Os mesmo que estão considerando Siqueira um leproso só vão a convenção se ele não for. Será que as criaturas vão deixar isso acontecer?
Por: Edson Rodrigues
Sou testemunha ocular e participativa da história da criação, instalação e consolidação do Estado do Tocantins, assim como o jornal O Paralelo 13, que teve a sua primeira edição em circulação no ano de 1987, um ano antes da criação do Estado pelo Congresso Nacional.
Eu e meu irmão, o escritor Edivaldo Rodrigues, ora afastado da editoria por ocupar o cargo de secretário de Comunicação da prefeitura de Porto Nacional, fundamos esse veículo de comunicação orientados, tão somente, pelo intuito de viabilizar informações que contribuíssem para o crescimento e desenvolvimento do Tocantins, não só como unidade federativa, mas como uma instituição forte e progressista, com um povo instruído e participante dos processos inerentes ao seu dia-a-dia.
Sou seu diretor-presidente desde então. O jornal esta na mesma cidade, no mesmo endereço, desde sua criação, com a mesma linha editorial e durante esses anos sempre nos pautamos pelo respeito ao nosso povo, às instituições, aos dirigentes sociais e aos possuidores de mandatos e cargos eletivos.
Já tivemos embates jurídicos com diversos personagens do teatro político, inclusive com o ex-governador Siqueira Campos e com auxiliares de seus governos, mas sempre dentro da ética e do respeito mútuos e, por isso, sempre fui respeitado por ele, pois, apesar dessas discordâncias pontuais, nunca faltamos com o repeito um com o outro, mesmo nos embates que chegaram até ao STF.
Podemos afirmar com tranquilidade que se houve algum vitorioso nesses embates, foi o povo tocantinense, que pôde acompanhar um verdadeiro exercício de democracia entre o poder instituído e a imprensa cumprindo o seu papel.
Fazemos este relato para esclarecer aos chegantes e paraquedistas que não constam em nenhuma fotografia de nenhum cenário do que foi a luta pela criação do Estado do Tocantins e de Palmas, e não tem seu nome registrado em nenhum ato ou documento que o vincule a qualquer iniciativa pela questão, que Siqueira Campos não é leproso, não é ficha suja – como alguns que insistem em se colocar como baluartes da honestidade e da boa vontade, fazendo de tudo para pegar um resquício da luz jogada nos principais atores da luta pela emancipação - e não pode ser jogado aos leões!
Siqueira tem uma invejável vida pública de mais de 50 anos, que começou como vereador em Colinas do Tocantins, se consolidou com cinco legislaturas como deputado federal, sendo que em uma delas foi um dos constituintes (honra de poucos políticos brasileiros!), autor da emenda da criação do Estado do Tocantins, e chegou ao seu auge como o primeiro governador eleito, que viabilizou o Estado e suas instituições, criou e instalou a capital, Palmas, interligou o Tocantins, via rodovias pavimentadas, aos estados fronteiriços e, por consequência, ao restante do País e, mesmo derrotado politicamente em alguns embates, se manteve altaneiro e trabalhando pelo Tocantins.
Não obstante o relatado acima, José Wilson Siqueira Campos tem como seu principal patrimônio uma história que, talvez, nenhum cidadão com tantos cargos políticos assumidos possa igualar: Siqueira tem sua ficha limpa e manteve seu patrimônio financeiro sem agregar fazendas, empresas, muito menos fortunas financeiras.
Baseados apenas neste breve relato sobre a história deste ícone, não tem como nos calar, diante da irresponsabilidade de alguns recém-nascidos políticos que estão poluindo o ambiente político tocantinense, talvez por não terem condições de voltar de onde vieram sem enfrentar as barras da Justiça.
O ex-governador tentou realizar um sonho ver seu filho, o ex-deputado federal, ex-senador e ex-prefeito de Palmas, o primeiro prefeito eleito de nossa capital, Eduardo Siqueira Campos. Para isso, o ex-governador renunciou ao seu último mandato e, assim, tornar seu filho elegível, atitude que, no fim, acabou não resultando no esperado, pois diante das dificuldades financeiras herdadas das administrações anteriores, o seu governo teve muito desgaste popular, o que inviabilizou seu sonho.
Outra de suas pretensões seria se candidatar ao Senado, um direito de todos, que acabou lhe sendo negado.
Por isso, é quase desumano – e nada ortodoxo – jogar o ex-governador aos leões, ficar esnobando e humilhando este grande ícone.
Outra coisa que nos causa tamanha estranheza é o fato de alguns “companheiros” do ex-governador Siqueira Campos, inclusive – e principalmente – aqueles que são “criaturas” do ex-governador e que jamais teriam suas vidas como homens públicos, estarem acompanhando essa “fritura” caladinhos, omissos como marionetes, ignorando todo o absurdo que está sendo feito com a história política do Tocantins, para não perder o apoio de um “importador de auxiliares”, apoio esse que pode se mostrar efêmero em um futuro bem próximo.
Essa atitude nada mais é que uma covardia das mais vis que se pode perpetrar.
Chegou ao nosso conhecimento, na última madrugada, que o “importador de auxiliares” colocou como condição para a sua participação na convenção de amanhã, que escolherá os candidatos da base governista, que Siqueira Campos não esteja presente. Isso é uma afronta gritante à história política do Tocantins e servirá de marco para que se conheça a índole de cada um dos atores políticos que orbitam o poder. Se o atual governador Sandoval Cardoso se curvar à essa exigência estará derrubando por terra toda a confiança que lhe foi conferida e confirmando com todas as letras que os políticos tocantinenses se renderam a um novo “rei” e à sua corte de desconhecidos.
Por essa e por outras, cresce exponencialmente a importância de que o cidadão tocantinense de nascença ou de opção, que estará no próximo dia 5 de outubro, a escolher seus representantes na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, no Senado e no comando do Estado, faça uma profunda reflexão sobre suas escolhas, e revolva o fundo do seu baú de memórias políticas para poder tomar uma decisão – ou decisões – acertada.
Que me desculpem os nossos leitores, mas não há outro nome para esta eleição no Tocantins a não ser de “bacanal”, um prostíbulo, onde se negociam e se transferem colégios eleitorais como se fossem gado, uma propriedade privada.
Felizmente, não tenho nem nunca tive “rabo preso” com nenhum grupo político ou com nenhum candidato. Estou muitíssimo bem informado, e como jornalista, trabalho com informações privilegiadas. Deus levou meu amigo, irmão, professor e conselheiro, o saudoso Salomão Wenceslau, logo depois que, juntamente com outro amigo e irmão, Cleber Toledo, tínhamos feito um pacto de trabalhar juntos nesta eleição, por um pleito honesto e comprometidos em ser os fiscais da população em relação à idoneidade dos candidatos que vão concorrer e que serão nossos representantes junto aos poderes.
Mesmo com o passamento de Salomão, eu e Cleber reafirmamos nosso pacto com nossa amiga e irmã, Joana, viúva do Salomão. Assim, permanecemos firmes em nosso propósito e vamos buscar outros amigos, irmãos para conseguirmos nosso intento.
Se hoje estão jogando o ex-governador Siqueira Campos aos leões, já pensou como será o nosso amanhã?
Jamais pecaremos por omissão, por medo ou por covardia.
obs: este artigo será veiculado na próxima edição do jornal o paralelo 13, impresso.