DEVASSA DA POLÍCIA FEDERAL PODE TRAZER REVELAÇÕES SURPREENDENTES SOBRE A BREVE GESTÃO DE CARLESSE

Posted On Segunda, 18 Junho 2018 06:30
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No pouco tempo em que está à frente do governo do Estado, governador interino pode ter batido recordes em atos irregulares

 

Por Edson Rodrigues

 

Exibido pela Rede Globo entre 1999 e 2007, o programa “Linha Direta” trazia casos criminais não resolvidos, acontecidos nos quatro cantos do país.  Os telespectadores assistiam e descobriam que, em alguns casos, seus próprios maridos, vizinhos ou amigos, haviam cometido crimes em outros tempos e lugares e, agora, estavam ali, ao seu lado, se passando por cordeirinhos, pessoas honestas e ilibadas.

 

Infelizmente, durante os oito anos de apresentação do “Linha Direta”, a maioria dos criminosos cujos casos foram apresentados, estava escondida ou travestida de “pessoas decentes” no Tocantins.  Foram nada menos que 28 pessoas presas no Estado por conta do programa.

 

Pois bem.  Corre-se o risco de, sem mais, sem menos, descobrirmos que o governador interino do Tocantins, Mauro Carlesse, se ainda existisse o Linha Direta, ter sido tema de uma das suas edições.

 

Pois não é que o homem, apresentado aos tocantinenses como “empresário bem sucedido”, chegou ao Tocantins há treze anos e em Gurupi foi candidato a prefeito e, depois se elegeu deputado estadual.

 

ONDE OS DEFEITOS CONVERGEM

Por obra do acaso, pois ninguém esperava que Marcelo Miranda fosse cassado, Carlesse estava no lugar certo, na hora certa para sua vida política e, como presidente da Assembleia Legislativa, assumiu o governo do Estado.

É nessa hora que os defeitos convergem. Como empresário Mauro Carlesse acumulou vários processos na justiça. Agora, a coligação “É a vez dos Tocantinenses”, do candidato Vicentinho Alves, denunciou à Justiça que Carlesse usou dois números de CPF em ao longo de sua vida. Um como empresário e outro bem próximo de entrar para a vida pública.

 

É, no mínimo, crime de falsidade ideológica ter dois números diferentes de CPF – Cadastro de Pessoa Física – junto à Receita Federal.  Não é difícil, então, entender o porquê de o governador interino do Tocantins, Mauro Carlesse, ter dois CPFs, ou seja, ser duas pessoas diferentes para a Receita Federal.

 

PALÁCIO OU COMITÊ?

Outra denúncia que recai sobre Carlesse é a de ter transformado o Palácio Araguaia em um verdadeiro comitê eleitoral e utilizado servidores públicos em sua campanha, denúncia também apresentada pela coligação “É a Vez dos Tocantinenses”.

 

Na semana passada, em entrevista à competente jornalista Roberta Tum, o Procurador Federal Eleitoral, Dr. Álvaro Manzano afirmou que já havia provas suficientes para a cassação do mandato e do registro da candidatura de Mauro Carlesse.

 

As provas são tão robustas, segundo nossas fontes, que já é moeda corrente nos bastidores políticos que Carlesse naufragará e levará consigo muitos dos “companheiros” que embarcaram na sua “nau de desmandos”.

 

A quebra dos sigilos telefônicos e bancários serão suficientes para esclarecer tudo o que vem acontecendo pelos lados do Palácio Araguaia. A sempre competente Polícia Federal já está nas últimas tratativas para obter as autorizações.

 

A desembargadora Ângela Prudente, corregedora regional eleitoral do Tocantins, acatou a denúncia e a Polícia Federal cumpriu mandados de buscas no Palácio Araguaia, sede do Governo do Tocantins. A ação foi deflagrada por ordem do Tribunal Regional Eleitoral. A investigação aponta que o governador interino Mauro Carlesse (PHS) teria liberado emendas parlamentares poucos dias antes do primeiro turno das eleições suplementares no Estado, realizadas no início de junho.

 

Em tempo recorde, Carlesse fez mais mal-feitos como governador que qualquer outro e, ante as evidências levantadas pela operação as PF, vem tentando desqualificar a Justiça Eleitoral Tocantinense e a Polícia Federal, dizendo que são “meros cabos eleitorais dos denunciantes”, uma declaração claramente de desafio, afronta e provocação.

 

Lembram-se do que Lula tentou fazer com o Juiz Sérgio Moro?  Exatamente! Lula tentou desqualificar Moro e a Operação Lava Jato, mas acabou na carceragem da PF em Curitiba, por via da mais alta Corte do País.

