CADA UM POR SI...

Posted On Segunda, 04 Abril 2022 06:34
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Ainda é muito cedo para saber quem ganhou e quem perdeu no troca-troca de partidos no Tocantins. Principalmente porque nem sempre quem perde deixa de ganhar alguma coisa.  O MDB, por exemplo, “perdeu” quatro deputados estaduais, mas eles já não pertenciam às hostes emedebistas e, sim, ao Palácio Araguaia.  Um claro exemplo de que “ganhou com a perda”, pois abriu espaço para novos candidatos que são genuinamente emedebistas.

 

Por Edson Rodrigues

 

Permaneceu na legenda o bravo deputado Elenil da Penha.  O saldo total deste “tête a tête” só será conhecido no próximo dia três de outubro, quando os nomes dos eleitos para deputado estadual e federal serão conhecidos.

 

Enquanto isso, a deputada estadual Luana Ribeiro pode ter ganhado o “grande prêmio” da loteria política, após deixar o PSDB pela porta dos fundos, filiou-se ao PC do B, que está federalizado com o PT e o PV, o que cria grandes condições para a sua permanência no Legislativo Estadual, bastando para ela fazer o “dever de casa”.

Já o PSDB, da prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro (foto), está com sua chapa de candidatos a deputado estadual praticamente formada, com chances reais de emplacar dois eleitos, um deles é, certamente, Eduardo Mantoan, com possibilidades de figurar entre os mais votados.

 

Apesar dos pesares, o PSDB conta, também, com a federação acertada em Brasília com o Cidadania, do deputado estadual Eduardo do Dertins, que é uma liderança consolidada e com potencial entre 28 e 35 mil votos, fazendo com que a Federação tenha, no mínimo, duas vagas na Assembleia Legislativa, e uma somatória de votos que abre chances para disputar uma vaga na Câmara Federal.

 

Se as cúpulas de PSDB e Cidadania falarem a mesma língua, a tendência é de surpreenderem no resultado final das urnas.

 

PALÁCIO ARAGUAIA, A CASA DA MÃE JOANA

 

O governador Wanderlei Barbosa fechou seu grupamento político com ótimos resultados.  Concedeu aumento, progressões, direitos retroativos, criação de cargos e outras vantagens para os servidores estaduais.  Alguns até chamam de “farra”, mas podemos atestar que tudo foi feito dentro da Lei, com as bênçãos do Poder Legislativo.

A atuação do Palácio Araguaia lembrou muito o saudoso Antônio Carlos Magalhães, que cravou: “um governante com o Diário Oficial e a ‘chave do cofre’ do governo nas mãos, só perde uma eleição se for incompetente”.

 

Vale ressaltar que outros governadores tocantinenses já estiveram na mesma situação de Wanderlei e não causaram danos à economia do Estado, e o melhor investimento para um governador sempre serão os servidores públicos estaduais. 

 

E, Wanderlei Barbosa, até agora, vem colhendo apenas êxitos administrativos e políticos, com o apoio dos senadores Kátia e Irajá Abreu, garantindo um ótimo tempo de Propaganda Eleitoral Obrigatória de Rádio e TV, com a soma dos tempos de PSDB, PSD, Patriota, Republicanos, Avante e Democracia Cristã.

 

Todos os partidos da base de apoio à reeleição de Wanderlei Barbosa terão chapas proporcionais e comporão um chapão majoritário com possibilidades de ser “fatal”, dando a Wanderlei o maior “placar” no fim desta janela de filiações e, ao mesmo tempo, criando um problema, que será como capitanear essa embarcação repleta de egos pesados, evitando que ela se transforme em um “Titanic” eleitoral, em que todos afundam juntos, justamente, por causa do “peso” conjunto.

O diferencial de Wanderlei é o chapão do Republicanos, composto, em sua maioria, por deputados estaduais com mandato, com cerca de 13 postulantes à reeleição, além de Toinho Andrade, candidato à deputado federal, com previsão de reeleger, pelo menos sete deputados estaduais, com alterações para mais ou para menos.

 

Mas, até este momento, a turma de Wanderlei Barbosa vem fazendo tudo certo, sem apresentar nenhum tipo de desgaste eleitoral.

 

OPOSIÇÃO AO PALÁCIO ARAGUAIA

A oposição ao Palácio Araguaia, por enquanto, se traduz no ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, que vem tentando se entrosar com as lideranças que desejavam a candidatura do senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, campeão de recursos federais enviados para o governo do Estado ou diretamente para os cofres dos 139 municípios nas gestões de Mauro Carlesse e do próprio Wanderlei Barbosa, além de maquinário pesado, caminhões, ambulâncias, apoio na aquisição de aparelhos e equipamentos hospitalares, medicamentos e todos o suporte para o combate à pandemia de Covid-19.

 

Eduardo Gomes é o “cabo eleitoral número um” da candidatura de Dimas, e conseguiu uma conquista grandiosa no apagar das luzes da janela de transferência partidária, junto ao público religioso, trazendo o deputado federal pastor Eli Borges e o vereador  Filipinho, filho do pastor Amarildo, maior autoridade religiosa do segmento evangélico no Norte do País, além de organizar o apoio dos prefeitos dos principais colégios eleitorais do Tocantins à postulação de Ronaldo Dimas, em um anúncio ainda por ser feito.

 

Gomes e Dimas emplacaram uma jogada de mestre ao colocar na chapa proporcional apenas candidatos sem mandato, com exceção de Fabion Gomes, o que fez com que suas chapas sejam fortíssimas, com capacidade de eleger cinco deputados estaduais, com chances de eleger mais um com a sobra da contagem de votos, o que faz do PL um dos principais, senão o principal partido com chances de maioria de deputados na Assembleia Legislativa, principalmente após a ida dos membros do Podemos, que já tinham uma chapa de candidatos a deputado federal e estadual, e que foram para o PL em forma de “chapão”, trazendo, justamente, Fabion Gomes e mais um candidato à reeleição, o deputado federal Tiago Dimas.

 

SEGUE O “BAILE”

Mais adiante, nos meses de maio e junho, outras novidades políticas ainda estão por acontecer na dança das cadeiras, sempre dependendo do desempenho das candidaturas de Dimas e de Barbosa, se a candidatura de Paulo Mourão continuar no páreo, pois não pode ser subestimada em hipótese alguma e, certamente, irá decidir a eleição ou para Dimas ou para Barbosa, lembrando que, para haver um segundo turno, Mourão precisa ter mais que 10% dos votos válidos para quer, somados com os brancos e nulos, provoque a realização de uma nova rodada de votação.

Mais informações no “Olho no Olho (II).