PANORAMA POLÍTICO – 012 08/08/2015
Por Edson Rodrigues
ANÁLISE DA CONJUNTURA POLÍTICA NO BRASIL E NO TOCANTINS
BRASIL
Nos tempos modernos, pode-se afirmar que o Brasil vive um momento de angústia, insegurança e apreensão jurídica e política, desde os idos de 1964.
Mas, nos dias de hoje, o País passa por um período de adjetivos nunca antes usados, que pode ser definido como um tempo de emergência constitucional pelos seguintes fatores:
1 – A popularidade da presidente Dilma alcançou patamares insustentáveis ao atingir a casa dos 71% NEGATIVOS;
2 – Os saques na Caderneta de poupança nunca estiveram tão altos;
3 – A classe política está totalmente desmoralizada e desacreditada pela população. A palavra “nojo”, nunca esteve tão presente na definição do sentimento da população em relação aos políticos;
4 – Congresso Nacional revoltoso, articulando um impeachment contra a presidente e votando contra os projetos de interesse do governo, mesmo estando, em sua maioria, envolvidos em escândalos de corrupção, sendo que a próxima lista do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, deve ser encabeçada justamente pelo presidente do Congresso, Eduardo Cunha, com outros figurões da Casa a seguir;
5 – As derrotas sofridas pela presidente Dilma no Congresso, a fazem refém da vontade dos parlamentares;
6 – As revelações da Operação Lava-Jato, cada vez mais, revoltam a sociedade, principalmente pelo descaramento e banalidade com que a roubalheira se instalou na estatal;
7 – A sociedade está apavorada e sem entender os aumentos nas tarifas de energia, nos combustíveis, nos impostos em geral, na cesta básica... tudo o exato contrário do que a presidente havia prometido na campanha presidencial.
Ante esse quadro, é necessário ressaltar e, principalmente, resgatar, a importância da passagem do saudoso jurista Márcio Thomaz Bastos como ministro da Justiça.
Foi Bastos quem aparelhou a Polícia Federal e instituiu um trabalho investigativo, profissional e independente, nos moldes da Cia e do FBI americanos.
Tudo o que a Polícia Federal realiza hoje, deve-se à essa independência instituída por Thomaz Bastos. Milionários sendo presos e provas sendo apresentadas contra eles, sem interferências políticas nem influências externas, como deve ser em toda democracia efetiva.
TOCANTINS
Que o governo Marcelo Miranda recebeu uma “herança maldita” ao em 1º de janeiro deste ano, ninguém tem dúvida.
Inadimplência com fornecedores, folha de pagamento do funcionalismo atrasada, não cumprimento de acordos sobre datas-base de diversas categorias, promoções de militares não cumpridas, máquina pública inchada, obras superfaturadas, fantasmas ou inacabadas – segundo o TCE e o TCU –, impossibilidade de firmar convênios pela situação negativa junto ao Cadin, rombo no Igeprev e queda dos repasses de recursos por parte da União em todos os setores.
Mas, o que não podemos deixar de frisar é que essa “herança maldita” tem o DNA de todos os ex-gestores. De Siqueira Campos, de Sandoval Cardoso, do próprio Marcelo Miranda – que, inclusive, foi cassado –, do seu aliado, Carlos Gaguim, até mesmo de Moisés Avelino. Todos contribuíram para a situação atual do governo.
Em nossa opinião, faltou aos gestores acima citados, um tanto de planejamento, uma cota de coletividade e de interesse no social, mas, principalmente, cuidado na escolha de seus principais auxiliares. Muitos deles, com raras exceções, olharam apenas para os interesses de seus subgrupos políticos, deixando de lado os interesses do povo.
Neste ponto, não podemos deixar de enaltecer o grande trabalho desenvolvido pelos componentes do Ministério Público Estadual, como defensores da integridade, da moral e, principalmente, do povo tocantinense. Esses verdadeiros heróis, já salvaram muitas vidas ao evitar milhões em prejuízos aos cofres do estado. Não fossem eles, a situação estaria muito pior.
DEMISSÕES
Diante do quadro em que se encontra o funcionalismo do Estado, com greve deflagrada na Educação, onde os profissionais buscam apenas benefícios garantidos em Lei, mas continuamente protelados pelo Executivo, além de ameaças de greve também na Saúde e em outros setores, não há outra saída que não seja o enxugamento da máquina administrativa.
Uma fonte ligada ao governo nos alertou que, para equilibrar a folha de pagamentos e ter condições de arcar com a folha de novembro – quando é paga a metade do 13º salário – o governo terá que demitir cerca de 2.800 funcionários temporários e mais de 30% dos comissionados, os chamados “aspones”, além de extinguir e fundir secretarias.
Vale lembrar que o estado do Rio Grande do Sul enfrenta problemas com o funcionalismo por ter dividido o pagamento dos salários em três vezes. Mesma situação no Distrito Federal, que dividiu em duas vezes. Já Marconi Perillo, de Goiás, um dos estados mais bem estruturados do País, abriu estudos para tentar pagar o funcionalismo com um mês de atraso.
Marcelo Miranda não pode se dar ao luxo de esperar mais para fazer esses cortes.
Essa mesma fonte afirmou que Marcelo Miranda, que tem o coração bom e a genuína intenção de resolver os problemas do Tocantins, já admitiu que não há outro caminho para colocar as finanças do Estado nos trilhos.
Enquanto isso, a iniciativa privada vem fazendo o seu papel, elegendo o Tocantins como a “bola da vez”, gerando movimentação da economia, aumentando a arrecadação de impostos, investindo recursos até internacionais no desenvolvimento da indústria, num movimento que leva outras empresas a se interessarem por se instalar em terras tocantinenses.
Nosso Estado ainda não está totalmente industrializado, ainda tem muito potencial, muita “lenha pra queimar” e experiências como o pólo multimodal e o Distrito Industrial de Porto nacional mostram isso.
Essa atitude dos empresários, serve para abrir ainda mais os olhos do governo do Estado, no sentido de que falta apenas ele, Governo, fazer a sua parte para que o Tocantins deslanche de vez.
Uma máquina estatal enxuta, em que desperdícios como carros oficiais transitando com famílias nos fins de semana nas praias e recantos de lazer e outros abusos e malfeitos sejam coibidos faz-se extrema e imediatamente necessária!
NOSSO PONTO DE VISTA
O acima exposto apenas confirma que em terras tocantinenses o sentimento é de muita apreensão, pânico, insegurança, instabilidade, recessão, retração, paralisia, desânimo, perplexidade e desesperança por parte da sociedade, que se vê envolta pela situação econômica e inserida nos índices de inadimplência, com os aumentos de IPTU, da cesta básica, do material escolar, das mensalidades de colégios e faculdades, entre outros “arrochos”. A bomba provocada pela na gestão ou pela gestão falha, sempre estoura no bolso do povo!
Esse clima indica tanto aos governistas quanto à oposição que a hora é de cautela, de convivência republicana e democrática, porém, vigilante e fiscalizadora.
Ao governo do Estado compete o corte de gastos e o enxugamento da folha salarial, além de humildade, serenidade, compreensão e, principalmente, renúncias.
Aos poderes Legislativo e Judiciário, recomenda-se consciência democrática, ética, republicana e amigável.
E, à imprensa, “o quarto poder”, é imperativa a transparência dos fatos, a vigilância total e antenas mais que ligadas.
Quem viver, verá!