SEMANA MOVIMENTADA NA POLÍTICA NACIONAL E ESTADUAL COMEÇA A DEFINIR PEÇAS QUE ESTARÃO NO TABULEIRO SUCESSÓRIO EM 2022

Posted On Domingo, 10 Outubro 2021 21:35
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A fusão do DEM com o PSL, sacramentada na semana passada, continua dando o que falar em terras tocantinenses. Mesmo ainda faltando a aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral, a presidência do União Brasil em alguns estados já está praticamente definida e, no Tocantins, deve ir mesmo para as mãos do governador Mauro Carlesse, presidente estadual do PSL.

 

Por Edson Rodrigues

 

Caso não haja um pacto entre os presidentes das legendas que vão dar vez e voz ao União Brasil no Tocantins, a presidente estadual do DEM, professora Dorinha Seabra, fica em uma situação muito difícil, quase que sem outra alternativa, senão nem deixar que seu nome seja associado à nova nomenclatura e sair em busca de novos horizontes, levando consigo seus apoiadores e correligionários.

 

Isso porque ficou bem claro o limite de tolerância entre o grupo político de Dorinha e o do governador Mauro Carlesse, quando este último se filiou ao DEM, onde foi recebido com um cargo decorativo e teve que amargar um período sabático, até deixar a legenda e se filiar ao PSL.  Os grupos políticos de Dorinha e Carlesse, definitivamente, não se bicam, o que transforma a possibilidade de um pacto um tanto quanto remota.

 

E deixar - ou nem entrar no – o União Brasil, não seria nenhum fim de mundo para a deputada Dorinha Seabra, que tem um patrimônio político enraizado no Estado, com uma grande folha de serviços prestados e reconhecimento interno e externo como uma parlamentar atuante e colaborativa, construído durante sua carreira pública, como secretária de Estado da Educação no Tocantins e como deputada federal.

 

Resta saber qual será o caminho a ser seguido por Dorinha Seabra, se do entendimento (o que depende, também de Mauro Carlesse) ou se vai optar por se filiar a outro partido, mesmo tendo que encarar pela frente uma eleição diferenciada, com a Federação Partidária, sem as coligações proporcionais, e com a imensa maioria das legendas sem querer aceitar candidatos à reeleição para os cargos em disputa em 2022.

 

Já Mauro Carlesse também tem uma coisa com que se preocupar, que é a hipótese de não ser confirmado como presidente do União Brasil no Tocantins ou o partido não ser reconhecido pelo TSE (esta última, bem improvável).  Neste caso, Carlesse também ficaria em situação delicada.

 

Mas, é senso comum entre os principais analistas políticos que tanto Carlesse quanto Dorinha irão sobreviver, politicamente, independente de quem fique com a presidência do União Brasil.

 

OPOSIÇÃO DIVIDIDA TURBINA CANDIDATO DO PALÁCIO ARAGUAIA

Presidente Jair Bolsonaro

 

Em se tratando de política e de eleições, o que vale são números e resultados positivos.  As oposições do Brasil estão divididas entre esquerda com seus vários – e conflitantes - líderes, direita “pura”, liderada por Jair Messias Bolsonaro, e os centros, com viés para um lado ou outro.

 

Enquanto a direita “pura” vem unida pela reeleição do presidente da República, as diversas candidaturas à presidente pelos partidos de esquerda pulveriza os votos entre esses pretendentes, esquecendo que seus votos ainda são insuficientes para “bancar” qualquer um deles, o que coloca, diretamente, Bolsonaro em um segundo turno contra ou um candidato oriundo de uma das outras vertentes.

 

SITUAÇÃO ESPELHADA NO TOCANTINS

Ex-Deputado Paulo Mourão

 

Enquanto isso, no Tocantins, o cenário nacional da esquerda desunida propiciando a tranquilidade das demais vertentes é espelhada. Há apenas uma candidatura ao governo do Estado definida, que é a de Paulo Mourão, do PT, com o apoio total do ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto na corrida pelo Palácio do Planalto.

