Fontes ligadas a Bolsonaro relatam que ida à embaixada da Hungria teria relação com a convocação do ato que ocorreu dias após operação da PF
Com site Terra
O ex-presidente Jair Bolsonaro tem até a próxima quarta-feira (27) para explicar a visita dele à embaixada da Hungria, dias após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A justificativa deve seguir a linha adotada pelos advogados, em nota divulgada na última terça-feira (25), após o jornal americana The New York Times divulgar as imagens de Bolsonaro nas dependências da embaixada. Para a defesa e o próprio ex-presidente, nenhum crime foi cometido e ele mantém contato com países que considera amigos.
"Por ventura, dormi na embaixada, conversei com o embaixador. Tem algum crime nisso? Tenha santa paciência. Chega de perseguir, pessoal”, disse Bolsonaro.
Apesar de já ter essa justificativa pronta, fontes bem próximas a Bolsonaro relatam outro motivo para a ida dele à embaixada húngara. A visita teria ligação com o ato convocado para acontecer no fim de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo.
A manifestação, convocada por Bolsonaro em vídeo, foi marcada dias após uma grande operação da PF que teve como alvo militares e ex-ministros da cúpula do governo anterior. No dia 12 de fevereiro, por volta das 20h, o ex-presidente fez a publicação com o chamamento.
“Eu peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo. Mais do que isso, não compareça com qualquer faixa o cartaz contra quem quer que seja nesse evento”, convocou Bolsonaro.
Depois do vídeo, o ex-presidente e conselheiros teriam ficado com receio da reação de Moraes. Esse, segundo fontes, pode ter sido um dos motivos para a ida à embaixada húngara, considerada um local seguro, devido à inviolabilidade definida pela Convenção de Viena. Às 21h37 do dia 12, Bolsonaro chegou à embaixada, como mostram as imagens divulgadas News York Times.