CONSELHO GRATUITO AOS PREFEITOS ELEITOS

Posted On Terça, 11 Outubro 2016 14:33
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O prefeito reeleito da capital baiana, ACM Neto, concedeu entrevista à revista Época desta semana, em que aconselhou a todos os prefeitos eleitos de seu estado. 

 

Por Edson Rodrigues

 

O Paralelo 13 recomenda que todos os eleitos do Tocantins comprem um exemplar dessa revista para ler a reportagem, que consideramos uma verdadeira aula de administração pública.  Nas palavras de ACM Neto, o segredo para uma boa administração em tempos de crise é “planejamento, planejamento e planejamento. Austeridade , austeridade e austeridade”.

Mesmo contando apenas com os recursos do município e sendo membro da oposição ao governo do Estado e odiado pelo governo Dilma, conseguiu índices recordes de aprovação, gastando 97% dos recursos que tinha em ações sociais e obras de infraestrutura, e conseguirá fechar seu primeiro mandato com a folha salarial do funcionalismo em dia, obrigações sociais e fornecedores devidamente quitados e, claro, índices de aprovação ainda maiores junto à população.

Tudo isso graças ao planejamento.

TOCANTINS

O maior erro dos nossos prefeitos, na maioria dos 139 municípios tocantinenses é justamente a falta de planejamento, aliada ao empreguismo, à colocação de parentes em cargos de ordenamento de despesas e de amigos despreparados em funções-chave de suas administrações. Indicados por suas coligações ou financiadores, numa dança de cadeiras que resulta, como não poderia deixar de ser, em uma administração pífia e na inadimplência.

HERANÇA MALDITA

Com menos de três meses para o fim da administração dos que não conseguiram se reeleger, o inferno parece ser o lugar de descanso para eles.  Afinal, são cinco folhas de pagamento para pagar, pois 95% ainda não quitaram setembro – e ainda tem outubro, novembro, dezembro o 13º - com o agravante de não contarem com o ICMS de dezembro, pois o pagamento cai exatamente no dia 31 do último mês do ano, último dia de mandato, que é um sábado; com o Fundeb, que cai na conta dia dois e com o SUS, que entra no terceiro dia útil do mês.  Ou seja, será natural que muitos dos eleitos entrem na Justiça com pedidos de bloqueis de bens para que nada aconteça com esses recursos entre o sábado, 31, e a segunda-feira, dois de janeiro, dia da posse.

Vale ressaltar que a Lei de Responsabilidade Fiscal é taxativa no que concerne aos pagamentos: não pode não pode deixar nada de um mandato para o outro.  Ou seja, o perigo é grande, pois 97% dos municípios do Tocantins tiveram queda no repasse do FPM, que consiste em sua maior receita.  Logo, serão poucas as chances de quitarem cinco folhas salariais em menos de 90 dias.  Isso potencializa a possibilidade de calote.

Aos que conseguiram a reeleição, as coisas ficam mais fáceis – ou menos difíceis, como queiram – pois já sabem o que vão enfrentar.  Aos que estão chegando, ficam os conselhos acima, pois, se querem cumprir seus compromissos de campanha, é bom que escolham uma equipe de assessores competente e evitem dar brecha às indicações de correligionários, principalmente no primeiro escalão, pois os primeiros meses de administração serão de muita turbulência e quem tem apego apenas ao cargo, tende a desistir fácil e jogar a culpa no colo do gestor.

Logo, é bom que as medidas amargas e necessárias sejam tomadas já nos primeiros dias, para que o mandato possa “engrenar” aos poucos e se tornar viável.

Na administração pública, como na medicina, “é melhor prevenir que remediar”.

E mais barato!