 

“Estão” pré-candidatos os ex-prefeitos de Araguaína, Ronaldo Dimas - : CANDIDATISSIMO A GOVERNADOR  PORÉM COM  MUITOS NÓS A DESATAR SEM O DPOIO DOS ABREU PODE TER SUA CANDIDATURA A VER NAVIOS FATO -  e, de Gurupi, Laurez Moreira, que retornou de Brasília, aonde deu sua palavra à cúpula nacional do Patriota de que concorreria ao governo do Estado caso tivesse o comando da legenda, prometendo, ainda, que elegerá deputados federais. Logo, uma situação ainda dependente das convenções partidárias. Quem também está pré-candidato é o deputado federal Osires Damaso, do PTB, que tem uma boa atuação parlamentar, mas que, até o momento, não tem grupo político para dar suporte à uma guinada tão para o alto, ou seja, uma pré-candidatura que, talvez, nem se torne uma candidatura.

 

Ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas 

 

Já o Palácio Araguaia aposta suas cartas na candidatura de um técnico de excelência, que responde pelo nome do secretário de Fazenda do Estado, Sandro Henrique Armando, responsável pela elaboração do Plano de Reestruturação Econômica, que colocou o Tocantins dentre os três únicos estados brasileiros com as contas no azul, apto a receber recursos e firmar convênios e parcerias com o governo federal, com as obrigações em dia, como pagamento da folha salarial dos servidores, dos prestadores de serviço e fornecedores e com dinheiro em caixa para investir em obras estruturais, de Estado e Ações Sociais, com aplicação preestabelecida pelos programas como o Tocantins Tocando em Frente.

 

Até agora, o secretário Sandro Henrique Armando jamais confirmou ou se declarou pré-candidato, mostrando que, além de profissional competente, é humilde o bastante para aguardar o momento certo, se dizendo apenas um “soldado” do seu grupo político, pronto para ajudar onde e quando for preciso, o que deixa transparecer que assumiria a pré-candidatura, caso receba a missão.

Secretário Sandro Henrique Armando

 

Enquanto isso o Palácio Araguaia ganha tempo e força para focar em ações administrativas, juntando a parte de retomada de obras e de ações sociais que beneficiem e impactem, positivamente, a população, angariando patrimônio político para bancar a candidatura de Sandro Henrique Armando, uma candidato que representaria uma guinada política e técnica em busca de melhores e mais palpáveis soluções para as demandas da população tocantinense.

 

IMBRÓGLIO À VISTA

 

Já os senadores Kátia e Irajá Abreu vêm se movimentando para ganhar estabilidade, com um pé na embarcação da candidatura do ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas e o outro na possibilidade de virem a lançar um candidato próprio.  Esse é outro grupo político que dificilmente terá “combustível” para decolar.

Senadora Kátia Abreu 

 

Isso tudo em meio à possibilidade da senadora Kátia Abreu se ver envolvida por um imbróglio político sem precedentes na sua vida política, que pode surgir a partir da provável filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PP.

 

Como dizia o saudoso Jarbas Passarinho “há momentos em que não tem como engolir certos acordos feitos na Capital Federal e empurrados ‘goela abaixo’ das províncias”.

 

Mesmo estando em dificuldades de reconquistar um novo mandato de senadora, Kátia Abreu jamais deixará de ser uma candidata competitiva, valente e corajosa, assim como será muito corajoso, politicamente, de sua parte, dividir um palanque, no Tocantins, como presidente Jair Bolsonaro.

 

O problema é que esse será um “palanque Titanic” e o eleitor tocantinense já demonstrou que sabe detectar esse tipo de perigo e, principalmente, que não gosta de “ajuntamento” de jacaré, onça, leão, gato, papagaio, urubu, girafa, jiboia e macaco, já tendo sepultado tentativas semelhantes.

 

Vice Governador Wanderlei Barbosa 

 

O certo é que a intenção de Kátia é que ela e seu filho, Irajá, tomem o mesmo caminho nas eleições de 2022, apesar de o exemplo não “vir de casa”, uma vez que os dois já demonstraram momentos de desunião e, apesar disso, Kátia Abreu jamais poderá ser criticada por omissão ou medo.

