Justiça quebra sigilo do PT e do ex-ministro Guido Mantega

Posted On Sexta, 13 Novembro 2015 06:40
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As medidas solicitadas pelo MPF integram a ação que investiga se a Gráfica Atitude foi usada pelo ex-tesoureiro do PT para lavar dinheiro de propina. Já Mantega é relativo a Operação Zelotes

 

A  Justiça Federal autorizou a quebra do sigilo telefônico da sede do diretório nacional do PT, em São Paulo, e de mais seis números que supostamente foram usados pelo ex-tesoureiro da sigla João Vaccari Neto, segundo o Ministério Público Federal.

Os dados, já fornecidos pelas operadoras de telefonia, também incluem interceptações telefônicas da linha do Sindicato dos Bancários, de uma funcionária da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), além da linha pessoal de Vaccari e de sua esposa e de sua casa.

Dois números ligados ao coordenador da Gráfica Atitude, Paulo Roberto Salvador, também tiveram o sigilo quebrado. Os dados telefônicos cedidos vão de julho de 2010 a julho de 2015.

As medidas solicitadas pelo Ministério Público Federal integram a ação que investiga se a Gráfica Atitude foi usada pelo ex-tesoureiro do PT para lavar dinheiro de propina recebida por contratos com a Petrobras. Ele nega as acusações.

O advogado de Vaccari, Luis Flávio D'Urso, classificou as quebras de sigilo envolvendo outras pessoas e entidades que não são seu cliente como "devassa" e entrou com uma petição para tentar reverter a medida.

"Solicitamos que o juiz afaste telefones de pessoas e de instituições, como o próprio PT, que são estranhas ao processo, não tem ligação. Por isso não há necessidade dessas quebras. Pedimos para que ele reverta essa situação", disse D'Urso.

Vaccari está preso desde 15 de abril em Curitiba (PR).

 

Juiz autoriza quebra de sigilos do ex-ministro Guido Mantega

Apuração pretende descobrir se nomeações de conselheiros do Carf feitas pelo então ministro da Fazenda sofreram interferência ilegal

A Justiça determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de cerca de 30 empresas e pessoas, entre elas, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

A determinação do juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela condução dos inquéritos da Operação Zelotes, seria uma tentativa de descobrir se as nomeações de conselheiros do Carf, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, feitas pelo então ministro sofreram interferência ilegal — o que poderia ser detectado a partir do mapeamento de transações financeiras.

De acordo com o jornal, outra linha de apuração é definir a extensão do relacionamento de Mantega com o empresário Victor Sandri, do Grupo Comercial de Cimento Penha, que conseguiu reverter no Carf multa de R$ 106 milhões. Há cerca de vinte anos, o ex-ministro vendeu terrenos para uma firma de Sandri. Antes da Zelotes, o empresário foi condenado também pela suspeita de interferir em decisões no Carf.

Mantega informou, por intermédio de pessoas próximas, que "repudia qualquer ilação sobre irregularidades em sua conduta, uma vez que sempre se pautou pelos princípios éticos", disse a Folha de S.Paulo. O empresário Victor Sandri informou, por meio de nota, que o Grupo Comercial de Cimento Penha forneceu todas as informações requeridas ao Ministério Público.

Outras quebras de sigilo decretadas nesta semana alcançaram lobistas, empresários e executivos de instituições financeiras, que não tiveram nomes revelados.

Com informações da Folha de S.Paulo e redação