Como diz o ditado popular, “político sem mandato é igual a cachorro sem dente”.
Por Edson Rodrigues
O ex-governador Mauro Carlesse foi preso em sua fazenda, Joia Rara, São Salvador, na região sul do estado, após ser localizado por equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPTO).
Em hipótese nenhuma, o Observatório Político de O Paralelo 13 quer discutir os méritos das investigações contra o ex-governador Mauro Carlesse, muito menos do mandado de prisão, mas queremos, aqui, levantar a voz da população tocantinense, que clama por justiça – e respostas – em vários e vários casos de improbidade administrativa, imputados a políticos do primeiro escalão, eleitos pela população.
A verdade é que crimes de improbidade administrativa não prescrevem mais, mas independentemente de ter sua culpabilidade comprovada ou não, Mauro Carlesse está preso no sistema carcerário do Tocantins.
É o terceiro ex-governador tocantinense a ser preso por suspeita de atos não republicanos praticados em suas administrações – Sandoval Cardoso e Marcelo Miranda são os outros dois.
Ex-governadores Marcelo Miranda e Sandoval Cardoso
Nos dois casos, os ex-governadores já estavam sem a imunidade parlamentar – sem mandatos no Congresso Nacional ou na Assembleia Legislativa – e, por algum tempo, lhes foi negado o direito de responder em liberdade. Marcelo Miranda, por exemplo, ficou 147 dias preso sem nenhuma condenação. Sandoval passou 15 dias atrás das grades.
Depois de tanta vergonha pessoal e prejuízo para a vida pública, os dois foram inocentados depois que os processos foram transitado em julgado em instâncias superiores como STJ e STF.
A prisão de Mauro Carlesse cabe todos os recursos possíveis, pois foi motivada, segundo o Ministério Público, por uma “possibilidade de fuga internacional”, ou seja, nem condenado em primeira instância ele foi.
PORÉM....
A prisão de Mauro Carlesse e o segundo mandado de prisão do “homem forte” do seu governo, Claudinei Quaresemim, (foto) que já está preso, é apenas ponta de um iceberg de uma investigação que pode complicar muita gente ainda com mandato no Tocantins, que entrou em estado de alerta total. Além de identidade endereços uruguaios, Carlesse e Quaresemim estavam com passaportes italianos em mãos, país onde já tinham, também, endereço fixo para a contratação de advogados.
Aos desavisados, é a conta chegando, pois o nosso honrado Ministério Público busca dar as respostas que os tocantinenses tanto querem ter, sobre quem é realmente culpado e quem “entrou de gaiato no navio” dos suspeitos e não tem nada que os desabone em suas histórias públicas ou políticas.
RETROVISOR
O Observatório Político de O Paralelo 13 tem chamado a atenção sobre a necessidade de se manter um olhar no retrovisor político do Tocantins, em que, pelo menos, três ex-governadores respondem, até hoje, a processos diversos, relacionados a atos não republicanos, e chegaram a ser julgados e isentos das acusações.
Marcelo Miranda, por exemplo, o que foi mais prejudicado politicamente, impedido de assumir uma vaga ao Senado ganha legitimamente no voto, além de ter o nome de familiares implicados nas acusações, este, hoje, totalmente quites com a Justiça, que não viu motivos para sua manutenção na prisão, muito menos para sua condenação.
SIRENE DISPARADA
O certo é que a sirene de alerta está disparada para diversos políticos tocantinenses que foram ordenadores de despesa em todos os governos anteriores, principalmente nos governos de Cralesse, que tentou implodir o Gaeco, interferindo no comando da Polícia Civil e viu os delegados afastados de suas funções por suas manobras se reunir com o então Ministro da Justiça Sérgio Moro e compartilhar informações sobre desvio de recursos de emendas impositivas Executivo estadual e pelos deputados estaduais, por meio de emendas impositivas, em investigações que ainda estão por vir.
Se juntar a isso tudo o fato de atos de improbidade administrativa não prescrever, há muitos bens e contas bancárias em risco de serem bloqueadas ou confiscadas.
Segundo o Observatório Político de O Paralelo 13 em Brasília, esta semana podem acontecer mais ações contra atos de corrupção e improbidade administrativa.
Alguns ainda passarão Natal e Ano Novo com suas famílias, mas o Carnaval só Deus – e a PF – sabe.
A conta está chegando....
Fica o alerta!