 

A HORA DO DESESPERO

A opção pela tentativa de desqualificação da Justiça Eleitoral Tocantinense é o último ato de desespero de quem foi pego “com a mão na massa”.  Tentar jogar o povo contra as instituições mais respeitadas pela opinião pública em todo o País é uma tática que já se mostrou falha quando usada por um ex-presidente da República, que está preso.  O que um político neófito espera conseguir batendo de frente contra a Polícia Federal e a Justiça Eleitoral?

 

Qual será a chance de um governador interino em colocar a opinião pública contra as maiores e mais respeitadas instituições brasileiras?

A PF já havia descoberto, por exemplo, que o próprio Carlesse encaminhava R$ 1,78 milhão a um instituto chamado Gemas. A PF descobriu que havia um total de 16 processos de liberação de emenda do próprio Carlesse ao Gemas (Instituto de Gestão de meio Ambiente e Sociedade), de Palmas. O dinheiro seria usado para bancar, por exemplo, exposição agropecuária, temporada de praia e até aniversário de municípios.

 

Dentro desse contexto, e apenas contando pagamentos de exercícios anteriores, a decisão judicial relaciona os seguintes pagamentos:  R$1.874.613,02 à empresa TB Serviços, Transportes, Limpeza S/A; R$ 231.384,38 à Prime Solution Soluções em impressão (recebeu R$ 3,75 milhões de exercício passado),  R$ 101.212,44 à Nasa Construtora Ltda; R$ 931.733,70 empenhado e liquidado R$ 259.047,62 à Só Terra Construções e Projetos Ltda; e R$ 2.226.689,33 à Construtora Central Do Brasil Ltda.

 

CONSEQUÊNCIAS

Carlesse já começou a sentir os efeitos de suas ações.  Depois das buscas e apreensões de documentos, computadores e arquivos, a Polícia Federal já anunciou uma devassa nas contas do governo do Estado desde que ele assumiu.

 

O dinheiro distribuído por Carlesse será esquadrinhado, tendo seu caminho palmeado até o destino final.  Por onde andou, para qual destino foi e no bolso de quem foi parar.

 

Em se comprovando o descumprimento, um desvio de finalidade, como prevê a Legislação Eleitoral para governos interinos, as penas  vão desde a simples prisão, ressarcimento aos cofres públicos e perda de direitos políticos.

 

Corre à boca miúda que já há tratativas para delações premiadas entre os envolvidos tal o grau de austeridade com que a Polícia Federal vem tratando o “caso Carlesse”. 

 

Aparecendo as provas, Carlesse perde não só o cargo, como o registro de sua candidatura,caso haja tempo para isso.  Se não houver tempo e o povo não der ouvidos ás denúncias e eleger Carlesse, ele pode não ser diplomado, não tomar posse, ter seus direitos políticos suspensos por oito anos, bens bloqueados ou confiscados – indo á leilão imediatamente – e sua carreira (pelo menos a política) interrompida bruscamente.

 

A PERGUNTA QUE NÃO CALA

Diante de todos os fatos expostos, há, ainda, uma pergunta que não cala: onde estão os apoiadores de Carlese?  Os deputados federais, os estaduais, os senadores, os prefeitos, as lideranças comunitárias, as lideranças regionais??

 

Por qual motivo não se manifestam? Por que não colocam a cara a tapa e tentam explicar o motivo de seus apoios ao governdor interino?

 

Será que é por causa da operação da Polícia Federal?

 

Será que têm medo do tal “esquadrinhamento” do caminho do dinheiro liberado irregularmente pelo governador interino?

 

A resposta, só eles sabem.  Mas, o que todo tocantinense, hoje, sabe, é que um vereador de Silvanópolis já decidiu falar, explicar o motivo de ter apoiado Carlesse no primeiro turno.  Uma tal de  “propina cruzada” usada pelo governo para bancar festas em Silvanópolis , envolvendo empresas que têm negócios com o Estado, o esquema foi usado para atender prefeitos, vereadores e líderes políticos do interior que apoiaram a campanha do candidato interino que tenta se manter no cargo.

 

O nome do denunciante está mantido sob sigilo para não atrapalhar as investigações.

 

É esse o governador que o tocantinense quer?

“O QUE É ISTO? QUE NOME PODERÍAMOS DAR? DEMOCRACIA ? NÃO. ISTO QUE ESTAMOS VIVENDO NO TOCANTINS NÃO É DEMOCRACIA. É ABUSO DE PODER!”

“SÓ PRA LEMBRAR!! REPRISE DE UM FILME DE TERROR QUE ESTAMOS VIVENDO AGORA.  EX- GOVERNADOR SANDOVAL CARDOSO É CONDENADO À PRISÃO POR DESVIAR DINHEIRO QUANDO ERA DEPUTADO”

Senadora Kátia Abreu, no Twitter, sobre o que Carlesse está fazendo no governo do Tocantins