JUIZ DO ESTADO DO RIO JÁ É COMPARADO A SÉRGIO MORO, E ABRE DE VEZ A TEMPORADA DE CAÇA AOS CORRUPTOS

Posted On Terça, 07 Fevereiro 2017 07:25
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Marcelo Bretas condenou o presidente da Eletronuclear a 43 anos de prisão e fortalece a imagem dos juízes federais em todo o País

 

Por Edson Rodrigues

No desenrolar da Operação Lava-Jato, uma conversa de uma hora, em oito de novembro de 2015, selou uma relação que mudaria a história do Rio de Janeiro. Naquela data, o juiz Sergio Moro convidou a seu gabinete um companheiro de toga até então pouco conhecido: Marcelo da Costa Bretas, 46 anos, titular da 7ª Vara Federal do Rio. Bretas estava em Curitiba para receber as cerca de 150.000 páginas digitalizadas com evidências de um esquema milionário de corrupção na Eletronuclear.

A investigação, subproduto da Lava-Jato, deveria basear­se no Rio, a sede da estatal, e caiu-lhe no colo por sorteio. A dimensão dos novos alvos transformou a rotina de Bretas. Concentrada em desmantelar o propinoduto carioca, a 7ª Vara deixou até de receber novos casos. O juiz tem trabalhado doze horas por dia e almoçado na própria sala, onde se fecha, solitário, para redigir suas decisões. Nas rodas de advogados, Bretas é chamado de “Moro carioca”.

O caso da Eletronuclear rendeu ao seu ex-presidente a condenação a 43 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção.  A se tomar como exemplo sua caneta “pesada”, amigos e companheiros de toga calculam que Cabral e sua quadrilha podem pegar até 100 anos de prisão.

Sua atuação à frente das operações Calicute, que prendeu Cabral, Saqueador,    que prendeu Fernando Cavendish e Eficiência, que terminou com o empresário Eike Batista se entregando à Polícia Federal, lhe rendeu o apelido de “Moro Carioca”, o que não está correto, pois, nascido em Nilópolis, RJ, ele seria o “Moro Fluminense”.  Mas, Marcelo Bretas não liga para o apelido e seus assistentes falam que ele é muito mais que “uma sombra” de Sérgio Moro e que, com sua atuação implacável e brilhante, está fazendo muitos cariocas tremerem.

 

PORTA DO INFERNO SE ABRE NOS ESTADOS

Trocando em miúdos, estão abertas as “portas do inferno” nos estados brasileiros.  É sabido que em cada um deles há, pelo menos, um juiz federal linha dura e que se encaixam perfeitamente nos requisitos da Operação Lava Jato.

Como já dissemos, em artigo anterior, as malhas da rede diminuíram e, além dos peixes grandes, os peixes pequenos também ficaram embaraçados em uma rede que tem ramificações em todos os estados brasileiros – no Distrito Federal nem se fala – e, com isso, muitos políticos regionais que ostentam a pose de honestos já começam a tirar o cavalinho da chuva, pois com sob a égide de Moro, não haverá trégua nem perdão para ninguém.  Uma vez citado nas delações, será ouvido, arguido e, se comprovadas as delações, devidamente encaminhados aos presídios, dando continuidade ao “limpa” nacional iniciado pela Operação Lava Jato.

Amém!