Nordeste: uma releitura

Posted On Sábado, 12 Abril 2025 06:35
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Por Antonio Coelho de Carvalho

 

Recentemente o IBGE divulgou dados do Nordeste brasileiro dando conta do melhoramento do grau de instruções da população daquela Região. Historicamente o nordeste sempre foi abandonado e relegado a interesses políticos, não muito republicanos. A Região é marcada por intempéries da natureza com a falta de chuvas que leva desertificação a pobreza não do solo, mas, do homem.  A seca é um grave problema socioeconômico e político que se perpetua há séculos nos municípios do Semiárido Brasileiro.

 

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No passado, como hoje, esse abandono gerou uma serie de crises que afeta a população. Crises econômica, de autoridade, ideológica, cultural e moral foram e ainda o é, uma ferida ainda aberta de difícil cicatrização. Esse descaso e abandono, de certa forma moldaram no que se reflete em grande parte a "cultura" do povo nordestino. Digo cultura no sentido de modo de vida (a religião, as tradições, os valores, as crenças, os rituais, as artes e a produção científica).

 

Messias

Os movimentos messiânicos (revoltas) como a de Canudos, Contestado, Juazeiro, Caldeirão da Santa Cruz, Colher de Pau, Pedra Bonita entre outros, foram nada mais que uma forma de revolta. Dessa revolta derivou o banditismo (cangaço) que foi um fenômeno social, político e cultural que se popularizou em 1889, no contexto da Proclamação da República. Esse período trouxe mais pobreza, desigualdade, falta de assistência estatal e violência, com isso o surgimento do fanatismo, principalmente o religioso que alimentavam essas revoltas.

 

Fanatismo

 Abandono e descaso que deformou um povo, o monopólio da terra, desde de o Brasil colona e das capitanias, levaram a essa deformidade sócio econômica, social e cultural. Um dos pontos chaves e toda essa crise é o analfabetismo quase que generalizado por centenas de anos. A ignorância era completa, o único conhecimento, que se tinha advinha da natureza, muitas repassadas oralmente. Outra principal fonte era a religião e de seitas nascidas de variações do catolicismo radical. Fermentando ainda mais o fanatismo.

 

Política

Estou aqui escrever sobre a República Velha, compreende o período entre 1889 e 1930, ou ate mais, quando as elites, bem representada pela classe política (coronéis), assim como os latifundiários, com as plantações de cana. Esses que perderam seus escravos e exploravam a todos de todas as formas possíveis, negando-lhe a educação (conhecimento) e a cidadania política. Já no Sul do país o café trazia prosperidade, mão-de-obra europeia, trabalhadores livre e os imigrantes viram modificar a fisionomia econômica, social e cultural da Região.

 

Realidade

Mas voltando lá aos números frios do IBGE, infelizmente o nordeste ainda é a região com maior numero de pessoas não alfabetizadas, é a menor Região com pessoas que não têm curso superior. Houve uma melhora acentuada em pessoas alfabetizadas. Os números mostraram que 85,8% dos habitantes do Nordeste com 15 anos ou mais sabiam ler e escrever, enquanto 14,2% não sabem. Esse índice é o dobro da média nacional, de 7%, segundo o IBGE.

 

Atualidade

Não quero aqui dizer que as pesquisa recentemente divulgadas sobre a queda da popularidade do presidente Luis Inácio Lula da Silva na Região tem haver com o aumento do índice de pessoas alfabetizadas. O quadro é bem mais complexo, Lula, e seu PT (Partido dos Trabalhadores) muitos de seus companheiros não conseguem entregar a população as promessas feitas, isso sem falar nos compromissos.

 

Ferramenta

As redes sociais hoje querendo ou não é uma ferramenta de fortalecimento do estado democrático de direito, (expressão essa seqüestrada e usada para outras finalidades) hoje o que se falar fica gravado, filmado e distribuído para todo mundo. As redes sociais a internet também podem e devem ser usadas para a transparência de destinação de recursos públicos, da diminuição das distancias entre o eleitor e seus representantes. Isso não faz das redes sociais vilões do descontentamento, alias sou a favor de uma certa regulação.

 

Conhecimento

Ao ver o conjunto da obra do atual governo, e quando você sabe o que aconteceu no passado, parece estar a ver o mesmo filme. Um exemplo que já é um clássico é o caso dos Correio e seus prejuízos. O caso de Furnas, no ministério da Educação da Cultura e muitos outros. Percebe-se que o governo esta em total desconexão com a realidade que vive a população. Outro exemplo é do ex-ministro das Comunicações deputado Juscelino Filho, que esperou ate o final do segundo tempo para deixar o governo e voltar a Câmara, onde outra enrolação que pode não dar em nada. Isso sem falar em outras figuras políticas do nosso Nordeste.

 

Deu

Para se manter um estado democrático de direito, como o que vivemos hoje, é preciso distribuir as benesses do poder. Criar cargos nos altos escalões dos poderes, ofertar aviões para ficar a disposições e colar em segredo de Estado, não somente os aviões e vôos, mas gastanças em viagens uso de cartões corporativos. Outra verdade é que o presidente Lula não deixa os companheiros na mão. Estatais e ministérios estão cheios de companheiros. Ele sabe demonstrar gratidão, a hoje ministra Gleisi Hoffmann, foi muito leal quando Lula ficou preso pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, ela Gleisi Hoffmann foi que fez o movimento Lula livre, e deu no que deu. No que ta dando, o no que vai dá.

 

Ate à próxima

 

Antonio Coelho é jornalista, filho e neto de nordestinos

 

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