Pesquisa mostra que, em um eventual segundo turno com Tarcísio, placar entre petista e governador paulista seria de 41% a 40%
Com Estado de Minas
A escalada da desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa a refletir com mais força no cenário eleitoral de 2026. É o que mostra a nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada ontem, quarta-feira (5/6). Com recorde de 57% de reprovação — o maior índice desde o início do terceiro mandato —, o petista vê sua vantagem sobre potenciais adversários diminuir em todos os cenários de segundo turno simulados.
Entre os nomes testados, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o que mais cresce. Em um eventual confronto direto, ele aparece com 40% das intenções de voto, em empate técnico com Lula, que tem 41%. Em março, o petista tinha 44% contra os mesmos 40% de Tarcísio. Já no primeiro levantamento, em dezembro do ano passado, a diferença era expressiva: 52% a 26% a favor de Lula.
A pesquisa, feita entre os dias 29 de maio e 1º de junho com 2.004 eleitores, testou oito cenários de segundo turno. Lula aparece numericamente à frente em todos, mas com margens apertadas. Contra o governador Ratinho Jr. (PSD), por exemplo, vence por 40% a 38%. A vantagem sobre Michelle Bolsonaro (PL) e Eduardo Leite (PSDB) é de quatro pontos (43% a 39% e 40% a 36%, respectivamente). Contra Romeu Zema (Novo), a distância é maior: 42% a 33%. Já contra Eduardo Bolsonaro (PL) e Ronaldo Caiado (União Brasil), Lula vence por 10 pontos percentuais.
Mesmo fora da disputa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, ainda polariza o debate: em um cenário hipotético, empata com Lula em 41%. No entanto, 65% dos eleitores acreditam que ele deveria abrir mão da candidatura e apoiar outro nome. Tarcísio lidera as preferências como possível herdeiro, com 17%, seguido de perto por Michelle Bolsonaro, com 16%.
“O que vemos agora é um processo inédito neste mandato: pela primeira vez, a rejeição ao governo se transforma em rejeição eleitoral a Lula. Isso abre espaço para os nomes da direita crescerem no imaginário do eleitorado”, analisa o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest.
A possibilidade de reeleição do presidente também enfrenta resistência crescente. Segundo o levantamento, 66% dos entrevistados se posicionam contra um novo mandato para Lula — alta em relação aos 62% registrados em março e aos 52% de janeiro.
Na pesquisa espontânea, Lula aparece com 11% das citações — um leve aumento em relação aos 9% de março —, enquanto o número de indecisos ainda é alto, com 75%.
A Quaest também mediu o medo do eleitorado em relação aos dois principais polos políticos do país. Para 45%, o maior temor é a volta de Bolsonaro ao Planalto. Já o medo da permanência de Lula no poder caiu de 41% para 40%.
A pesquisa Genial/Quaest entrevistou brasileiros com 16 anos ou mais em todas as regiões do país, por meio de questionários estruturados e entrevistas presenciais. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.