O isolamento de algumas lideranças e os inesperados acordos políticos podem influenciar definitivamente o processo sucessório no Tocantins nas eleições de 2018
Senão vejamos: os senadores tocantinenses Kátia Abreu e Ataídes Oliveira estão, pode-se dizer, literalmente isolados, com destaque para a situação de presidente do PSDB no Estado. Após se indispor com o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, e com a vice-prefeita, Cínthia Ribeiro, destituída da presidência do Diretório Municipal do partido pelo próprio senador, o apresenta publicamente como um “rei” sem trono, com data de vencimento fixada para31 de dezembro de 2018.
Por Edson Rodrigues
O senador Ataides Oliveira, chegou ao Senado na “garupa” do saudoso e expressivo líder tocantinense João Ribeiro, de quem era suplente e, a se seguir a atual situação, tornou-se candidato de si próprio, pois afastou-se das principais lideranças que caminhavam ao seu lado, e passou e consolidar, a seu modo, uma liderança sustentada em alicerces de areia.
Por outro lado, a senadora Kátia Abreu se apresenta como uma fotografia desbotada e apavorante. Desde que foi citada na delação dos principais executivos da Odebrecht e, passou a ser investigada pela Força-Tarefa da Operação Lava Jato, sob a suspeita de ter recebido dinheiro da empreiteira para abastecer o caixa dois de sua campanha, vem direcionado a sua já conhecida metralhadora giratória para todos os lados, buscando culpados para seus graves delitos, mas sem, em nenhum momento, apresentar ao povo tocantinense, substancia que possa confirmar sua inocência.
A congressista tocantinense, na semana assada, no Plenário do Senado da República, em uma audiência que tratava dos interesses do agronegócio brasileiro, foi vaiada efusivamente por centenas de líderes agropecuaristas de primeira grandeza e, outros tantos produtores rurais de todas as regiões do Brasil. Trata-se de uma clara demonstração que ela não é mais aceita como líder deste importante seguimento da economia brasileira. Na oportunidade, alguns expressivos e renomados representantes da CNA – Confederação Brasileira da Agricultura, expressaram publicamente, aconselhando que a senadora Kátia Abreu não mais falasse em nome da instituição.
É do conhecimento de todos os tocantinenses antenados com o cotidiano político do Estado, que a senadora Kátia Abreu é uma política de expressiva competência política, mas também assumidamente arrogante e truculenta, o que molda sua personalidade de difícil convivência. Esta sua postura, inaceitável na convivência politica, consolidou, por definitivo, importantes adversários, além de ter colecionado dezenas de inimigos a nível nacional, dentre eles gente de “grosso calibre”, como o ex-presidente Lula, do PT, o atual presidente pemedebista Michel Temer, o ex-ministro tucano José Serra. No Tocantins, faltaria página no jornal para enumerar seus desafetos.
No Tocantins, quase 80% da classe política local consideram-se adversários de Kátia Abreu. Mesmo assim, suas pretensões são de ser candidata ao governo do Estado em 2018, ocasião em que, se derrotada, poderá voltar tranquilamente ao Senado, pois seu atual mandato só termina em 2022. Sua candidatura ao governo também servirá para garantir que seus correligionários tenham a oportunidade de participar das eleições, até com certa chance de serem eleitos.
Mas, para isso, Kátia Abreu, apesar do seu cargo de senadora, terá que vencer um enorme desafio, que é conseguir encontrar um partido, que a aceite e garanta a ela e a seu grupo político um bom tempo no horário eleitoral gratuito. Mais que isso: tem que aceitá-la como líder máxima da legenda, além de chancelar sua e candidata ao governo. Ou seja, uma situação, no mínimo, inusitada, pois o partido em que está filiada, o PMDB, é comandado pelo governador Marcelo de Carvalho Miranda.
Dessa forma, comenta-se que o destino de Kátia Abreu é o PDT, para onde iria “sem nada na capanga”, ou seja, sem nada para oferecer e, o que não é nada, digamos, fácil, bancar do próprio bolso todo o custo da sua campanha e a dos seus demais companheiros, com uma investigação da Polícia Federal “nas costas”.
Amastha
Apesar de ser alvo de várias denúncias feitas por seus adversários políticos, que resultaram em uma condução coercitiva e em mandado de busca e apreensão em suas residências e escritórios, o prefeito de Palmas não é réu em nenhum processo e mantém sua “ficha” limpa.
Reeleito por causa de sua boa administração no primeiro mandato e beneficiado pela situação precária do seu principal adversário, Raul Filho, que montou uma “arca de Noé” de apoios e participou da eleição sustentado por uma liminar que lhe permitiu participar do pleito, mas lhe impedia de votar, Carlos Amastha vem demarcando seu território político e formando uma base considerável, rumo a 2018. Conhecido por falar muito e não ter “papas na língua”, o colombiano vem colhendo resultados que lhe deixam com um saldo positivo nessa corrida eleitoral. Vicentinho
Com um bom patrimônio político e com uma história já bem delineada, tendo sido prefeito de Porto Nacional, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa por dois mandatos deputado federal e agora senador, com expressiva atuação, o que lhe garantiu, na legislatura passada, o importante e expressivo cargo de primeiro-secretário da Mesa Diretora do senado e, agora, líder da bancada do PR nacional, transitando livremente na cúpula da mais alta Casa de Leis do Brasil, Vicentinho Alves, que é, agora, também, coordenador da bancada federal tocantinense, se constitui num dos mais fortes nomes para o governo do Estado. Como aliado do governador Marcelo Miranda, o congressita portuense Vicerntinho Alves certamente estará no mesmo palanque do chefe do executivo tocantinense.
Marcelo
Após tempos de muitas turbulências, num período que foi chamado de “travessia”, com os problemas econômicos e políticos que balançaram todo o País, o governador Marcelo Miranda deixou o retrovisor de lado, e só quer olhar para frente, para o futuro, preparando várias ações ainda para este ano, interagindo com os prefeitos, com quem vem celebrando parcerias importantes para ambos os lados.
Marcelo quer seu governo cada vez mais municipalista, e conta com a bancada federal, composta por um senador e sete deputados federais, além do apoio incondicional do presidente Michel Temer e de seus ministros, que estão direcionando e garantindo recursos ao Estado e viabilizando empréstimos nacionais e internacionais, a serem aplicados em infraestutura, saúde e segurança, prioritariamente, assim como a recuperação da malha viária e o início da construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional – que pode acontecer ainda este ano (oremos ao senhor!).
Para conseguir essa calmaria, essa situação de equilíbrio, o governador contou com o apoio importantíssima da Assembleia Legislativa que, sob o comando do ex-presidente Osires Damaso, que conseguiu unir os deputados de todos os partidos e vertentes num projeto de cooperação com o governo estadual, que acabou sendo crucial para que a “tempestade” fosse vencida.
Assim posto, não há nenhuma dúvida de que, se o governador Marcelo Miranda conseguir pactuar com os servidores públicos estaduais formas viáveis de atender as reivindicações salariais de todas as classes, como também viabilizar convênios e parcerias com os prefeitos, construindo assim as bases de uma administração municipalista, certamente ele se consolidará como um fortíssimo candidado à reeleição.