O assassinato de Vencim Leobas e as várias versões de um crime ainda sem conclusão

Posted On Sexta, 01 Julho 2016 07:20
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O empresário Wenceslau Leobas, Vencim como era conhecido, sofreu covardemente um atentado em janeiro deste ano. Vencim, com 77 anos, veio a falecer em fevereiro. Desde então a polícia investiga o caso e o Ministério Público investigam o caso. A família clama por justiça e a sociedade espera o desfecho de um crime que chocou a população portuense.

 

Da Redação

Diante dos fatos, o Estado tem a obrigação de descobrir com segurança o mandante do assassinato do seu Vencim primando a busca do princípio constitucional na pré-junção da inocência, segurança, exatidão e clareza do crime, e a sociedade manter o equilíbrio entre a acusação e defesa.
Ao poder público a celeridade para que a população e familiares possam sentir segurança e credibilidade nas autoridades governamentais e judiciária do Estado. Esse crime bárbaro tem que apresentar o culpado  sentado na mesa dos réus, que seja julgado pela justiça e sociedade, que vá a júri popular. A sociedade aguarda aflita e esperançosa que esse fato seja solucionado.
MPE acusa Duda Pereira de ser o mandante do assassinato de Vencim Leobas Após seis meses de investigações sigilosas, o Ministério Público Estadual, apresentou ao juiz, Márcio Barcelos a ação penal onde acusa o presidente do Sindiposto, Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, como mandante da execução de Wenceslau Gomes Leobas de França Antunes. Em entrevista ao O Paralelo 13, um dos promotores, que assinam a denúncia, Abel Andrade Leal Júnior, afirmou que todos os indícios comprovam que o empresário mandou executar Vencim Leobas. “Por mais que o Duda negue que não tinha problemas pessoais com a vítima, o que o motivou a cometer o crime foram divergências de interesses. O empresário, que também era dono de posto, vendia combustíveis a um valor reduzido, se comparado aos demais, e isso incomodava o presidente do Sindiposto”, disse. O Promotor explicou ainda que testemunhos cruciais, segundo ele não só da filha da vítima, mas de empresário e da namorada do Vencim mostram que ele vinha sofrendo ameaças abusivas para que padronizasse o valor com os demais postos. Segundo o promotor, Vencim vendia a um preço menor, e mesmo assim obtinha os lucros. O outro empresário, que também é dono de posto e testemunha no processo, sofreu ameaças pelo mesmo motivo. “Hoje o município de Porto Nacional vende a gasolina de valor mais barato no Estado, abaixo do preço praticado pela concorrência, o que já incomodava donos de postos e o presidente do Sindiposto. No entanto o Vencim Leobas abriria um posto na Capital, com os mesmos valores dos demais postos que tinha, e as investigações mostram que isso incomodou o empresário”, ressaltou o promotor. O processo, que atualmente é público foi assinado pelos promotores de justiça do Abel Andrade Leal Júnior, Vinícius de Oliveira e Silva e André Ricardo Fonseca Carvalho, da Promotoria de Porto Nacional, e traz fatos reveladores e assustadores. Executores
O MPE aponta que Alan Sales Borges e José Marcos de Lima, acusados de executar Vencim Leobas, praticaram o crime mediante a promessa de receber R$350 mil. Eles foram presos pela Polícia Militar enquanto fugiam da cidade, no sentido Palmas.

