O Tocantins perde com a saída de Beto Lima da Sics

Posted On Sexta, 14 Novembro 2025 12:18
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A exoneração do secretário de Indústria e Comércio, Carlos Humberto, conhecido em todo o Tocantins como Beto Lima representa uma perda irreparável para o Estado e lança luz sobre um processo de desgaste que vinha sendo construído há meses nos bastidores do próprio governo

 

 

Por Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues 

 

 

Beto Lima é, antes de tudo, um empresário vitorioso que dedicou 34 anos de sua vida ao Tocantins. À frente da Secretaria de Indústria e Comércio, estruturou um ambiente técnico e moderno, com uma equipe qualificada voltada ao acolhimento de investidores, atraindo empreendimentos e promovendo geração de emprego e renda. Sua gestão tornou-se referência, inclusive destacada em auditorias internas conduzidas ainda no governo de Laurez Moreira onde foi considerada uma das pastas mais corretas, organizada e transparente da administração estadual.

 

Justamente por sua eficiência, a secretaria passou a ser alvo de cobiça. Há meses, setores aliados vinham tentando desestabilizar o trabalho de Beto Lima, uma movimentação silenciosa, mas constante, conduzida por interesses políticos que nada têm a ver com o desenvolvimento do Estado. A denúncia anônima que desencadeou investigações da Polícia Federal apenas intensificou esse movimento. E é preciso dizer: a própria PF isentou categoricamente Beto Lima e Odilon Coelho de qualquer irregularidade. Nada, absolutamente nada foi encontrado que desabonasse sua conduta.

 

Ainda assim, mesmo diante da isenção oficial, o governador em exercício, Laurez Moreira, acabou cedendo à pressão vinda de aliados e de membros de seu primeiro escalão. Foram semanas de insistência, articulações internas e tentativas explícitas de abrir espaço para apadrinhados políticos dentro da secretaria. A denúncia, mesmo vazia, serviu como pretexto para concretizar um plano que já estava em curso. E, pressionado pelos que deveriam trabalhar pelo bem do Estado, Laurez tomou a decisão de exonerar dois dos auxiliares mais corretos de sua gestão.

 

Importante registrar que dentro do próprio governo havia quem reconhecesse a injustiça e defendesse a permanência de Beto, justamente pela ausência de qualquer indício contra ele. Mas a insistência de um grupo influente dentro do Palácio falou mais alto.

 

 

Beto Lima deixa o governo pela porta da frente, de cabeça erguida, sem qualquer mancha em sua biografia pública ou empresarial. Sai com o reconhecimento do setor produtivo, do mercado, de técnicos e servidores, da classe política e da imprensa séria do Tocantins, que conhece bem o trabalho transformador que ele vinha conduzindo. Sob sua liderança, a Secretaria de Indústria e Comércio avançou em projetos estratégicos e estava, inclusive, à frente da organização do seminário da região Norte do país, evento nacional que contaria com a participação do ministro e vice-presidente da República, marcado para 5 de dezembro.

 

Sua saída interrompe uma agenda robusta e prejudica o ritmo de desenvolvimento industrial que o Tocantins vinha experimentando. É inegável que o Estado perde e perde muito. Perde um gestor respeitado por seu compromisso com a legalidade, pela seriedade com que tratava a coisa pública e pelo esforço contínuo de transformar o Tocantins em um polo de oportunidades. Perde um articulador que abria portas, atraía investimentos e dava segurança aos empresários que acreditam no potencial do Estado.

 

 

Este editorial não se presta a ataques, mas sim ao registro da verdade. E a verdade é que a exoneração de Beto Lima não decorre de fatos, mas de pressões. Não deriva de provas, mas de interesses. O Tocantins precisa de quadros como ele. E não de decisões tomadas ao sabor de conveniências políticas momentâneas.

 

O Paralelo 13, há 39 anos acompanhando a vida política do Estado, reafirma seu compromisso com a transparência e com o interesse público. Este jornal reconhece a trajetória de Beto Lima e lamenta profundamente a saída de um gestor que fazia a diferença para o governo, para o desenvolvimento econômico e para o povo tocantinense. Porque, quando um quadro desse nível é afastado sem justa causa, não é apenas um secretário que cai, é o Tocantins que deixa de ganhar.

 

Família O Paralelo 13 

 

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