Militantes do PSOL agridem adolescente do MBL, e PM tenta deter Boulos em SP (vídeo)

Posted On Segunda, 26 Setembro 2022 05:21
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Uma confusão entre o candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) terminou em agressão e troca de acusações entre os grupos neste domingo (25) na avenida Paulista, em São Paulo.

 

POR ARTUR RODRIGUES E JULIANA BRAGA e Estadão

 

Um adolescente de 15 anos do MBL foi agredido. Segundo Boulos, os militantes do MBL usaram esse menor de idade para provocar os militantes do PSOL e depois o acusaram falsamente de agressão.

 

Segundo a equipe de Boulos, policiais militares tentaram "prender ilegalmente o candidato a deputado".

 

Um vídeo feito por integrantes do MBL mostra o rapaz se aproximando, filmando o próprio rosto e, em seguida, questionando sobre por que Boulos defende ditaduras como a de Cuba. Posteriormente, a câmera começa a tremer e é impossível identificar o que se passou.

 

Já um outro vídeo enviado pelo grupo mostra um empurra-empurra e depois algumas pessoas agredindo esse mesmo jovem. O MBL apresentou uma foto do rapaz com hematomas no rosto.

 

A reportagem teve acesso ao boletim de ocorrência do caso. Nele, o rapaz agredido afirma que Boulos tentou "tentou puxar seu aparelho celular, evoluindo para agressão física, desferindo diversos socos em sua face, instigando a população a dar continuidade à agressão".

 

Posteriormente, em vídeo, Boulos falou sobre o assunto e citou um "empurra-empurra".

 

A polícia foi chamada. Diante da recusa de Boulos a ser detido, segundo a nota da equipe dele, "os policiais agrediram fisicamente militantes de esquerda e usaram gás de pimenta".

 

A tentativa de prisão durou por volta de 30 minutos, mas acabou abortada após intervenção dos advogados Ariel de Castro Alves e Augusto de Arruda Botelho, esse último que que é candidato a deputado federal pelo PSB.

 

"Conversei com os policiais militares responsáveis pela ocorrência. Eles queriam levar o Guilherme Boulos preso em flagrante. Eu disse que não, que isso é ilegal. Se tivesse um boletim de ocorrência, uma intimação ou coisa semelhante, não havia prova nenhuma dessa suposta agressão", disse o advogado.

 

Em vídeo, o candidato a deputado federal Beraldo, integrante do MBL, afirma que a mãe do adolescente chamou a polícia.

 

"Na hora de agredir toda a quadrilha que fica no teu entorno agrediu um moleque de 15 anos, você é machão. Agora vem aqui ser macho com a polícia, para ir para a delegacia com a mãe dele prestar queixa contra você", diz o candidato, no vídeo.

 

Episódios ligados a ameaças, ataques e tensão relacionados à disputa eleitoral têm se acumulado no Brasil desde a pré-campanha.

 

Em julho, um policial penal federal bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e matou a tiros o guarda municipal e militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR).

 

Depois, o país viu um ataque a um juiz federal e a um ato com o ex-presidente Lula (PT). Dias atrás, militantes de esquerda impediram uma palestra de políticos de direita.

 

No início do mês, um homem que defendia o ex-presidente Lula foi morto por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma discussão em Confresa (a 1.160 km de Cuiabá).

 

Já nesta última sexta-feira uma jovem foi agredida com paulada na cabeça após crítica a Bolsonaro em Angra dos Reis (RJ). O agressor, cujo nome não foi divulgado, foi autuado por lesão corporal e liberado.