficaram estagnadas, sem investimentos significativos que pudessem impulsionar o desenvolvimento.
A falta de investimentos em obras estruturantes, segundo o ex-deputado, limita as oportunidades de emprego e restringe o acesso da população a serviços essenciais, comprometendo a qualidade de vida. Antônio Jorge citou o exemplo do shopping construído pelo ex-prefeito Carlos Amastha, que se tornou um dos maiores empregadores de Palmas. Para ele, investimentos como esses são fundamentais para transformar a realidade local e trazer benefícios a toda a comunidade.
Saúde Pública: Um sistema que clama por mudanças
A saúde pública também foi um tema abordado com preocupação por Antônio Jorge. Ele destacou que o sistema de saúde no Tocantins, assim como no resto do Brasil, sofre com a falta de planejamento e com a estrutura inadequada para atender às necessidades da população. Segundo ele, a solução para os problemas da saúde não virá apenas dos prefeitos ou governadores, mas requer um diálogo abrangente que inclua o presidente da República e associações médicas.
Uma das críticas mais importantes foi sobre a prática de médicos acumularem vários empregos públicos, o que, segundo Antônio Jorge, não é sustentável. Ele defendeu que os médicos precisam ter dedicação exclusiva e ser bem remunerados para garantir um atendimento de qualidade. Além disso, sugeriu a terceirização de alguns serviços de saúde como uma possível solução, desde que bem regulamentada e focada na melhoria do atendimento à população. “A população precisa de acesso a um sistema de saúde eficiente, que esteja à altura das suas necessidades, e isso só será possível com um planejamento estratégico que envolva todos os níveis de governo”, enfatizou.
Quem é Antônio Jorge
Natural de Taguatinga Tocantins, chegou aos 18 anos em Brasília trabalhou como servente, motorista de táxi e de dois embaixadores no Brasil; Em 1979 formou-se em Administração pela Universidade Católica de Brasília, fez curso de Ciências Políticas pela Universidade de Brasilia (UNB); Em 1984 fez curso de Análises Financeiras na Fundação Getúlio Vargas; Em 1988 foi eleito Deputado Estadual Constituinte.
Foi membro da Comissão que escolheu o local da capital sendo também o primeiro deputado a residir em Palmas, autor dos projetos de criação de dez municípios no estado entre eles: Ipueiras, Jaú, Lagoa da Confusão, Lavandeira, Mateiros, Novo Jardim, Rio da Conceição, São Salvador, Sucupira e Taipas. Em 1990 foi reeleito Deputado Estadual sendo o deputado mais bem votado do estado. Autor dos projetos de lei que deu o nome ao prédio da Assembleia Legislativa "Palácio João de Abreu" e ao Aeroporto Internacional de Palmas "Brigadeiro Lysias Rodrigues".
Em 1994 foi eleito Deputado Federal licenciando-se entre abril e maio de 1996 quando ocupou o cargo de Secretário de Estado da Administração no segundo governo de Siqueira Campos. Em 1998 foi reeleito Deputado Federal até 2002. Segundo os Jornais Folha de São Paulo e Jornal do Congresso na época foi avaliado entre os vinte Deputados Federais mais atuantes do Brasil e o mais atuante do estado do Tocantins, com o maior número de projetos e proposituras apresentadas, na época que esteve presente no Congresso Nacional nunca esteve envolvido e nenhum tipo de escândalo. Atualmente, funcionário público aposentado, Antônio Jorge preside o Sindicato Rural de Palmas.