Mantinha Lula informado sobre dia a dia no Sítio de Atibaia
O caseiro do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, Elcio Pereira Vieira, conhecido como Maradona, mantinha o ex-presidente Lula informado sobre o que ocorria nas redondezas da chácara, investigada pela Operação Lava Jato.
Ele encaminhava mensagens com listas de materiais de construção, recibos de compras de itens da propriedade e relato sobre os animais de estimação ao destinatário ‘Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.’.
Em 21 de abril de 2015, o caseiro mandou fotografias em um e-mail intitulado ‘avião aki na chacara hoje pela manha’. Na mensagem, 12 fotografias de uma aeronave no céu.
Para a Lava Jato, as mensagens obtidas com a quebra de sigilo telemático de Maradona revelam ‘ser o sítio de propriedade e posse de Lula’. Os e-mails foram anexados à nova denúncia contra o petista, agora acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por reforma milionária no sítio de Atibaia. Além do ex-presidente, outros 12 investigados são acusados nesta denúncia.
Maradona também relatou ao petista sobre uma visita da força-tarefa da Lava Jato. O caseiro enviou, em 2 de junho de 2016, às 21h09, uma fotografia de um pedaço de papel com a anotação ‘Força-tarefa – Dr Julio, Dr Roberson, Dr Athayde e Dr Januário’. Ao lado, a indicação ‘Ministério Público Federal. Em cima, um telefone.
Os procuradores Julio Noronha, Roberson Pozzobon, Athayde Ribeiro e Januário Paludo fazem parte da força-tarefa da Lava Jato, no Paraná.
Na acusação criminal contra Lula, a Procuradoria afirma que a anotação foi feita pelo filho de Edivaldo Pereira Vieira, irmão de Maradona, quando procuradores da força-tarefa ‘efetuaram diligências investigativas em Atibaia’. Segundo a denúncia, Edivaldo prestou serviços no sítio, cuja propriedade é atribuída a Lula, o que a defesa do petista nega com veemência. Edivaldo e Maradona não são acusados na denúncia do Ministério Público Federal.
Gaguim é condenado por improbidade administrativa
Segundo veiculado no Portal CT, a decisão da 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Palmas do dia 12 deste mês condena o deputado federal Carlos Henrique Gaguim (PTN) por ato de improbidade administrativa devido ao contrato que firmou em 2009 como governador do Tocantins com o Banco do Brasil (BB) para a centralização e processamento de créditos da folha de pagamento. O juiz Manuel de Faria Neto também determinou ao Estado a imediata abertura de licitação para a execução destes serviços contratados pelo petenista sem o devido processo licitatório.
Em grampo, irmã de Aécio pede íntegra de delação da Odebrecht
A irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB/MG), Andrea Neves, caiu no grampo da operação Patmos - que mira o tucano, o deputado Rocha Loures (PMDB/PR) e o presidente Michel Temer - insistindo a um interlocutor para que providenciasse "a íntegra" das delações premiadas de quatro altos executivos da Odebrecht, entre eles o ex-presidente do Grupo Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 na Lava Jato, e Benedicto Júnior, o "BJ", do setor de propinas. A matéria foi veiculada pela Agência Estado.
"Tem três que são fundamentais. É o Benedito Junior, aliás quatro, Benedito Junior, Marcelo Odebrecht, Sérgio Neves, Henrique Valadares. Esses quatro", indica a irmã de Aécio em ligação de 11 de abril, às 18h36.
A delação da Odebrecht é a maior da Lava Jato, uma das maiores do mundo. Ao todo, 77 executivos e ex-dirigentes da empreiteira firmaram acordo com a Procuradoria-Geral da República e denunciaram dezenas de políticos como supostos beneficiários de valores ilícitos no esquema de cartel instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.
A partir desses relatos, o Supremo abriu cinco inquéritos para investigar Aécio.
Andrea foi presa no dia 18 de maio por suspeita de operar propinas para o irmão.
Reinaldo Azevedo pede demissão da revista Veja e da rádio Jovem Pan
Reinaldo Azevedo não é mais colunista da "Veja". O jornalista, que ficou conhecido por suas publicações críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde o primeiro governo Lula, pediu à direção da revista, nesta terça-feira (23), pelo fim de seu contrato. A decisão foi tomada por causa da divulgação de uma gravação telefônica feita pela Polícia Federal na qual ele conversa com Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB).
O site "BuzzFeed" foi quem publicou trechos do diálogo. Na conversa, Reinaldo Azevedo chama a "Veja" de “nojenta” por causa de uma reportagem de capa que abordava o pagamento de uma suposta propina a Aécio em Nova York, em uma conta em nome de Andrea.
De acordo com o jornal “O Globo”, a conversa entre Reinaldo e Andrea consta do conjunto de áudios disponibilizado pela Procuradoria Geral da República no inquérito que provocou o afastamento de Aécio.
O jornalista não é alvo de investigação e as gravações não têm indícios de crime, o que gerou críticas de entidades de imprensa e até de desafetos do ex-colunista da "Veja" contra a PGR e a PF.