Falhas na transferência de energia e aumento da demanda provocaram apagão, diz ONS. Órgão citou "folga" na geração de energia. Segundo especialistas com falta de chuva o fato voltara a acontecer. Novamente colocaram a culpa em uma subestação em Gurupi.
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) informou nesta segunda-feira (19) que as razões para o corte de energia elétrica que atingiu onze Estados brasileiros e o Distrito Federal foram as "restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste" e "elevação da demanda no horário de pico".
De acordo com o comunicado oficial, a pane ocorreu "a partir das 14h55, mesmo com folga de geração do Sistema Interligado Nacional (SIN)".
Por causa da sobrecarga, o ONS informou que "adotou medidas operativas em conjunto com os agentes distribuidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, impactando menos de 5% da carga do Sistema".
A nota afirma ainda que, "a partir das 15h45, a situação foi totalmente normalizada".
Além de Brasília e o entorno, os Estados que sofreram com o apagão foram São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
A pedido do ONS, as distribuidoras de energia elétrica cortaram o fornecimento nesses locais.
São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal
De acordo com a CEB, que abastece o Distrito Federal, oito subestações tiveram a energia suspensa, mas a luz já foi religada em seis delas. O apagão ainda atinge a cidade de Planaltina.
Houve corte de 800 MW nas área de concessão da CPFL nos Estados de São Paulo e no Rio Grande do Sul; de 320 MW na área da Copel (PR); e 700 MW na área da Eletropaulo (SP).
A Copel, distribuidora de energia do Paraná, informou que "300 mil domicílios de diferentes regiões do Paraná tiveram o fornecimento de energia interrompido". No entanto, cerca de uma hora depois, "por volta das 16h, a situação já havia sido normalizada".
Na cidade de São Paulo, a Eletropaulo, distribuidora de energia da capital, informou em comunicado que cortou mais de 700 MW (megawatts). "O Centro de Operações da Distribuidora está acompanhando a situação e segue monitorando o sistema integrado por meio do ONS", disse em nota. Em seguida, informou que "às 15h50, a carga de energia foi restabelecida em sua totalidade, após autorização do ONS".
No Metrô, duas estações da Linha Amarela-4 foram fechadas em razão da falta de energia elétrica, segundo a concessionária Via Quatro, que administra a linha. As estações Luz e República, que ficaram fechadas desde as 15h20, voltaram a funcionar por volta das 16h30.
As demais estações da mesma linha (Paulista, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros e Butantã) operam normalmente.
A falta de energia, segundo a concessionária, ocorre na região da Luz, no centro da capital. Segundo o Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo), as demais linhas da cidade estão operando normalmente. A Linha Amarela-4 é a única concedida à iniciativa privada.
Goiás, Rio de Janeiro e Minas Gerais
Em Goiás, parte da capital Goiânia e cidades do interior ficaram sem luz nesta segunda-feira depois do pedido do ONS, informou a Celg — empresa que distribui energia no Estado.
A empresa informou que a redução da potência foi e 200 MW. O apagão começou às 15h, mas a luz foi reestabelecida às 16h.
No Rio de Janeiro, a Light também informou que seguiu uma determinação do ONS para desligar algumas substações. Além da capital fluminense, também falta luz em Niterói (RJ). Em nota, a Light informou que "por determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), parte do sistema da Light teve de ser interrompido, por voltas das 14h50". No entanto, "o fornecimento foi totalmente restabelecido às 16h20".
A Cemig, que abastece Belo Horizonte e região metropolitana e cidades do interior do Estado, também confirmou que diminuiu a potência a pedido do ONS. A empresa confirmou que faltou luz em partes do Estado, mas não precisou exatamente onde houve o apagão.
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia
A Cemat (Central Elétrica de Mato Grosso), empresa distribuidora de energia no Estado, informou que cerca de 150 mil clientes em 11 municípios sofreram interrupções no fornecimento de eletricidade no início da tarde desta segunda-feira (19). Os cortes no fornecimento de energia foram realizados exatamente entre 13h55 e 14h26, gerando interrupções médias de 33 minutos aos clientes.
No Mato Grosso do Sul, o fornecimento foi suspenso em Três Lagoas, Brasilândia e Santa Rita do Pardo, todos atendidos pela Elektro. Em nota, a concessionária afirmou que a interrupção foi parcial e durou 45 minutos.
Já em Rondônia, seis municípios tiveram o fornecimento suspenso temporariamente. A capital Porto Velho e as cidades de Vilhena e Espigão D'Oeste ficaram sem luz em alguns locais por cerca de meia hora. Já em Pimenta Bueno, a interrupção durou aproximadamente 15 minutos. Os municípios de Ji-Paraná e Rolim de Moura ficaram sem energia por 39 minutos.
Leia à nota do ONS na íntegra:
"Nota à Imprensa (19/01/2015)
No dia 19 de janeiro, a partir das 14h55, mesmo com folga de geração no Sistema Interligado Nacional (SIN), restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica.
Na sequência, ocorreu a perda de unidades geradoras nas usinas Angra I, Volta Grande, Amador Aguiar II, Sá Carvalho, Guilman Amorim, Canoas II, Viana e Linhares (Sudeste); Cana Brava e São Salvador (Centro-Oeste); Governador Ney Braga (Sul); totalizando 2.200 MW. Com isso, a frequência elétrica caiu a valores da ordem de 59 Hz, quando o normal é 60 Hz.
Visando restabelecer a frequência elétrica às suas condições normais, o ONS adotou medidas operativas em conjunto com os agentes distribuidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, impactando menos de 5% da carga do Sistema.
A partir das 15h45, a situação foi totalmente normalizada.
Hoje, dia 20 de janeiro de 2015, às 14h30, no Rio de Janeiro, o ONS se reunirá com os agentes envolvidos para analisar a ocorrência.
Assessoria de Planejamento e Comunicação do ONS"