Sim, há muito dinheiro a ser distribuído pelos partidos na sucessão municipal que se aproxima, mas a aplicação dos recursos do fundo eleitoral parece estar sendo priorizada para Palmas e as outras principais cidades do Estado. Com um milhão, cento e setenta e um mil eleitores aptos a votar e apenas oito deputados federais e três senadores, o Tocantins recebeu uma das menores fatias do fundo eleitoral
Por Edson Rodrigues
O fundo foi criado em 2017 como alternativa ao fim do financiamento de campanhas por empresas privadas. Os recursos são distribuídos com base no número de deputados federais e senadores eleitos pelas siglas na última eleição.
Para receber os recursos, cada partido deve definir critérios de distribuição às candidatas e aos candidatos, de acordo com a lei, respeitando, por exemplo, a cota por gênero e raça. O plano deve ser homologado pelo TSE.
Ou seja, o dinheiro não vai jorrar para todos os municípios e o que virá das cúpulas nacionais dos partidos não será suficiente para fazer a diferença em qualquer candidatura.
CRISE FINANCEIRA
No interior do Estado os candidatos de partidos médios a nanicos já começam a passar por dificuldades financeiras em suas campanhas. Principalmente os que lutam contra candidatos à reeleição e dependem única e exclusivamente do fundo eleitoral e têm como adversários prefeitos que têm, ao menos, a máquina administrativa a seu favor.
Muitos não têm a quem recorrer, pois tanto o Palácio Araguaia quanto a Assembleia Legislativa têm outras prioridades, justamente, neste momento de eleição. O governador está focado em fazer sua defesa junto ao STJ de uma acusação que alega ser injusta.
Sobre a Assembleia Legislativa paira uma nuvem negra com a possibilidade de uma operação da Polícia Federal a qualquer momento e os deputados estaduais que têm culpa no cartório sabem que suas contas podem estar sendo monitoradas. Com a ressalva dos justos, que sabem de sua inocência e podem ajudar como puderem. Os demais, não querem nem saber de movimentações vultosas em suas contas bancárias.
Da mesma forma os empresários que atuam no mercado junto aos órgãos estaduais e municipais, não querem se arriscar a ser fisgados pelos homens de preto.
Afinal, caixa dois é crime!
DESAMPARADOS
Fato é que nos próximos 30 dias todas as candidaturas majoritárias e proporcionais dos 139 municípios tocantinenses precisarão de oxigenação financeira. Algumas candidaturas que se mostraram competitivas, correm o risco de naufragar, por isso, muitos estão se sentindo desamparados.
Vale lembrar que esta é a primeira eleição municipal sem a presença do Dr. Brito Miranda, que se virava nos 30 para ajudar as candidaturas a prefeito no interior com recursos e infraestrutura básica, em uma época que não existia o fundo partidário e todas as empresas que trabalhavam com o governo sabiam que teriam que ajudar candidaturas.
Isso agora faz parte de um passado do qual os candidatos, pelo menos, têm saudades, de poder contar com o “paizão” Brito Miranda.
OPERAÇÕES DA PF ATRAPALHARAM PLANOS ELEITORAIS
Baseado no “processo mãe”, referente às investigações sobre a compra fraudulenta de cestas básicas com recursos de emendas impositivas de deputados estaduais, podemos afirmar que a seriedade dos atos praticados está pesando muito sobre as costas dos parlamentares que sabem que estão envolvidos.
O risco real e imediato de uma operação da PF no Legislativo, atrapalhou muitos planos eleitorais, e assim como o péssimo momento vivido pelo Tocantins em relação à sua imagem, pode ser colocado na conta dos inimigos do governo do Estado que trabalharam por meses em Brasília até conseguir a realização das operações da PF.
POVO ENTENDEU MOMENTO POLÍTICO
Mas, o plano parece não ter dado tão certo. A popularidade do governador Wanderlei Barbosa continua perto dos 70%. Ele e um grupo de congressistas com prestígio nos corredores e órgãos de Brasília vêm trabalhando para demonstrar sua inocência e, ao que tudo indica, já está afastada a possibilidade de afastamento do governador ou uma intervenção federal no Tocantins.
As respostas da população, que conferiram 68% de popularidade e confiança em Wanderlei Barbosa, mostram que os tocantinenses acreditam na boa índole de um homem com mais de 40 anos de vida pública sem nenhuma mancha em seu histórico de serviços prestados à Palmas e ao Tocantins.
Wanderlei Barbosa não precisará distribuir dinheiro aos candidatos a prefeito que ele apoia nos 139 municípios. Basta estar no palanque ou em uma caminhada com toda a sua humildade, como foi em Palmas, com Janad Valcari, e enumerar as obras, lembrar que não houver perseguição política em sua gestão e que fará parceria com todos os prefeitos eleitos em seis de outubro, sejam de qual partido for, pois seu compromisso é com o Tocantins.
A população tocantinense entende o golpe que foi tentado contra o governo do Estado, e quem são os autores.
Agora todos sabem que está do lado do Tocantins e dos municípios e quem quer o poder a qualquer custo, mesmo que seja a imagem do Estado e do seu povo.
Que esta sucessão municipal sirva de lição para todos os envolvidos. Dos investigados aos inocentes, passando pelo povo e pelos eleitores que definirão o destino dos 139 municípios.
Que Deus nos ajude!