O processo mostra ainda que, após a prisão dos executores, o empresário Duda Pereira mantinha contato com os familiares dos presos, que durante as ligações interceptadas pela justiça, ficou comprovado que o mandante do crime mantinha financeiramente as esposas dos executores. “Como a vítima ficou na UTI uns 15 dias, até o óbito, nesse período por interceptações judiciais nas ligações telefônicas, o denunciado demonstra preocupação em ter seu nome envolvido. Há uma escuta no qual ele questiona se o nome dele estava sido ventilado durante o velório. Outra ligação, apesar dos códigos deixa claro que o mandante do assassinato mantinha as famílias dos executores com um salário em média de R$ 3 mil para cada. Cartel
De acordo com os promotores, as interceptações telefônicas mostram que a vítima não concordou com o alinhamento de preço dos combustíveis e não era sindicalizado. A vítima tentava ainda construir um posto de combustíveis na Capital, onde o produto seria comercializado a preços inferiores que os vistos no mercado. Para que o posto fosse construído precisava apenas de uma autorização da prefeitura. Ainda conforme a denúncia, Duda Pereira tem uma área em frente ao terreno de Vencim Leobas também destinada a construção de um posto.  Para os promotores do caso, estes fatos motivaram a morte do empresário. Políticos envolvidos
Durante a entrevista, o promotor Abel Andrade Leal Júnior fez mais revelações, garantiu que nas escutas foram citados nomes de políticos de Porto Nacional e de Palmas envolvidos no sistema de cartel. Sem citar nomes, apesar de diversos terem sido veiculados os promotores explicaram que as escutas entre o presidente do sindiposto e políticos não estão vinculadas diretamente a morte do empresário, que as mesmas serão encaminhadas para os órgãos competentes para avaliação. Sobre as investigações que envolvem o nome dos políticos, a promotoria de justiça não manifestou-se ainda, mas garantiu que também serão investigados por possíveis delitos cometidos e verificados durante as escutas.  Caso estes processos tornem-se públicos, o que certamente auxiliaria a população, muitos políticos com foro privilegiado teriam dificuldades em explicar envolvimentos, inclusive com o cartel dos combustíveis, pouco se falado, mas que acredita-se na existência. Questionados sobre a influência dos políticos e do denunciado na investigação, o promotor ressaltou que “não demonstra interferência, mas o forte vínculo que o denunciado tinha na câmara de Porto Nacional e em Palmas”. Família clama por justiça!

O Paralelo 13 procurou a família de Wenceslau Leobas no último sábado, mas conforme a filha Talyana Leobas, que agradeceu a imprensa do Estado de modo geral por acompanhar e dar visibilidade a este caso, tudo o que tinha que falar já foi dito. “É hora de recolher-me, voltar a cuidar da minha família, e dos negócios que meu pai deixou. A responsabilidade é grande! Hoje cerca de cento e cinquenta pais de família, que trabalham conosco precisam de nós”. Talyana disse ainda que a partir deste momento não dará mais entrevista sobre o caso, que advogados da família tem acompanham o processo e que seu único desejo, assim como das irmãs e de todos os familiares é que os culpados respondam pelos atos.

Acusado de ser o mandante do assassinato de empresário, Duda Pereira diz que provará inocência O Ministério Público Estadual apresentou nos últimos dias, à justiça do Tocantins uma ação penal no qual traz indícios de que o empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, seria o mandante da execução de Vencim Leobas, morto em fevereiro deste ano. Diante das acusações, no qual trouxe o empresário à evidência midiática e social negativamente em todo o Estado, acusado pela Polícia, Ministério Público e familiares da vítima, onde em entrevista coletiva, os promotores que assinam o processo garantiram que há fortes indícios da ligação do empresário com o crime, O Paralelo 13, procurou o empresário para se expressar sobre as acusações dos fatos.

