Lula mente ao falar de situação econômica da Argentina

Posted On Quarta, 25 Janeiro 2023 05:17
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Presidente Lula durante coletiva de imprensa na Casa Rosada, sede do governo da Argentina, em Buenos Aires, em 23 de janeiro de 2023 Presidente Lula durante coletiva de imprensa na Casa Rosada, sede do governo da Argentina, em Buenos Aires, em 23 de janeiro de 2023 Foto . Manuel Cortina

Em visita à Argentina, Lula afirmou que o ano de 2022 foi positivo para a economia do país vizinho. Mas a informação contraria resultado dos principais indicadores econômicos

 
Por Camila Xavier

 

Nesta segunda-feira (23), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na Casa Rosada, sede do governo da Argentina. O presidente, porém, errou ao tratar sobre a economia do país vizinho. Entenda a declaração de Lula:

 

A Argentina teria fechado o ano de 2022 em uma situação privilegiada

 

Segundo ele, isso teria ocorrido na economia, política e futebol

 

A afirmação foi feita logo após a assinatura de acordos de cooperação entre os dois países, ao lado do presidente Alberto Fernández. "A Argentina terminou o ano de 2022 numa situação privilegiada. Não apenas na economia, na política, mas no futebol", disse ele.

 

Mas essa informação é falsa. A economia do país vizinho fechou o ano de 2022 em desvantagem em relação aos anos anteriores. Em comparação com outros países membros do G20, a Argentina também apresentou resultados inferiores.

Inflação

Em 2022, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) fechou o ano em 94,8%. Em 2021, a taxa foi de 50,9%, já em 2020, atingiu 36,1%.

 

O resultado foi o pior dentre todos os países do G20 e apresentou uma diferença de quase 50% a mais para a Turquia, segundo pior colocado com 64,3%.

 

PIB

Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), o último resultado argentino também foi inferior ao de anos anteriores.

 

Em 2022, o indicador fechou o ano com um crescimento de 5,9%, enquanto em 2021 o resultado foi de 11,8%.

 

Taxa de juros

A taxa de juros anual foi igualmente superior em 2022 em comparação com 2021 e 2022.

 

No último ano, o Banco Central da República Argentina manteve a cifra em 75%. Em 2021 e 2020, o índice ficou em 38%.

 

Procurada, a assessoria do presidente Lula não retornou até a publicação desta checagem.