MP denuncia 35 investigados na Operação Lava Jato

Posted On Quinta, 11 Dezembro 2014 17:06
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“Aula de corrupção” foi desta forma que o procurador Geral da República, Rodrigo Janot, descreveu o esquema de desvio de recursos ocorrido na Petrobras para pagamento de propinas. Ele participou de entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (11) em Curitiba para anunciar a conclusão da 7ª Fase da Operação Lava Jato, que culminou com a denúncia de 35 pessoas investigadas, entre elas o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Pelo menos 22 pessoas denunciadas são ligadas às empresas Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS e UTC.

Durante a entrevista, Janot disse que o trabalho para elucidar todos os crimes “não será rápido” e que atuará dando apoio às investigações. “Meu papel aqui é dar apoio a essa nova fase que se inicia. O MPF não fala aquilo que fará, mas dá conhecimento à sociedade aquilo que fez e esclarece sua atuação”, disse.

O procurador Deltan Dallagnol denunciou fraudes nas licitações feitas pela Petrobras, e as comparou a um jogo de cartas marcadas, onde as empresas já sabiam quem ganhariam as partidas. Segundo ele, foram identificadas diversas irregularidades como contratos fictícios, aditivos com preços excessivos, aceleração da licitação pulando etapas e a revelação de dados privilegiados a concorrentes das licitações. Para o MP, o esquema pode ter desviado cerca de R$ 300 milhões de reais, “Estamos trabalhando com o resgate de 1 bilhão de reais”

Os executivos ligados às construtoras OAS, Camargo Corrêa, UTC, Mendes Júnior, Engevix e Galvão Engenharia serão acusados formalmente à Justiça e deverão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Segundo o MP, foram 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro constantes na denúncia. “O Ministério Público Federal começa a romper com a impunidade de poderosos grupos que têm se articulado contra o interesse do país há muitos anos”, disse o procurador Deltan Dallagnol, que ainda sustentou que há indicativos de que o esquema atinge outras obras públicas.