O Paralelo13 - Duda como você está sentindo e o que você tem a dizer diante dessa acusação de ser o mandante do assassinato do senhor Vencim. Fato qual pegou todos de surpresa? Duda Pereira - Hoje eu me sinto injustiçado por todas as acusações que estão fazendo, já me sinto condenado pela forma que tudo foi exposto na mídia, e que em nenhum momento tive oportunidade de defesa neste processo, nas acusações. Eu estive na delegacia fazendo depoimento, fui intimado para depor, e sequer colocaram meu depoimento no processo. Fui espontaneamente ao Ministério Público, me colocar a disposição para qualquer esclarecimento e não me chamaram pra ouvir o que tinha a dizer, apesar de me colocar a disposição gostaria que eu fosse chamado para ser interrogado, pra esclarecer todas as informações que estavam sido colocadas no processo, mas não fui. Fiquei surpreso com um pedido de prisão, e o juiz entendeu que não tem indícios para que seja decretada a prisão. Quanto ao processo vou me defender e provar a minha inocência. O Paralelo 13 participou da entrevista que o MPE concedeu em Porto Nacional. Na ocasião questionamos o delegado se ele tinha certeza que você era o mandante do homicídio. Ele respondeu que os indícios ligavam a você e que as escutas telefônicas eram as provas. Na ocasião, foi citado ainda o pagamento fracionado a família e ligação com o alto escalão político da Capital e de Porto Nacional. Diante desses fatos o que tem a dizer sobre o que afirmam o delegado e MPE? Duda Pereira - Olha é indignação porque quem teve acesso ao processo e não precisa ser advogado para perceber que eles ligaram o crime a mim, com indícios, não tem provas. Cadê a prova do dinheiro que mandou entregar os R$ 33 mil. A prova da pessoa que entregou esse dinheiro? E esses R$ 350 mil que dizem que foi eu quem pagou, de onde saiu o dinheiro? Até hoje o MPE não provou, por isso o juiz entendeu que não há provas, nem motivo da prisão. Foi por esse motivo que fiquei indignado, abalado com toda a situação. Estão me acusando sem prova alguma. O Paralelo13 - Na coletiva, o delegado citou ainda a sua preocupação em estar associado ao crime. Segundo ele interceptação telefônica mostra que você ligou para o vereador Geilson e questionava se o seu nome estava sendo ventilado ao crime. Sobre essa ligação e seu contexto o que tem a dizer? Duda Pereira - Do atentado até a morte do senhor Vencim, passou-se alguns dias. Neste período a família já começou a me acusar. Desde a época do atentado, antes mesmo do falecimento, era comum dizer-se entre amigos e conhecidos que se vingariam do atentado e que eu era o mandante. Essas informações chegaram até mim. O senhor Geilson, que trabalha conosco há muitos anos, pessoa próxima, que esteve no velório, então eu liguei para saber o que falavam sobre mim, preocupação que acredito pertinente, pois o meu nome estava sendo citado em boatos. Quem não conhece a história do homicídio acha que ele faleceu em um dia e eu já estava perguntando no outro, mas não foi assim, a família já estava me acusando, e é muito importante esclarecer esse fato. Outro fator que também ocorreu na época, foi que meu pai queria ir ao velório, não era amigo do senhor Vencim, mas eram conhecidos e tinha um grande respeito. Na época o Geilson disse para não ir porque ele poderia até ser apedrejado pela família. Conforme as investigações, o seu Vencim já vinha sendo ameaçado há cerca de seis a oito meses. Ameaças frequentes, antes deste crime bárbaro. O senhor estaria disposto a quebrar o seu sigilo telefônico para as investigações?
 
-Eu já fiz isso. Coloquei-me a disposição da polícia, meus telefones e também o sigilo bancário. É importante esclarecer que se houveram ameaças ao senhor Vencim, não foram feitas por mim. Estão ligando o crime e as possíveis ameaças ao fato do posto da área que eles estavam querendo construir em Palmas ter sido embargada pela polícia. Não fui eu quem o matei, abra o sigilo telefônico do seu Vencim para que possa esclarecer o fato das ameaças, de pessoas ligadas ao empresário, dos familiares. Eu tenho certeza que não fui eu, tem cinco anos mais ou menos que não falava com ele, na verdade falei com ele poucas vezes durante toda a minha vida. Não cometi o crime, não tenho vínculo nenhum com o fato porque a minha consciência está limpa e minha inocência será provada. O presidente do Sindicato dos postos de combustíveis ressaltou acreditar fielmente na justiça, agradeceu a oportunidade de falar sobre o que ouve e disse ser um dos mais interessados no esclarecimento dos fatos, pois a vida dele depende agora também disso. “Acredito na justiça de Deus, e torço para que a justiça encontre o verdadeiro mandante do crime. Fui condenado pela sociedade, pela mídia sem ao menos ter tido a oportunidade de mostrar a minha versão dos fatos, e hoje provar a minha é fator primordial”.