Medidas são importantes para o governo Lula e são discutidas com parlamentares na Câmara e no Senado
Por Edis Henrique Peres
O governo federal começou a intensificar o diálogo com o Congresso para conseguir aprovar duas propostas importantes para o governo Lula: a Política Nacional dos Minerais Críticos e a MP (Medida Provisória) que garante energia gratuita para famílias de baixa renda, indígenas e quilombolas inscritos no CadÚnico e que consomem até 80 kWh por mês de energia.
As informações são do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que em coletiva de imprensa detalhou ações do governo.
Silveira comentou a ação do presidente da Câmara, Hugo Motta, de retirar da pauta o projeto da Política Nacional dos Minerais Críticos, atendendo a um suposto pedido do governo federal.
“Vamos instalar agora, nos próximos dias, o Conselho Nacional de Política Mineral, criado em 2022 e aperfeiçoado por nós em 2023. Vai ser a primeira reunião do Conselho. Estamos preparando uma pauta porque a questão dos minerais críticos é um tema extremamente estratégico pro Brasil”, avaliou.
Silveira reforçou que o Brasil tem “uma das maiores riquezas em minerais para a transição energética, principalmente potássio e fosfato”.
“Queremos, a partir da implementação do Conselho, avançarmos numa série de decretos que podem ser feitos de forma infralegal e consensuar com o Congresso uma política legal que tenha uma visão estratégica de governo”, explicou.
Por isso, segundo o ministro, houve o pedido ao deputado Hugo Mota e ao Congresso pela discussão de um projeto comum a fim de um avanço rápido na política de Estado para os minerais críticos e estratégicos do Brasil, detalhou Silveira.
Tarifa social
Em relação à tarifa social, Silveira disse que está em diálogo com deputados para “consensuar o máximo possível o projeto enviado pelo governo”.
O ministro diz que já há pontos que o deputado Fernando Coelho Filho, relator na Comissão Mista que avalia o projeto, entende serem muito importantes para manutenção ou aperfeiçoamento naturalmente pelo Congresso.
Apesar de possíveis mudanças no projeto, o ministro de Minas e Energia disse que tem visto “grande apoio e consenso na Câmara dos Deputados”.
“Espero que o mesmo se dê no Senado e espero que o texto final seja um texto que atenda aquilo que foi o propósito nosso no Ministério de Minas e Energia e do presidente Lula de enviar ao Congresso: equilibrar e proteger os mais pobres com a tarifa social, proteger a classe média com abertura total de mercado e equilibrar o setor diminuindo alguns subsídios que não são mais necessários”, disse.
Próximos passos
A MP da Tarifa Social foi aprovada na comissão mista criada para analisar a matéria na primeira semana de setembro. Agora, seguirá para votação no plenário da Câmara e do Senado.
A proposta garante gratuidade na conta de luz para famílias de baixa renda e famílias indígenas e quilombolas inscritas no CadÚnico que consumam até 80 kWh por mês de energia — não haverá desconto sobre o consumo que exceder esse limite.
Além disso, famílias inscritas no CadÚnico com renda mensal entre meio e um salário mínimo não vão precisar pagar os valores referentes à chamada CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), caso tenham um consumo mensal de até 120 kWh.
A CDE é um fundo setorial que financia políticas públicas no setor elétrico.
A medida prevê tarifas diferenciadas por horário de consumo, fornecimento de energia pré-paga e diferentes tipos de tarifa conforme critérios de local e de complexidade.
Por ser uma medida provisória, as adequações já estão em vigor desde que foi editada pelo governo, no fim de maio. Mas o texto depende da análise do Congresso em um período de até 120 dias para se tornar permanente.