Butanvac: vacina '100% brasileira' foi desenvolvida em NY, diz instituto

Posted On Sábado, 27 Março 2021 05:22
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Procurado, o diretor do Butantan, Dimas Covas, respondeu que existem parcerias com consórcios internacionais que serão divulgadas em "momentos oportunos". Informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo

Com iG

 

Anunciada nesta sexta-feira (26) pelo Butantan como a "vacina 100% brasileira" , a Butanvac foi desenvolvida nos Estados Unidos, na escola de Medicina Icahn do Instituto Mount Sinai, segundo disse a instituição à Folha de S. Paulo.

A informação, que foi dada pelo diretor e professor do departamento de microbiologia do instituto, Peter Palese, segundo a Folha, também consta no estudo publicado em dezembro de 2020 e assinado por pesquisadores do hospital e da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte.

Em coletiva de imprensa, Doria e o Butantan não disseram que a tecnologia da Butanvac havia sido desenvolvida nos EUA

 

"Realizamos com sucesso experimentos com nossa vacina baseada no vírus da doença de Newcastle [NVD, um tipo de gripe aviária]. Enquanto isso, iniciamos testes de fase 1 no Vietnã e na Tailândia com a nossa nova geração (melhorada) de vacina de Covid. Estamos conduzindo um teste de fase 1 aqui no Mount Sinai", disse o diretor

 

"Também temos um acordo com o Instituto Butantan para entrar em testes clínicos no Brasil usando nosso vetor de vacina NVD. Também estamos desenvolvendo vacinas para variantes da Covid-19 baseadas nas versões sul-africana e brasileira para o Instituto Butantan."

 

"Os comunicados conjuntos das parecerias serão feitos no momento oportuno por cada instituição do consórcio", justificou o diretor. Durante a coletiva de imprensa realizada nesta sexta para anunciar a vacina, nem o Butantan nem o governador João Doria (PSDB) mencionaram a parceria com o hospital de Nova York.

 

Segundo Palese, o hospital Mount Sinai detém o conheimento da patente tecnológica e foi o responsável por conduzir os ensaios pré-clínicos, feitos em animais em laboratório.

 

A tecnologia chegou a ser divulgada em duas revistas científicas em 2020, a EBioMedicine, em novembro, e outra no periódico Vaccines, em dezembro, e, portanto, a tecnologia seria norte-americana.