CONTAR SÓ COM O APOIO DE PREFEITOS É FRIA...

Posted On Terça, 14 Junho 2022 06:40
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O Observatório Político de O Paralelo 13, baseando-se no que vê pelo “retrovisor da história” nas últimas eleições dos 16 anos anteriores, pode cravar, sem medo de errar, que é preciso muito mais que o apoio dos prefeitos dos 139 municípios – se fosse uma unanimidade – para se eleger governador do Tocantins.

 

Por Edson Rodrigues

 

Podemos relembrar a última eleição de Marcelo Miranda, em que se sagrou eleito com o apoio de apenas quatro prefeitos, coma adesão de mais nove só no fim da campanha. Indo mais a fundo no retrovisor, temos as derrotas dos ex-governadores Sandoval Cardoso, Carlos Gaguim, ambos concorrendo à reeleição, flutuavam nas nuvens e se achavam invencíveis por ter o apoio de mais de 90% dos prefeitos, e “caíram com a cara no chão”.

 

Ex-governadores Sandoval Cardoso e Carlos Gaguim 

 

O governador Wanderlei Barbosa não tem um Brito Miranda, muito menos um Siqueira Campos a lhe dar o “caminho das pedras” para se reeleger.  Por isso, precisa organizar muito bem seu time de campanha para ter êxito em sua pretensão de reeleição.

 

PREOCUPAÇÃO LATENTE

Nosso Observatório Político vem escutando as principais lideranças políticas de, praticamente, todas as vertentes, e esteve, na tarde desta segunda-feira (14), no auditório do Palácio Araguaia, na solenidade político-administrativa promovida pelo governo do Estado, ocasião em que pôde conversar com colegas da imprensa, da publicidade, com prefeitos e vereadores presentes, e ouviu comentários muito parecidos acerca de uma preocupação geral com a falta de organização da área política palaciana.

 

Wanderlei Barbosa é um sábio e experiente político.  Tanto que jamais perdeu uma eleição, porém, a eleição de dois de outubro pode ser a “prova dos nove” para sua carreira política pois, muito provavelmente, quem perder ficará, automaticamente, fora do páreo das eleições municipais de 2024, independente de qual cargo vier a disputar.

 

O EXEMPLO DE SANTA ROSA

No município de Santa Rosa, por exemplo, o governador chegou para a inauguração de duas pontes, importantes obras de Estado. Na primeira, fez uma cerimônia às pressas e deixou o local por uma estrada vicinal, deixando as lideranças locais “a ver poeira”, depois do bolo. Na outra inauguração a cena se repetiu e, quando as lideranças políticas, vereadores e o prefeito da cidade chegaram, Wanderlei Barbosa já estava a caminho de Palmas.

 

Cenas assim vêm ocorrendo em vários municípios e deixando as lideranças e a população dessas cidades, no mínimo, com a pulga atrás da orelha do porquê desse comportamento por parte do governador e de sua comitiva.  Uma situação que seria facilmente resolvida com uma boa coordenação política no grupo do Palácio Araguaia, e à qual o governador precisa dispensar uma atenção imediata, para evitar causar melindres. É a hora de Jairo Mariano, novo coordenador político do Palácio Araguaia, tem experiência mais que suficiente – foi prefeito de Pedro Afonso por dois mandatos e presidente da Associação Tocantinense de Municípios – para fazer os ajustes necessários ainda no decorrer deste mês.

Essa coordenação política precisa levar em conta e valorizar a questão da representatividade dos deputados estaduais e suas lideranças regionais e locais a cada visita feita por Wanderlei Barbosa a um município, pois nos bastidores, já se ouvem reclamação a respeito desse modus operandi.

 

É, justamente, nesse quesito que focamos o título deste “olho no olho”, afinal, de que adianta ter o apoio do prefeito do município, se não há o apoio dos vereadores das lideranças políticas e da população do local? Esses são os verdadeiros arrecadadores de voto.  São eles que estão em contato com o povo e com os eleitores.

 

SANDÁLIAS DA HUMILDADE

A nossa observação vale, principalmente, para os candidatos majoritários – governador e senador – e para os candidatos a deputado estadual que não estão próximos dos eleitores tocantinenses.  Não basta ter muito dinheiro ou muito poder, principalmente após o dia dois de julho, quando nem os congressistas, nem os candidatos ao governo nem a deputados estaduais ou federais poderão contar com as transferências de emendas impositivas, inaugurações de obras nem nomeações, por conta dos prazos da Legislação Eleitoral.

 

A partir de então, todos os candidatos a um cargo eletivo em dois de outubro ficam em pé de igualdade. As únicas diferenciações serão o tempo de Rádio e TV e o Fundo Eleitoral, lembrando que outras boas e fortes lideranças políticas estão se formando no Tocantins e uma derrota nesta eleição pode significar a aposentadoria política para muitos políticos tradicionais.

 

Por hoje é só.

 

Última modificação em Terça, 14 Junho 2022 07:10