“IGREJAS” COMO BALCÕES DE NEGÓCIOS FINANCEIROS E POLÍTICOS

Posted On Sexta, 10 Mai 2024 07:37
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Uma leitora de décadas de O Paralelo 13, com grande e concreta formação acadêmica, nos fez uma cobrança muito pertinente, acerca dos grupos religiosos de diversas vertentes, agindo como grupamentos políticos em praticamente todos os municípios tocantinenses, inclusive em Palmas

 

 

Por Edson Rodrigues e Edvaldo Rodrigues

 

 

Ela citou alguns casos claros como exemplo da sua indagação, e incluiu em seu questionamento o enriquecimento dos líderes religiosos que desvirtuam desde o dízimo, citado na Bíblia, e fazem de seus “rebanhos” massa de manobra política, emprestando sua influência sobre essas pessoas a interesses políticos, enquanto exibem, sem pudor, fazendas, carrões, viagens ao exterior, sem que nada lhes seja cobrado ou passe por suas declarações de bens, muito menos por suas contas bancárias.

 

Ela cita que esse uso dos fiéis como “mercadoria eleitoral” ´feito de forma velada, em que a maioria das pessoas envolvidas sequer percebam que estão agindo social e politicamente de acordo com o interesse de seus líderes, que lucram com isso.

 

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 sempre que cita esse tipo de “líder”, fala em “falsos profetas”, mas, como essa provocação legítima partiu de uma leitora, aceitamos o desafio de tentar desvendar o que há por trás dessa prática, e buscamos uma pessoa qualificada para tentar explicar essa situação e por que ela acontece.

 

São as palavras de nosso colaborador, amigo e irmão, Professor Paulo Sérgio Maia que fazem uma explanação respeitosa, porém objetiva e destemida sobre os falsos profetas e o comércio que usa o nome de Deus mais que em vão, de forma vil e amoral em busca de enriquecimento pessoal e posicionamento político.

 

Confiram!

 

“Nós, os brasileiros, estamos constatando que a transformação das religiões em verdadeiros balcões de comercializadores da fé, vem ocupando a agenda das discussões dos grandes temas nacionais brasileiros, atualmente.

 

A sonhada e conquistada liberdade religiosa trouxe consigo uma disputa comercial entre as agremiações religiosas como nunca antes houvera!

 

Para refletir esse tema, devemos considerar que o comportamento deísta e o comportamento religioso são práticas provenientes de adesões distintas às ideias ou doutrinas com as quais cada ser humano forma o seu próprio sistema de convicções.

 

 

Portanto, acreditar em Deus não implica submeter-se à uma prática religiosa específica, sobretudo em tempos pós-modernos, em que a liberdade de pensamento e a liberdade religiosa fomentaram novas posturas e concepções diante das questões mais profundas, acerca da procedência e do destino do "eu pessoal".

 

Hoje, estamos livres para estudar e concluir nossas investigações teóricas sobre Deus, independente dos arcabouços religiosos que nos são apresentados pelas instituições religiosas, sejam antigas ou modernas, de dimensões globais ou restritas a um bairro.

 

Jesus, o Divino Mestre, deparou-se com os mercadores do templo que comercializavam tudo em troca de um lugar perto do Altíssimo.

 

Diante disso, Ele encheu-se de cólera e usou toda sua força física e moral para expulsar os vendilhões do templo.

 

 

Não encontro outro momento em que Jesus tenha agido com tamanha força imperativa na qual a cólera e os açoites estivessem presentes determinantemente. E a razão era somente uma: os mercadores da religião. Jesus realmente os detestava. Os religiosos de seu tempo, os membros do Sinédrio (Estado teocrático), os Fariseus (homens puros da lei-de-Deus), todos eram adjetivados por Jesus como "raça de víboras", "sepulcros caiados", "geração adultera", "hipócritas"............

 

A partir desse contexto, pode-se classificar os atuais líderes religiosos como executivos da fé, vendilhões de tesouros no céu ou mascates do sagrado.

 

Daí, podemos concluir com alto grau de certeza que não existe nada mais cristão do que chicotear severamente essa gente.

 

Igrejas não são mais necessidades imprescindíveis ou fonte única de conhecimento de tudo o que já tenha sido escrito e registrado sobre as experiências humanas sobre de Deus e sua gradual conceituação. As fontes não estão mais sob o controle das religiões. Elas estão sim, armazenadas nas nuvens e disponibilizadas para todos os habitantes dos mundos inteligentes através da internet e na mente de pessoas do bem, que não usam essa sapiência em benefício próprio ou com interesses políticos.

 

Esses são os verdadeiros religiosos.”

 

Professor Paulo Sérgio Maia, para O Paralelo 13

 

Última modificação em Sexta, 10 Mai 2024 07:45