A presidente Dilma Rousseff chegou, na tarde desta sexta-feira, 16, a um centro de eventos em Teresina (PI) para participar da formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Ela foi recebida sob protestos e aplausos.
Apesar de ter sido bastante aplaudida ao aparecer no palco do evento, Dilma foi constrangida pelas vaias dirigidas ao governador do Estado, José Filho (PMDB), que a acompanhou em sua entrada. Já o pré-candidato ao governo do Estado, senador Wellington Dias (PT-PI), foi bastante saudado pelos presentes ao auditório. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do PP, chegou a levantar o braço do aliado enquanto o público o aplaudia.
Na área externa do local do evento, que teve a segurança reforçada por diversas forças policiais, pequenos grupos de diferentes segmentos da sociedade protestavam contra a presidente e o governador piauiense. Entre as faixas expostas, havia queixas contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, pedidos de mais recursos para a educação e de contratação de profissionais públicos em algumas carreiras do funcionalismo.
A presença de Dilma em Teresina nesta sexta reuniu, em um mesmo palanque, PT e PMDB locais, que estarão em lados opostos na sucessão estadual. O petista Wellington Dias está na primeira posição nas sondagens eleitorais locais. Apesar do favoritismo do senador, o PMDB insiste em lançar um nome para a sucessão. O deputado federal Marcelo (PMDB-PI) e o atual governador José Filho disputam a indicação.
O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), aproveitou seu rápido discurso na abertura da solenidade para cobrar Dilma por mais investimentos em saúde no Estado. “Nenhuma capital compromete tanto sua receita corrente líquida com a saúde quanto a capital do Piauí. Nossa saúde está sofrendo, passa por momentos difíceis. Estamos lançando aqui, em nome do povo de Teresina, nosso S.O.S.”, disse Firmino Filho. “Sabemos do seu compromisso, rigor técnico e gerencial e temos certeza de que nossa presidente vai dar respostas objetivas em relação a esse problema tão sério”, completou.
De Teresina, a presidente seguiu para Parnaíba, lá foi recebida com vaias na entrada da casa de shows Forrock, onde esteve esta sexta para participar da formatura de 1.400 alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego, Pronatec. Ele chegou de carro com sua comitiva, e enfrentou palavras de ordem como “Da Copa eu abro mão, queremos mais saúde, mais emprego e educação”. Os manifestantes chegaram a fechar a avenida Tancredo Neves, que dá acesso à casa onde ocorreu a solenidade, mas foram obrigados a abrir caminho pela Polícia Militar, o que ocorreu pacificamente.
Na chegada ao evento, a presidente também alvo de manifestações. Cerca de 70 fecharam a Avenida Tancredo Neves, via de acesso da comitiva presidencial à casa de shows Forrock, local da cerimônia. Com faixas e apitos, os manifestantes protestavam contra a Medida Provisória 633, que eles consideram prejudiciais aos mutuários do Sistema de Habitação. “A eleição chegando, você nos enganando. Não à MP 633”, dizia uma das faixas.
A via começou a ser desocupada pela Polícia Militar, para dar passagem á Presidente. Logo cedo, centenas de pessoas, provenientes de vários estados distribuíam panfletos contra a medida provisória, que segundo elas vai trazer prejuízos para todos os brasileiros que compraram casas financiadas pelo governo.
“Na Paraíba e em todos os estados, os mutuários sofrem com casas e apartamentos,que estão ameaçando desabar, porque foram construídos com muitos defeitos. O único recurso, que o povo tem é cobrar das seguradoras, que recebem as prestações, que consertem as suas casas”, dizia o texto dos panfletos.
O material dizia ainda que o governo Dilma “ficou do lado das seguradoras e contra o povo, ao fazer a MP 633”. O grupo reclama da MP porque “o governo Dilma e as seguradoras querem forçar os mutuários a fazer acordos que vão reduzir o dinheiro do conserto em mais de 70%”.