SUCESSÃO ELEITORAL NO TOCANTINS: AS PEDRAS SE MOVEM

Posted On Segunda, 07 Mai 2018 22:52
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Tocantins, 06/05/2018

Por Edson Rodrigues

 

Caros eleitores e leitores do O Paralelo 13 online,

 

A sucessão eleitoral no Tocantins segue o curso nada normal de uma eleição suplementar, com todos os ingredientes que um pleito tocado às pressas pode apresentar.  Mas o que impressiona é a “rolagem das pedras”, as “movimentações tectônicas” para a formação das chapas e alianças.

 

O tabuleiro eleitoral é um, hoje, amanhã está totalmente irreconhecível.  Candidatos e algumas legendas passam a ser, de pessoas com princípios e tradições e organizações políticas e ideológicas, a meras “barrigas de aluguel”, mercadorias de negociação livre, alvos de negociatas de acordo com o seu “valor” no horário eleitoral gratuito de rádio e TV.

 

O maior sinal desse “rebaixamento” das legendas foi a ida do PT para os braços de Carlos Amastha, logo depois de ter sido rejeitado por Kátia Abreu.  O “valor” do PT ficou restrito à indicação de Célio Moura como vice-governador na eleição suplementar e de Paulo Mourão como candidato ao senado na eleição de novembro.

 

Enquanto Kátia Abreu foi enfática em dizer o seu “não”, quem deu outro “não” foi o diretório nacional do PT, que impediu a coligação oportunista e vexatória, anulando o “casamento” com Amastha e tirando da boca do colombiano o “gostinho doce” do tempo de rádio e TV.

 

 

PREJUÍZO

Além de perder a “noiva”, Amastha acabou perdendo, também, o “dote” do tempo a mais no horário eleitoral gratuito, teve que rasgar seu discurso, abandonar sua bandeira e “contaminar” sua campanha com o vírus nocivo das alianças a qualquer preço, que fez diversos correligionários “adoecer” e migrar para outras candidaturas.

 

ALERTA

Além das mexidas controversas nas peças do tabuleiro o eleitor deve ficar alerta para outra peculiaridade desse processo sucessório suplementar:  aquele que sair vencedor das urnas tem apenas essa vitória para comemorar, uma vez que  estará de pés e mão atadas – e a população dever estar consciente disso – pois não poderá fazer absolutamente nada pelo estado, pela população ou pelos municípios, a não ser cumprir a determinação da Justiça, que são as obrigações de conduzir o comando do Estado de forma constitucional, sem afrontar a legislação eleitoral, impedido de contratar, carrear recursos ou determinar obras – além de não poder demitir, graças ao acolhimento da ação impetrada pelo senador Vicentinho Alves, que impediu que milhares de pais de família ficassem sem o seu sustento – como queria o governador Mauro Carlesse.

Ou seja, o vencedor do pleito suplementar está impedido, a partir de julho, quando começa a campanha para a eleição geral, que vai eleger de governador a deputado estadual, de assinar qualquer convênio, licitação, de transferir recursos para os municípios, sejam da União, sejam do Estado, a não ser os pactuados anteriormente pelo governo cassado ou emendas impositivas do Orçamento Geral da União, levantadas pelos deputados federais e pelos senadores.

 

Ou seja, não adianta prometer nada nesta campanha suplementar!

 

SEGUNDO TURNO

Como profetizou nosso amigo e irmão Cleber Toledo em seu site de notícias, a decisão do STF de cassar o mandato de Marcelo Miranda, poderia impor um sacrifício do povo tocantinense de enfrentar quatro turnos eleitorais em um mesmo ano.

 

Tal premonição está prestes a ser confirmada.  Pelo andar da carruagem, com quatro bons nomes despontando entre os favoritos, com pequenas diferenças percentuais apontadas pela primeira pesquisa, corremos o risco de o eleito para o mandato tampão não ser o mesmo eleito para o mandato normal, de quatro anos.

 

IMPUGUINAÇÃO

 Como mais uma ingrediente a confirmar a premonição de Cleber Toledo, temos o imbróglio das impugnações.  Todos os atuais candidatos, com exceção do senador Vicentinho Alves têm ações impugnatórias contra as suas candidaturas apresentadas ao TRE.  O que significa que, mesmo todos já tendo feito as sustentações de suas defesas, se, porventura, algum deles for eleito, pode não levar, mesmo recorrendo às cortes superiores ou não.

 

EMBARALHAMENTO

Esse fato das impugnações pode ocasionar outro embaralhamento das peças no tabuleiro sucessório, suscitando migrações, adesões de última hora e os conchavos políticos tão conhecidos das práticas da velha política, aquela política que ninguém quer mais e que vai colocar o eleitor, novamente, em cheque, pois o asco, o nojo e a repulsa provocados por esse movimentos nada confiáveis, vão trazer á lembrança os escândalos de corrupção que sujaram o nome do Tocantins nos noticiários nacionais envolvendo, inclusive, alguns dos candidatos a esta eleição suplementar, que estarão aí, com seus nomes nas conversas de esquina, sob o argumento de que são apenas “suspeitos”.

 

Voltamos a lembrar que o eleito nas eleições suplementares não garante sua reeleição no pleito geral, de novembro.  Os candidatos, por isso, devem demonstrar muita capacidade, planos de governo sustentáveis e plausíveis e fazer uma campanha de altíssimo nível.  Primeiro por respeito ao eleitor, segundo, porque os inimigos de hoje, podem ser o sonho de consumo como amigos, amanhã.

 

E, da mesma forma devem agir os apoiadores, pois uma palavra mal colocada hoje pode servir de prova, amanhã, e impossibilitar uma possível aliança, colocando esse aliado na condição de “pária político”, deixando-a as margens do processo político.

 

É importantíssimo que se ressalte que a cada semana, a cada nova pesquisa, resultados diferentes, beneficiando um ou outro candidato, mas nada que possa assegurar uma vitória inconteste.

 

Enquanto as peças publicitárias e os programas do horário de rádio e TV não entrarem nas estatísticas e na análise dos eleitores, além do TER julgar as impugnações e o proselitismo dos candidatos não for levado em consideração, nada pode ser dado como certeza.

 

Para se ter noção, muitos candidatos ainda não puseram o pé na estrada e outros já estão fazendo isso há muito tempo.

 

Portanto, caros eleitores, nenhum apoio inusitado deve ser encarado como novidade.  Nenhuma aliança despropositada deve ser tomada com espanto.

 

Para os concorrentes, o que vale é a eleição.  E, nessa hora, tudo vale!

 

 

Até as cenas dos próximos capítulos!!!

Última modificação em Segunda, 07 Mai 2018 13:46