Por Edson Rodrigues

O ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, em um movimento surpreendente, após ver sua candidatura ao governo não decolar, deu um “rabo de arraia” em seu grupo político, retornando ao Tocantins como presidente da Comissão Provisória do PDT estadual, em uma jogada “silenciosa”, no mais puro estilo Garrincha de ser, pois “driblou” todos os adversários e fez o gol, balançando as redes do Palácio Araguaia, de onde, agora, é “parceiro de futebol” e vem alicerçando um avanço do PDT e do seu posicionamento, rumo às eleições de dois de outubro.Além de assumir a direção do PDT estadual, Laurez conseguiu emplacar seu sobrinho, Gutierres Torquato, na vaga de Ricardo Ayres, nomeado para a secretaria Estadual Extraordinária de Parcerias Público-Privadas, uma vez que Torquato era primeiro suplente  de deputado estadual.

Como missão, Torquato, que foi candidato á prefeito nas últimas eleições municipais em Gurupi, deve tratar de fazer de tudo para “explodir” a gestão de Josi Nunes, que o derrotou na corrida pela prefeitura da Capital da Amizade do Tocantins, com críticas constantes, capazes de provocar um “sangramento” popular, ao mesmo tempo em que fortalece a posição política de Laurez Moreira junto aos eleitores da cidade.

Nas eleições de 2018, o fisioterapeuta e bacharel em Direito, Gutierres Torquato se candidatou pelo PSDB e recebeu 13.874 votos.

Desta forma, Laurez Moreira, presidente do PDT do Tocantins é, sim, candidato a deputado federal e seu candidato a governador – e de deputados filiados a diversos partidos, inclusive o MDB, que devem “pular para o barco” do PDT – é Wanderlei Barbosa.

Por sua vez, o governador em exercício Wanderlei Barbosa, ganha um “porto seguro” em Gurupi, que já passa a ser considerado “território político conquistado” pelo Palácio Araguaia, a ser somado aos esforços para a reeleição de Barbosa ao governo do Estado.

DE SUL A NORTE

Enquanto isso, direto de Araguaína, Wanderlei Barbosa recebeu do deputado Elenil da Penha e dos ex-deputados César Halum e Walderez Castelo Branco que, em “segredo do Clero” aplicaram um golpe certeiro em Ronaldo Dimas, o famoso “professor de Deus”, cooptando dois vereadores da base de apoio ao governo de Wagner Rodrigues, entre eles Fraudineis Fiomare, vice-prefeito de Dimas em seus dois mandatos, o que pode significar “fogo ex-amigo” no colo do “professor de Deus”, e mais um território conquistado pelo Palácio Araguaia no jogo da sucessão estadual.

Fraudineis Fiomare é vereador em Araguaína e foi vice prefeito de Ronaldo Dimas 

Wanderlei e sua equipe têm sido cirúrgicos e precisos, trazendo musculatura política à sua candidatura à reeleição.

Governador Afastado Mauro Carlesse 

E é preciso que sejamos justos com nossos leitores de O Paralelo 13. Independentemente de estarmos agradando a gregos ou a troianos, o único risco de Wanderlei Barbosa não assegurar presença entre os dois candidatos mais fortes para disputar o governo do Tocantins, é Mauro Carlesse retornar, de forma repentina, ao Palácio Araguaia.  E isso, só um ministro do Supremo Tribunal Federal tem o poder para fazer virar realidade.  E, caso não venha a acontecer, a tendência é Wanderlei Barbosa conquistar mais e mais apoio.

Diante dos fatos apresentados, as peças no tabuleiro sucessório vão se movimentando e se alinhando de acordo com as ações dos principais líderes políticos envolvidos na busca por um mandato em dois de outubro.  Quem sai na frente, obviamente, é o governador em exercício, Wanderlei Barbosa que, à frente do Palácio Araguaia, que conquista territórios de Sul a Norte do Estado e nas principais cidades dessas regiões, Gurupi e Araguaína, que acabam servindo de espelho para as suas cidades circunvizinhas.

Muitas – e de estilos mais variados possíveis – surpresas ainda estão por vir nessa batalha por territórios na corrida sucessória, lembrando que o jogo ainda não começou e que tudo ainda não passa de preparação, de treinos para definir as táticas e estratégias, pois essa partida final só começa depois do dia dois de abril, quando termina a janela para a troca de partidos sem que deputados federais e estaduais percam seus mandatos e para a filiação a um partido de quem deseja disputar qualquer cargo em dois de outubro.

Vários políticos e dirigentes partidários, pelo visto, não combinaram patavina nenhuma, e é bem aí que mora o perigo para eles.