 

EDUARDO GOMES AGINDO COMO PRÉ-CANDIDATO

Senador Eduardo Gomes

 

Nos últimos dias, o senador Eduardo Gomes vem, notadamente, redobrando seus já hercúleos esforços para direcionar o máximo de recursos federais para os 139 municípios e para o governo do Tocantins.  Ainda esta semana, o senador volta à região do Bico do Papagaio para levar boas notícias, vindas de Brasília. Na última semana, deputados e senadores aprovaram créditos suplementares para vários ministérios. Créditos suplementares são verbas adicionais para reforçar o orçamento de ministérios em aplicação de despesas já previstas na lei orçamentária. Desde o início da pandemia, as sessões conjuntas têm ocorrido separadamente, com os deputados votando primeiro e remetendo os projetos para o plenário do Senado.

 

Só o Ministério da Infraestrutura vai receber R$ 967 milhões. Desse total, R$ 624 milhões são destinados à construção de ponte sobre o Rio Araguaia em Xambioá, na BR-153/TO, e para a adequação de diversos trechos rodoviários, todos frutos de emendas impositivas do senador Eduardo Gomes, que vem se reunindo com prefeitos, vereadores e líderes partidários e classistas em seu gabinete, que se transformou em um porto seguro das administrações municipais, ante as dezenas de prefeitos que buscam o líder do governo federal no Congresso Nacional para dirimir as demandas da população e que vem correspondendo às expectativas de todos, sempre com algo a mais que a reivindicação inicial.

 

Mesmo assim, quando perguntado sobre sucessão estadual, Eduardo Gomes assume a postura da humildade e da diplomacia, transformando em tarefa inatingível colher alguma informação da sua boca sobre a participação – ou não – na corrida sucessória estadual em 2022.

 

FUTURO INCERTO

 

Mais que nunca o futuro da sucessão estadual é incerto e nebuloso. Há muitos nós a serem dados e, depois, desatados, muitos “soldados”, muitos pactos a serem firmados e, em meio a tudo isso, As movimentações do presidente Jair Bolsonaro em busca de um partido que, se for, mesmo, o PP, vai complicar a caminhada política da senadora Kátia Abreu, que foi e ainda é, uma das poucas figuras públicas com ligação direta com a ex-presidente Dilma Rousseff, com ótima convivência com os membros da cúpula nacional do PT, mesmo ela tendo sido considerada, por anos, a “inimiga número um” do partido, após impor uma derrota acachapante contra o ex-presidente Lula, a respeito da volta da CPMF.

 

Até 2022 chegar, a se valer o desempenho do governador Muro Carlesse, com todos os incrementos proporcionados pela injeção de recursos federais, que possibilitam programas como o Tocantins Tocando em Frente e parcerias das mais variadas com prefeitos, e o posicionamento adotado pela chapa encabeçada por Paulo Sardinha Mourão, bancada pelo PT, a dúvida é saber como a família Abreu e a candidatura do deputado federal Osires Damaso, vão se posicionar em relação a possíveis aliados e candidaturas majoritárias.

 

Por enquanto, ninguém incomoda ninguém.  Por enquanto!ÚLTIMO PÁREO

 

Como nas corridas de cavalo, em que muitos fazem apostas nos jockeys clubs pelo Brasil afora, gostaríamos de colocar, aqui, algumas variáveis quer podem modificar a formulação das chapas majoritárias no Tocantins.

 

Escolha uma delas, e faça suas apostas!

 

1 – Quem fica no comando do União Brasil no Tocantins?  Mauro Carlesse ou Dorinha Seabra?

 

2 – A senadora Kátia ABREU FICA NO PP, CASO Bolsonaro se filie ao partido?

 

3 – Ronaldo Dimas conseguirá manter sua candidatura ao governo sem o apoio do clã dos Abreu?

 

4 – Mauro Carlesse renunciará o governo do Estado para ser candidato a senador?

 

5 – Em caso de renúncia de Carlesse, Wanderlei Barbosa assumirá o governo ou irá renunciar ao cargo de vice para voltar a ser candidato a vice-governador ou a deputado federal?

 

6 – O senador Eduardo Gomes será candidato a governador pelo MDB?

 

Todas essas perguntas vêm sendo o fio condutos do processo sucessório do Tocantins e serão fator determinante para o desenrolar dos trabalhos e vêm sendo fator recorrente nas discussões de bastidores entre todos os partidos envolvidos.

 

Trocando em miúdos, o Tocantins ainda não tem um “Norte” político definido, sem a certeza de quem será ou não candidato a governador no ano que vem.

 

Quem se habilita a palpitar?Por hoje é só.  Até breve!