Delator disse que deu R$ 1 milhão a coronel Lima, amigo de Temer; STF quer saber quais providências a Procuradoria adotará em relação ao depoimento
Com Agência Brasil
O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin pediu nesta quarta-feira (27) que Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareça quais providências pretende adotar sobre um dos depoimentos de uma delação premiada de ex-executivos do grupo J&F. O depoimento atinge diretamente um dos amigos mais próximos de Michel Temer (MDB).
Na delação premiada enviada ao STF , o delator Florisvaldo Caetano de Oliveira disse que levou R$ 1 milhão ao escritório do coronel Lima , amigo de Temer , em 2014. Diante do depoimento, a procuradora-geral, Raquel Dodge, pediu ao STF que a citação fosse separada em um procedimento autônomo para avaliar a questão.
No trecho da delação que chegou ao Supremo, Florisvaldo diz que "no ano de 2014, realizou, na companhia de Demilton, [outro delator] a entrega da quantia de R$ 1.000.000 (um milhão de reais) em espécie no escritório do coronel João Lima, ligado ao presidente da República Michel Temer, complementando que o local foi indicado por Ricardo Saud [delator]. No ato da entrega, o coronel determinou que colocassem os valores no porta-malas de um carro estacionado em frente ao edifício. Relembra que Ricardo Saud recomendou agilidade na entrega dos valores, diante da importância de seu destinatário”.
Após avaliar o pedido, Raquel Dodge deverá pedir novas diligências no caso. Não há prazo para a medida.
Amigo de Temer e presidente investigado
Raquel Dodge disse ao STF que será necessário ouvir pelo menos mais seis pessoas no inquérito em que Temer é investigado por causa de delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht.
Entre as pessoas a serem ouvidas está o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht . Além do dele, serão colhidos depoimentos de Fernando Migliaccio, ex-funcionário da empresa, de Ibanez Filter, homem ligado a Eliseu Padilha, dos doleiros Vinícius Claret e Cláudio Barbosa e do marqueteiro Duda Mendonça.
Por conta desses novos depoimentos, a PGR concorda com a proposta de prorrogação da apuração por mais 60 dias no inquérito que investiga coronel Lima , amigo de Temer , e o próprio emedebista. O pedido para ouvir essas testemunhas é da Polícia Federal, mas Dodge confirmou a necessidade de tanto.
* Com informações da Agência Brasil