O colapso da Ponte JK e o impacto na infraestrutura tocantinense

Posted On Segunda, 17 Março 2025 05:50
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A queda da Ponte Juscelino Kubitschek, que ligava Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), em dezembro de 2024, desencadeou uma crise logística e econômica para o Tocantins

 

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

 

Além de afetar diretamente o fluxo de transportes entre o Norte e o Nordeste, o desvio do tráfego pesado para rodovias estaduais e municipais do Bico do Papagaio tem causado danos severos à infraestrutura local. Sem a estrutura adequada para suportar veículos de carga de grande porte, essas vias estão se deteriorando rapidamente, gerando prejuízos para motoristas e moradores da região.

 

 

Com a necessidade de encontrar rotas alternativas, caminhões pesados passaram a utilizar rodovias estaduais como a TO-126 e a TO-134, além de ruas de municípios como São Miguel, Sítio Novo, Axixá e Darcinópolis. O resultado? Estradas repletas de buracos, asfalto esfarelando e trechos quase intransitáveis. As vias, projetadas para o tráfego leve e moderado, não suportam a pressão de milhares de toneladas circulando diariamente.

 

A deterioração dessas estradas tem reflexos diretos na vida da população local. Os custos com manutenção de veículos dispararam, pneus estouram com frequência e o tempo de deslocamento aumentou. Para pequenos produtores e comerciantes que dependem dessas rodovias para escoar mercadorias, o impacto financeiro é ainda maior.

 

 

Diante desse cenário, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, tem cobrado do Governo Federal uma contrapartida para reparar os danos às rodovias estaduais. Afinal, a ponte que colapsou é uma estrutura federal e sua queda impôs um ônus desproporcional ao estado. Até o momento, porém, o pedido de auxílio não obteve resposta concreta.

 

 

O ministro dos Transportes, Renan Filho, e os parlamentares que representam o estado no Congresso precisam agir com urgência. O deputado federal Alexandre Guimarães, por exemplo, que tem proximidade com o ministro, deveria mobilizar esforços para garantir que o Tocantins receba os recursos necessários para recuperar suas estradas.

 

A ausência de uma resposta rápida e efetiva do Governo Federal expõe um problema recorrente na administração pública brasileira: a ineficiência na gestão de crises e a lentidão na tomada de decisões que impactam diretamente a vida de milhares de pessoas.

 

 

A reconstrução da Ponte JK é uma necessidade óbvia, mas seu prazo de conclusão é incerto. Enquanto isso, as rodovias tocantinenses continuarão a se deteriorar, comprometendo a segurança e o desenvolvimento da região. O mínimo que se espera do Governo Federal é um plano emergencial de manutenção dessas estradas, garantindo que a infraestrutura estadual não entre em colapso antes que a ponte seja reerguida.

 

O Tocantins não pode arcar sozinho com um problema que tem raízes federais. Se a União não assumir sua responsabilidade, os prejuízos só aumentarão, comprometendo a economia local e toda a logística entre o Norte e o Nordeste do Brasil.

 

 

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