Kátia Abreu critica invasores de prédio da CNA e elogia o governo

Posted On Terça, 16 Dezembro 2014 05:12
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Ela ouve elogios de Dilma, que dirigiu-se a Kátia como "amiga", disse que ela se distinguiu na direção da CNA - Kátia assumiu o terceiro mandato consecutivo na instituição -, afirmou que ela "honra e orgulha" as mulheres brasileiras por sua "capacidade de trabalho, convicções firmes" e luta "incansável" pela agricultura e pecuária brasileira.

 

Em discurso na solenidade de posse da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) na presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), a presidente Dilma Rousseff exaltou a relevância do agronegócio na economia brasileira e anunciou que pretende fortalecer a parceria com a aliada pelos próximos quatro anos. Kátia será confirmada como nova ministra da Agricultura, no segundo mandato da presidente Dilma, ate quinta-feira (18).

"Hoje, Kátia, nossa parceria está apenas começando, estaremos juntas pelos próximos quatro anos", afirmou Dilma. "As reivindicações do agronegócio serão sempre uma baliza para políticas de apoio ao setor", reforçou.

Ainda no conjunto de afagos, Dilma dirigiu-se a Kátia como "amiga", disse que ela se distinguiu na direção da CNA - Kátia assumiu o terceiro mandato consecutivo na instituição -, afirmou que ela "honra e orgulha" as mulheres brasileiras por sua "capacidade de trabalho, convicções firmes" e luta "incansável" pela agricultura e pecuária brasileira.

Em seu discurso, Dilma exaltou o papel da agropecuária brasileira. Em tom conciliatório, buscou reunir todas as forças de trabalho na terra, dos pequenos aos grandes produtores, inclusive citando defensores do meio ambiente, como responsáveis pela "segurança alimentar" no Brasil e de outros países. Foi uma resposta implícita às críticas dos movimentos sociais e de ambientalistas pela indicação de Kátia Abreu para o ministério da Agricultura.

"As bandeiras da produtividade e preservação estão nas mãos de todos", disse Dilma. "Por isso, eu digo que nós temos um imenso conjunto aqui representado, dos empresários do agronegócio aos trabalhadores rurais, dos ambientalistas e de todos eles, sem considerar diferenças políticas ou ideológicas", sustentou.

Dilma afirmou que nos últimos 12 anos, sob o governo do PT, a produção de grãos mais que dobrou e houve um crescimento de 44% na área plantada. Em 2002, a safra foi de 96,8 milhões de toneladas em 40,2 milhões de hectares. Em 2014, ela espera ultrapassar 200 milhões em 58 milhões de hectares, disse a presidente.

Dilma completou que seu governo garantiu o "maior e mais completo plano agrícola", destinando R$ 156,4 bilhões aos grandes produtores, além de R$ 24 bilhões à agricultura familiar. Para o segundo mandato, Dilma afirmou que "não faltarão condições nem recursos adequados" para continuar expandindo a produção. Ela se comprometeu com políticas específicas como "financiamentos aos médios produtores", financiamentos aos produtores de cana, café e laranja, fortalecimento de programas de inovação e modernização tecnológica, melhorar o seguro agrícola e buscar sua universalização e prometeu garantir ao Brasil "uma logística de transporte compatível com o dinamismo da produção agrícola".

 

Invasão

Nesta segunda-feira, um grupo de dezenas de manifestantes do Movimento Brasileiro dos Sem Terra (MBST) e da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) ocupou o hall de entrada da sede da CNA por horas para protestar contra a senadora. Eles deixaram a entidade pouco antes da cerimônia de posse de Kátia.

Reunido com Dilma antes do evento na CNA, o MST também demonstrou insatisfação com a possibilidade de a senadora assumir uma pasta no Executivo.

"Nós temos colocado sempre, já colocamos para a imprensa e agora com a presidenta Dilma, que a nomeação da Kátia Abreu é uma simbologia muito ruim", afirmou a jornalistas o coordenador da direção nacional do MST, Alexandre Conceição.

"A Kátia Abreu representa o agronegócio, o atraso, o trabalho escravo e representa, principalmente no seu Estado, a grilagem de terra", atacou Conceição.

"Então, nós somos contra a nomeação da Kátia Abreu por questões ideológicas e por questões políticas e cabe à presidenta Dilma nomeá-la ou não. Nós demos o recado", disse ele, acrescentando que Dilma não reagiu aos comentários sobre a senadora.

Demonstrando indignação com os manifestantes que ocuparam a CNA nesta segunda-feira, Kátia Abreu disse no discurso que o Brasil precisa vencer velhos paradigmas. "Somos um país com peso internacional... isso exige, entre outras providências... a superação de velhos paradigmas, que alimentam a ação predatória de grupos ideológicos à esquerda ou à direita que desservem o interesse geral com os que hoje de forma desrespeitosa invadiram esse prédio", disse a presidente da CNA.

Com informações da revista Exame e CNA