Aprovação do presidente se manteve estável, com uma variação negativa de 0,2 ponto percentual, dentro da margem de erro
Por André Martins
O trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 45,7% dos brasileiros e reprovado por 53%, segundo a pesquisa Latam Pulse, do instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada nesta sexta-feira, 7. Cerca de 1,3% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
Na comparação com o levantamento divulgado em janeiro, a desaprovação de Lula manteve a tendência de alta e subiu 1,6 ponto percentual. A aprovação se manteve estável e ficou em 45,7%, com uma variação negativa de apenas 0,2 ponto percentual, dentro da margem de erro.
O levantamento mostra que a desaprovação está em alta desde outubro de 2024 e superou a aprovação pela primeira vez em novembro do ano passado. Este é o quarto mês seguido que a avaliação negativa sobe.
A avaliação geral do governo atingiu o maior patamar de percepções negativas, com 50,8% classificando a gestão como ruim ou péssima , alta de 4 pontos percentuais. As avaliações positivas tiveram variação de 0,02 p.p. , e chegou a 37,6%.
Entre os grupos que mais reprovam o presidente estão homens, pessoas com ensino médio completo e cidadãos entre 16 e 44 anos. Evangélicos e moradores das regiões Centro-Oeste, Norte, Sul e Sudeste também demonstram maior rejeição do que aprovação. No Nordeste, tradicional reduto lulista, o presidente ganhou fôlego e tem aprovação de 57,9% contra desaprovação de 41,3%.
A pesquisa AtlasIntel entrevistou 5.710 brasileiros adultos entre os dias 24 e 27 de fevereiro de 2025. A margem de erro do levantamento é de 1 ponto percentual para mais ou para menos.
Economia e crime ganham força como principais preocupações dos brasileiros
A preocupação com a economia e a inflação atingiu o maior patamar e se consolidou como o terceiro principal problema para os brasileiros. O tema cresceu 6 pontos percentuais na preocupação nacional entre janeiro e fevereiro e, desde novembro de 2024, avançou 13 pontos, saltando de 23% para 35%. O resultado reflete a inflação ainda acima da margem de tolerância da meta do Banco Central, puxada pelo aumento no preço dos alimentos básicos.
O crime segue como uma das principais preocupações para mais de 90% dos brasileiros. Cerca de 89% dizem que o nível de criminalidade está alto ou muito alto e 73% observam tendência de piora.
Mais de 80% dos brasileiros evitam áreas de seus próprios bairros ou cidades por medo da violência. Como resposta, 72% apoiam restrições a direitos humanos e liberdades civis para punir criminosos.
O desempenho do governo federal na segurança pública é avaliado negativamente por 64% da população, e 85% acreditam que organizações criminosas exercem influência sobre a política e o judiciário. Um terço dos eleitores coloca o combate à criminalidade como um dos principais fatores de decisão de voto.
Direita tem mais apoio no combate ao crime; programa do governo sofre rejeição
Para 50% dos brasileiros, a direita apresenta as melhores propostas para o combate ao crime, e 26% apontam a esquerda.
As medidas anunciadas pelo governo federal dentro do programa Pena Justa, voltado à reintegração de detentos e ex-detentos, são amplamente rejeitadas. A proposta de flexibilizar o uso de tornozeleiras eletrônicas para presos no semiaberto tem 87% de rejeição, e a redução de penas de reclusão por outras alternativas é desaprovada por 66%.
Sobe percepção de que governo Lula é pior que Bolsonaro, mas áreas sociais seguem fortes
A percepção de que o governo Lula tem um desempenho pior que o de Jair Bolsonaro aumentou entre os brasileiros. Em fevereiro, há um empate de 49% a 49% entre os que avaliam a gestão atual como melhor ou pior que a anterior. A parcela da população que considera o governo pior cresceu quase 4 pontos percentuais entre janeiro e fevereiro.
Por outro lado, na análise por áreas específicas, a gestão de Lula segue melhor avaliada em temas como direitos humanos, relações internacionais, políticas sociais e redução da pobreza e moradia. A percepção negativa se concentra em áreas como segurança pública, carga tributária e responsabilidade fiscal.