Segundo matéria veiculada no G1, o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou nesta segunda-feira, 24, que o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical é um ponto da reforma trabalhista que gera “clima de muita tensão”.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para esta semana a votação do projeto. Na terça (25), o texto será analisado pela comissão especial. A proposta do presidente é aprovar a matéria no plenário principal da Casa até quinta, 27.
O texto do governo define pontos da lei trabalhista que podem ser fruto de acordo entre empresários e representantes dos trabalhadores, passando a ter força de lei.
O texto original não tratava da contribuição sindical, mas o relator, Rogério Marinho (PSDB-RN) incluiu a mudança no parecer.
Atualmente, o pagamento da contribuição sindical é obrigatório e vale tanto para os empregados sindicalizados quanto para aqueles que não são associados às entidades de classe. Uma vez ao ano, é descontado o equivalente a um dia de salário do trabalhador. Com a proposta, a contribuição deixaria de ser obrigatória.
“Essa questão, que talvez seja a mais sensível, que é a da contribuição sindical, ela acaba por trazer exatamente esse clima de muita tensão com relação à votação”, disse o líder do governo.
“Mas é uma matéria que eu tenho percebido no plenário um amplo apoiamento à flexibilização da contribuição sindical. Essa é uma matéria que é preciso ouvir a base, estamos consultando os partidos para firmar uma posição”, completou.
Reforma do Tríplex Foi Paga Com "Palestras" De Lula E Propina
O empresário Léo Pinheiro, da OAS, disse que a empreiteira "pagou mais de US$ 1 milhão" ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por palestras no exterior. Ao todo, disse o ex-presidente da OAS, foram cinco eventos, ou US$ 200 mil por palestra. No interrogatório a que foi submetido pelo juiz Sérgio Moro na quinta-feira, 20, Léo Pinheiro falou das palestras quando explicava detalhes até então desconhecidos da Lava Jato sobre o triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá - cuja propriedade a força-tarefa do Ministério Público Federal atribui a Lula, o que é negado por sua defesa. A matéria foi veiculada nesta terça-feira, 25, no Diário do Poder.
"A relação com o ex-presidente era minha, a relação com o Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula) era minha. Estive com o Paulo Okamotto e o João Vaccari (ex-tesoureiro do PT, preso na Lava Jato desde abril de 2015), como nós íamos operacionalizar isso, mas a reforma já tinha sido feita e gasta", afirmou Léo Pinheiro.
O empresário disse que "avisou" o ex-tesoureiro do PT. "Eu avisei o João Vaccari, eu não posso continuar, um investimento muito alto. Para ter uma ideia, só para esclarecer um pouco mais o que estou dizendo, o lucro daquele empreendimento praticamente estava indo embora na reforma que estava fazendo em um apartamento só, eram cento e tantos, tinha que ser dada uma solução e foi dada a solução."
Neste trecho do depoimento, Léo Pinheiro revelou a origem dos recursos que, segundo ele, a OAS teria investido nas obras do triplex. Ele incluiu contratos da empreiteira com a Petrobras no âmbito da Refinaria Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco - primeiro grande contrato da estatal petrolífera que a Polícia Federal apontou irregularidades na Lava Jato.
"A OAS Empreendimentos não teve prejuízo na reforma porque foi paga através da Renest da obra da Petrobras, num encontro de contas, dela e de outras obras."
"Eu procurei o João Vaccari algumas vezes, ao Paulo Okamotto, de como iríamos operacionalizar para passar no nosso nome. Tínhamos um elo entre o Instituto Lula com várias doações feitas, estão aí todas declaradas. E as palestras no exterior, fizemos, senão me falha a memória, cinco palestras. Só a OAS pagou em palestras mais de um milhão de dólares", revelou o empreiteiro.
"Foram dadas as palestras?", questionou o criminalista Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula.
"Foram dadas, ninguém está falando o contrário", respondeu Léo Pinheiro. "Existia um vínculo comercial que poderia ser resolvido isso, já existia um hábito, transações comerciais entre a OAS, o Instituto Lula e as palestras, mas nunca foi resolvido esse assunto."
Doria pede que papa reconsidere decisão de não vir ao país
Prefeito pediu que papa reconsidere decisão de não vir ao país
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), participou da audiência pública com o papa Francisco realizada na manhã desta quarta-feira, 19, no Vaticano. Doria esperou cerca de uma hora e meia para cumprimentar o pontífice e refazer o convite para que Francisco vá ao Brasil em outubro para a celebração dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
Em um clima descontraído, que permitiu até risadas do pontífice, Doria pediu que Francisco abençoasse as pessoas mais pobres e humildes do Brasil. O prefeito descreveu o breve encontro como emocionante e disse ser um privilégio poder estar ao lado do papa.
"Papa Francisco foi muito atencioso, não mostrou pressa e me ouviu com calma", disse.
Doria recebeu a imprensa brasileira logo após o encontro com o papa. A coletiva estava marcada para acontecer na sala de imprensa do Vaticano, mas por causa de problemas com credenciamentos de alguns jornalistas, a entrevista foi feita na Praça de São Pedro.
O prefeito aproveitou o momento para entregar a Francisco uma cópia do livro Genesis, de Sebastião Salgado, ressaltando a importância do fotógrafo. Na sequência, disse que sabia que o papa era um fã da seleção brasileira e ofereceu uma camisa assinada por todos os jogadores e uma bandeira do Brasil.
"Neste momento, pedi a ele que revisasse a sua decisão de não ir ao Brasil em outubro para a celebração da aparição de Nossa Senhora Aparecida, ele disse que era difícil, mas respondi que difícil não é impossível", afirmou o prefeito.
Após o pedido, o prefeito beijou a mão de Francisco e fez algumas fotos.
A audiência geral contou com a participação de 20 mil pessoas. Doria estava acompanhado da primeira-dama, Bia Doria, e a filha, Carolina. Eles ocupavam um lugar na primeira fila na área reservada a autoridades internacionais e personalidades. Ao lado do prefeito, outras 150 pessoas esperavam para cumprimentar o papa.
Convite recusado
Um dos intuitos da visita de Doria ao Vaticano era insistir para que o pontífice aceitasse o convite feito no fim de 2016 pelo governo brasileiro e visitasse o Brasil em outubro, mês em que se celebra os 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do País. Porém, recentemente, o papa Francisco enviou uma carta ao presidente Michel Temer (PMDB) em que dizia que recusaria o convite por causa da agenda intensa de compromissos.
Na carta, Francisco aproveitou para cobrar o presidente e pediu medidas que evitem agravar a situação da população carente no País.
"Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sociais, políticas e econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo", escreveu o pontífice. "Não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais." (AE)