Após puxar inflação de maio, planos de saúde terão reajuste em junho

Posted On Sexta, 09 Junho 2023 05:42
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ANS vai definir em reunião na segunda-feira (12) o índice máximo de aumento anual para contrato individual ou familiar

 

Com r7

 

Após puxar a inflação de maio, os planos de saúde terão reajuste em junho. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) vai definir nesta segunda-feira (12), em reunião da diretoria colegiada, o índice máximo de aumento anual para contrato individual ou familiar.

 

A estimativa é de reajuste entre 10% e 12%, segundo a projeção da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), com base na metodologia de aumento adotada pela ANS e em cálculo de consultorias.

A medida vai afetar 8,9 milhões de beneficiários de planos individuais e familiares, o que representa 17,6% do total de consumidores de planos de assistência médica no Brasil. O setor atingiu um total de 50.573.160 usuários em abril deste ano, o maior número desde novembro de 2014.

 

O aumento vai valer para contratados a partir de janeiro de 1999, e poderá ser aplicado pela operadora a partir da data de aniversário do contrato, ou seja, no mês da contratação do planopo Saúde e cuidados pessoais, com 0,93%. O destaque foi o plano de saúde, que registrou alta de 1,20% no mês.

Nos últimos 12 meses, o acumulado dos convênios chega a 17,48%, enquanto a inflação geral acumula 3,94%.

 

Histórico

 

Em 2020, os planos ficaram congelados por causa da pandemia de Covid-19. Já em 2021, pela primeira vez, a ANS definiu redução de 8,19% nos valores das mensalidades.

 

A decisão foi motivada pela queda da demanda decorrente do período de isolamento na pandemia; por causa do distanciamento social, muitos brasileiros adiaram a procura por serviços médicos não emergenciais.

 

No ano passado, a agência autorizou reajuste de 15,5% nos planos de saúde individuais e familiares, o maior índice desde o início da série histórica, em 2000.

Como funciona o reajuste

 

ANS explica que o índice de reajuste dos planos individuais ou familiares é determinado pela agência, sendo aprovado em reunião de diretoria colegiada e apreciado pelo Ministério da Fazenda.

 

"O percentual é o teto para o reajuste. As operadoras podem aplicar índices mais baixos, mas são proibidas de aplicar percentuais mais altos que o definido pela ANS para os planos individuais ou familiares", afirma a agência reguladora em nota.

 

Já os planos coletivos com 30 beneficiários ou mais possuem reajuste definido em contrato e estabelecido a partir da relação comercial entre a empresa contratante e a operadora, em que há espaço para negociação entre as partes.

 

O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) defende que os reajustes dos planos coletivos sejam regulados à semelhança dos planos individuais. Para a coordenadora do programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete, o ideal seria que o reajuste fosse regulado para todos os tipos de planos.

 

"Como a maioria dos contratos coletivos reajusta seus planos com base na sinistralidade e ela como índice é pouco clara (cada empresa define de uma forma diferente), isso permite uma ampla liberdade para a operadora, no limite, fazer alteração unilateral do preço, prática vedada pelo Código de Defesa do Consumidor. O ideal seria que as cláusulas de reajuste fossem padronizadas", afirma a coordenadora.

 

Plano de saúde: 17,48% nos últimos 12 meses, 1,2% em maio

 

Em maio, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,23%. Houve desaceleração, já que, em abril, o indicador foi de 0,61%. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar disso, alguns itens permaneceram com expansão de preços nos últimos 12 meses. Confira!

Cerveja: 10,19% nos últimos 12 meses, queda de 0,28% em maio. Apesar da promessa de campanha de Lula, ela ainda acumula alta de 2,94% neste ano

Já a picanha, outra promessa de queda do presidente, teve recuo de 4,4% neste ano. Nos últimos 12 meses, baixa de 2,6% e retração de 0,62% em maio

 

Plano de saúde: 17,48% nos últimos 12 meses, 1,2% em maio

Em maio, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,23%. Houve desaceleração, já que, em abril, o indicador foi de 0,61%. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar disso, alguns itens permaneceram com expansão de preços nos últimos 12 meses. Confira!

Como o consumidor pode se proteger

 

Problemas com reajuste ocuparam o terceiro lugar em reclamações do ranking do Idec dentro do tema de planos de saúde, com 13,7% dos registros. Esse também é um problema bastante judicializado. Veja a orientação da coordenadora do programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete:

 

• Um primeiro passo é o consumidor questionar a operadora sobre as razões do aumento. Se, por exemplo, a operadora alega alta na taxa de uso do plano, a chamada sinistralidade, é possível o consumidor procurar informações na ANS e verificar se a sinistralidade (taxa de uso do plano) informada pela operadora está elevada ou não. É um primeiro exercício de controle.

 

• Se a operadora esclarece e as informações batem, o consumidor deve avaliar se vale a pena permanecer no plano de saúde pagando o novo valor.

 

• Se não valer, ele pode fazer a portabilidade, que é a troca de plano sem cumprir novas carências, migrando para um plano de saúde mais barato. Pode, ainda, fazer o downgrade, que é a troca por um plano mais barato dentro da mesma empresa.

 

• Se a operadora não esclarecer as razões do reajuste elevado e se a regra de reajuste do contrato não for clara sobre como ele é feito, é possível também questionar o reajuste na Justiça.

Fonte: Idec

 

Como reclamar na ANS

 

A ANS orienta os usuários que estiverem com dúvidas em relação ao percentual do seu reajuste que procurem, inicialmente, sua operadora e, caso não tenha a questão resolvida, registre reclamação junto à ANS nos seguintes canais de atendimento:

 

• Formulário eletrônico Fale Conosco na Central de Atendimento ao Consumidor

 

• Central de atendimento para deficientes auditivos: 0800 021 2105

 

• Núcleos da ANS existentes nas cinco regiões do país. Confira aqui as unidades com atendimento presencial e faça o agendamento online

 

• Disque ANS (0800 701 9656): atendimento telefônico gratuito, de 2ª a 6ª feira, das 8h às 20h, exceto feriados nacionais

 

Fonte: ANS