FEDERAÇÃO PARTIDÁRIA ENTRE PP, REPUBLICANOS E UNIÃO BRASIL: COMO FICAM AS “PROVÍNCIAS”?

Posted On Terça, 09 Janeiro 2024 04:18
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Fortalecidos após assumir ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, partidos do Centrão se movimentam para ganhar ainda mais musculatura em 2024 e avançam nas tratativas para montar uma superfederação. As negociações envolvem PP, Republicanos e União Brasil, siglas que juntas somam 151 deputados e 17 senadores. Assim, caso o acordo saia do papel, o grupo terá as maiores bancadas tanto na Câmara quanto no Senado, o que pode mudar a correlação de forças no Legislativo

 

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Embora o bloco de parlamentares do Centrão seja quem, há anos, dá as cartas no Congresso, individualmente os partidos que compõem o grupo informal não representam as maiores bancadas. Atualmente o União é o terceiro com mais representantes na Câmara, com 59 deputados, o PP, o quarto, com 50, enquanto o Republicanos, com 42, apenas o sétimo. As duas legendas que hoje polarizam as discussões políticas, PL e PT, estão à frente, com 95 e 68, respectivamente.

 

Ter a maior bancada é importante, por exemplo, para ter preferência na hora de dividir o comando de comissões. Pelas regras internas das duas casas legislativas, o maior partido — ou maior federação — pode escolher primeiro com qual quer ficar. Além disso, o bloco de legendas, uma vez unido, teria mais chances de eleger os sucessores de Arthur Lira (PP-AL), na presidência da Câmara, e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na do Senado.

As negociações para a formação da superfederação, contudo, só devem avançar a partir de março, quando haverá uma troca de comando no União Brasil. Atual vice da legenda, Antonio Rueda é o nome de acordo para suceder o deputado Luciano Bivar (PE) na presidência nacional do partido.

 

DISPUTAS SÃO ENTRAVES

Deputados Estaduais do Republicanos e seus respectivos votos : Leo Barbosa (Republicanos): 32.885; Jorge Frederico (Republicanos): 24.929 - Reeleito: Amélio Cayres (Republicanos): 22.921; Nilton Franco (Republicanos): 21.502; Cleiton Cardoso (Republicanos): 21.421; Olyntho Neto (Republicanos): 19.738; Valdemar Junior (Republicanos): 17.779

 

Pela vontade do próximo presidente do União Brasil, a federação seria colocada em prática já a tempo de ser aplicada nas eleições municipais de 2024. Apesar disso, outros integrantes da cúpula do partido, também interessados na federação, pregam cautela e dizem que é preciso analisar como estará o cenário político a partir do momento que o União Brasil trocará a direção.

 

Do lado do PP, Ciro Nogueira é quem encabeça as negociações. No fim de 2022, ele chegou a discutir uma fusão da sigla com o União Brasil, mas as tratativas esbarraram justamente em Bivar, que na época buscava apoio do PT para disputar a presidência da Câmara contra Lira, no início deste ano, o que acabou não ocorrendo. Nesse novo cenário, a ideia passou a ser formar a federação e incluir também o Republicanos, o que daria mais robustez ao grupo. Nogueira tratou do assunto há alguns meses com Marcos Pereira, que se mostrou aberto a negociar.

 

A disputa pela presidência da Câmara pode novamente representar empecilho para o acordo. Pereira e o líder do União, Elmar Nascimento (BA), se movimentam para conquistar a cadeira de Lira em 2025. Uma federação das duas siglas vai requerer que eles entrem em acordo para uma candidatura única.

 

Dentro do União Brasil há uma cobrança por uma ala da legenda de que o partido deixe claro suas diferenças com Lula. Apesar disso, a expectativa é que a mudança no comando do partido não represente uma guinada para a oposição. A cúpula da legenda tem interesse em que o Planalto não inviabilize Elmar como candidato a presidente da Câmara e também não prejudique a tentativa de Davi Alcolumbre (União-AP) de voltar ao comando do Senado. Depois de fevereiro de 2025, com a cúpula do Congresso renovada e com a proximidade da eleição presidencial, a tendência é que o partido se afaste de Lula e faça parte da construção de uma alternativa presidencial de direita em 2026.

 

TOCANTINS

Deputados Federais do Republicanos 

 

Como sempre, as cúpulas nacionais dos partidos enxergam apenas as suas vantagens no Congresso Nacional e acabam por empurrar “goela abaixo” aos estados e municípios as suas decisões. Assim foi feito com o fim das coligações proporcionais nas eleições de 2020. Decidias pelos deputados federais em Brasília, acabaram por bagunçar com as vidas dos candidatos a vereador nos municípios.

 

Enquanto isso, o governador Wanderlei Barbosa sempre evitou fazer comentários sobre suas decisões políticas com antecedência, agindo ao seu modo e ao seu tempo. Caso seja confirmada a formação da já chamada “superfederação” entre o PP, o Republicanos e o União Brasil, tendo como uma das articuladoras a própria senadora Dorinha Seabra, o nome do governador, cujo partido, o Republicanos, tem três deputados federais e sete deputados estaduais, acaba de ser confirmado como o segundo governador em aprovação popular do País e tem ótima convivência com os demais detentores de mandato, tanto do PP quanto do União Brasil, é o mais provável – e o mais cotado – para ser o presidente da superfederação em território tocantinense.

 

WANDERLEI BARBOSA

Resta saber qual será o caminho a ser tomado por Wanderlei Barbosa, cujo partido que preside, o Republicanos conta, hoje, com três deputados federais e sete deputados estaduais.

 

De uma coisa temos certeza: 2024 está apenas começando, assim como a movimentação política visando as eleições de 2026, tendo como ponto de partida as eleições municipais deste ano. Como pode ser notado, muitos “tsunamis” políticos ainda estão por vir, e passarão por cima de muitos projetos e sonhos pessoais, e candidaturas tidas como imbatíveis, podem nem mesmo chegar a existir.

O tempo dirá....