A população de Ipueiras vem passando por uma provação que poucos percebem, mas que todos vão sentir, com o passar dos dias. Por incrível que pareça, quem está impondo esse périplo para o povo ipueirense, sem que ele saiba, é um “promoteur”, nome que se dá para pessoas que produzem shows. Em Ipueiras, a “política do pão e circo” passa longe da administração municipal

Por Luciano Moreira

A política do Pão e circo (panem et circenses, no original em Latim), como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Esta frase, em seu contexto original, criticava a forma com que os governantes tratavam o povo romano, fornecendo mais divertimento que alimento, para que a falta de cuidado com, na época, o saneamento básico, não ficasse em evidência nas discussões da população, desviando o foco e “agradando” a “plebe”, como a sociedade comum era chamada na época do grande Império Romano.

Sorte do povo ipueirense que quem quer promover essa política não está no poder, embora o faça, achando que ninguém está percebendo, com intenções de chegar ao poder.

Estamos falando do pré-candidato à prefeitura de Ipueiras Neto Aires, que vem promovendo uma série de “espetáculos”, ótimos para os olhos, mas cruéis em suas intenções, que são a de hipnotizar o povo ipueirense, para que os votos venham de forma cega, apenas obedecendo a um “comando”.

CANDIDATURA PARAQUEDISTA

Que ninguém se engane.

Neto Aires tem residência física – e fixa – em Porto Nacional, em um dos bairros mais nobres da cidade, mas acaba de alugar e montar uma casa em Ipueiras para justificar seu domicílio eleitoral e poder perpetrar aquilo que planejou para si, mas esqueceu de combinar com o povo de Ipueiras: uma candidatura à prefeitura da cidade.

Neto Aires foi presidente da Câmara de Porto Nacional

O povo ipueirense é, em sua essência, humilde, trabalhador e esperançoso de ver mais um dos seus comuns ser o prefeito da cidade, estar à frente da condução dos destinos socioeconômicos do município, pois só quem é ipueirense sabe o que um ipueirense sofre, e só uma pessoa identificada com o dia a dia da cidade para saber esses detalhes e conhecer um por um, frente a frente, na hora de dar satisfações, assim como vem sendo ao longo das últimas eleições. Pessoas capazes de promover a união e de servir a todos. Esse é o sonho do verdadeiro cidadão ipueirense.

Pois nos últimos meses esse sonho vem sendo ameaçado pelo volume absurdo de abuso de poder econômico que o declarado pré-candidato Neto Aires vem cometendo contra – é isso mesmo, contra! – a população de Ipueiras.

Neto Aires propaga aos quatro cantos seu posicionamento político e seu acesso privilegiado a benesses, serviços sociais e de infraestrutura, maquiando o deslavado abuso de poder em cada ação.

O pré-candidato à prefeitura de Ipueiras usa das redes sociais para difundir seu poderio, fazendo da população de ipueiras massa de manobra para suas intenções. Quando não são imagens de uma “carreata” de máquinas, caminhões e equipamentos para “fazer obras em Ipueiras” – não se sabe a mando de quem - são churrascos regados a bebida, festas em casas particulares, além da propagação de obras e equipamentos que teriam sido conseguidos por ele, que nem representante público é ou ocupa cargo que permita ser o mandatário ou simples articulador.

O estranho é que as obras e os equipamentos acontecem.

A pergunta que não quer calar é: a mando de quem?

FAZENDO O POVO DE BESTA

Mas a maior “realização” de Neto Aires acontece a partir do início da noite destas quinta-feira, nove de novembro, com o início do “c”, um evento digno das capitais, que, incrível e estranhamente chega ao solo ipueirense, por meio do “promoteur”, que, ao que parece, é a verdadeira função de Neto Aires.

Serão quatro dias de evento, com shows de artistas de renome, cujo cachê não fica por menos de 200 mil, cada um, segundo dados levantados pelo Observatório Político de O Paralelo 13.

Não que o povo de Ipueiras não mereça um evento assim. O problema são a forma e o motivo de sua realização.

A forma, bancado pelo Sindicato Rural de Porto Nacional, nos intriga muito. O que o sindicato rural de Porto Nacional ganha realizando um evento em Ipueiras, onde não é a sua sede? Por que o Sindicato Rural resolveu apoiar – e bancar – um evento de terceiros, como é o caso de Neto Aires e Ipueiras? Se o Sindicato Rural apenas “emprestou” o nome, quem, realmente, está bancando Neto Aires?

Fazer shows assim, em plena pré-campanha, com um poderio econômico invejável – e discutível – é a mesma coisa que tentar fazer o povo de besta. Nas peças publicadas nas redes sociais, todas as atrações principais do “rodeio show”, citam o nome de Neto Aires – e não o do Sindicato Rural de Porto Nacional – com agradecimentos e outros rapapés.

Ou seja, a inteligência do povo ipueirense está sendo subestimada, pois sua participação nesse evento nada mais é do que um “beija-pés”, uma carta branca para Neto Aires entregar como “comprovação da sua popularidade” a quem o colocou como pré-candidato a prefeito, de olho em alguma coisa que os atraiu que poderia ser facilitada por ter um aliado no Executivo Municipal ipueirense.

INVESTIGAÇÃO NECESSÁRIA

Cabe, agora, ao competente Ministério Público e à Justiça Eleitoral, a investigação – a fundo – da origem dos recursos que estão bancando esse evento e da claríssima demonstração de abuso de poder econômico por um pré-candidato a prefeito.

O Observatório Político de O Paralelo 13 tem o maior respeito aos membros do Ministério Público Estadual e total confiança em seu papel na defesa do patrimônio público e do respeito à legislação eleitoral.

Os dados estão aí. Claros como a água.

O povo insultado com essa tentativa rasa de enganação, de ilusionismo político, deve dar a sua resposta. A resposta que todo ipueirense legítimo costuma dar, que é a total ignorância aos atos eleitoreiros de Neto Aires, deve ser dada no momento certo.

Nosso conselho é: vá ao show, se for de graça. Divirta-se, curta o máximo que puder, mas, sempre tendo em mente que o que o povo precisa é de aprender a fazer o pão e a ter lucro com o circo.

O ipueirense sabe identificar o que é pão e o que é circo nessa avalanche provocada por Neto Aires. O negócio é comer o pão, aproveitar e circo e se manter fiel às tradições políticas da cidade. Na aposta de que só um cidadão ipueirense é capaz de administrar os destinos de Ipueiras.

Isso é pão.

O resto, é circo!

Ressaltamos que entramos em contato com Neto Aires, pior volta das 17h de ontem, com quem comentamos sobre o conteúdo desta e estamos, até o fechamento desta, no aguardo de um posicionamento do pré-candidato.

A verdade é só uma: quem não deve, não teme, e quem cala, consente.......