Brasília - A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,147 bilhões em setembro. O saldo positivo resulta de exportações no valor de US$ 20,996 bilhões e importações de US$ 18,849 bilhões. No ano, a balança continua deficitária, em US$ 1,622 bilhão. Os dados foram divulgados ontem (1º) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Apesar de superavitário, o resultado mensal ficou 15,9% abaixo do verificado em setembro de 2012 (US$ 2,553 bilhões). No acumulado do ano, é a primeira vez, desde 1999, que o resultado de janeiro a setembro é negativo.
Nas exportações mensais, as vendas de produtos básicos tiveram leve crescimento de 0,4%. Destacaram-se a soja em grão, cujo comércio foi 65,9% maior do que em igual período de 2012, e a carne bovina, cujas vendas cresceram 7,9%. As vendas externas de produtos de maior valor agregado recuaram 11% para os manufaturados e 8,2% para os semimanufaturados.
Quanto às importações, caíram as compras de bens de capital (-7,2%), de combustíveis e lubrificantes (-3,4%) e de bens de consumo (-2,6%). Cresceram as de matérias-primas e produtos intermediários (0,6%).
O secretário de Comércio Exterior do ministério, Daniel Godinho, concede entrevista coletiva nesta tarde para detalhar os dados da balança comercial.
Para o economista e professor da UFRJ Reinaldo Gonçalves, o Brasil passa por dificuldade tanto para exportar seus produtos como para importar com bons preços. “Ao longo dos últimos anos, o Brasil deixou de produzir alguns produtos primários e passou a importá-los, ficando mais refém do mercado internacional. Então, mesmo que o dólar suba, continuamos comprando pela necessidade. Outro problema é que a concentração de renda entre os consumidores mais rígidos está maior, ou seja, se o dólar sobe, esse consumidor não vai deixar de comprar o produto de fora, já que na competição o Brasil perde”, opina o economista.