No Maranhão ela pediu que as pessoas pensem no Brasil e depois nos projetos pessoais
A presidente Dilma Rousseff fez nesta segunda-feira, 10, em São Luís (MA), uma das declarações mais fortes contra o movimento de perda de apoio no Congresso que vem abalando seu governo nas últimas semanas. Dilma afirmou que, no atual momento de dificuldades, o Brasil precisa mais do que nunca de pessoas que pensem primeiramente no bem do País e não "em seus partidos e projetos pessoais".
"Quando há dificuldades, não adianta brigar um com outro, porque não vai resolver a situação. É necessário que medidas urgentes sejam tomadas. Ninguém que pensa no povo brasileiro deve aceitar a teoria de que: "eu não gosto do governo, então vou enfraquecer 'ele', a teoria do quanto pior, melhor. Melhor pra quem?", questionou Dilma durante evento para a entrega de casas populares no Maranhão.
De volta a Brasília a presidente Dilma Rousseff pediu o apoio dos senadores da base aliada para que não permitam a aprovação de matérias que causem despesas ao governo. Durante encontro na noite dessa segunda-feira (10), que durou cerca de três horas, ela falou de sua preocupação com projetos que criam gastos permanentes sem a previsão necessária das receitas.
Dilma jantou no Palácio da Alvorada com cerca de 40 senadores e 20 ministros do seu governo. Após conversas com grupos separados, a presidenta fez uma fala em que solicitou ajuda dos parlamentares para que não permitam a aprovação no Senado das chamadas pautas-bomba.
De acordo com o senador Jorge Viana (PT-AC), a presidenta não tratou de assuntos específicos como o projeto de lei que reduz a desoneração das empresas, que deve ser votado no plenário do Senado esta semana. Segundo ele, Dilma disse respeitar a independência entre os Poderes, mas que precisava fazer esse apelo diante da situação atual pela qual passa o Brasil e também outros países.
"Eu acho que, independentemente do momento de dificuldade que o país está passando, da dificuldade política que estamos vivenciando, a presidenta deixou claro que está fazendo este encontro no começo de uma nova legislatura, do ponto de vista do segundo semestre. Ela fez um apelo para ter a colaboração do Senado, para que possa ajudar o país neste momento, para que a gente possa ter uma agenda e projetos que possam auxiliar o país e não criar dificuldades", afirmou o senador.
Participaram do jantar senadores de partidos da base aliada, como Humberto Costa (PT-PE), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Acir Gurgacz (PDT-RO), Benedito de Lira (PP-AL), Wellington Fagundes (PR-MT) e Otto Alencar (PSD-BA).
Além do vice-presidente Michel Temer, estiveram presentes, dentre outros, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, que conduz junto com Temer a articulação política do governo. O chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Tadeu Filipelli, e o assessor especial da presidenta Dilma, Giles Azevedo, também foram vistos entrando no Alvorada.
Nesse domingo (9), Dilma se encontrou com 13 ministros na reunião de coordenação política, após a qual o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse que o governo tem ciência das dificuldades mas acredita serão superadas para que o Brasil volte a crescer.
Agência Brasil